Correção Fraterna
Uma das coisas mais difíceis da vida é a convivência humana. Não raro, as pessoas nos procuram com problemas nessa área. É preciso compree...
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Uma das coisas mais difíceis da vida é a convivência humana. Não raro, as pessoas nos procuram com problemas nessa área. É preciso compreender que o homem é um projeto sempre aberto.
Image by Aline Ponce from Pixabay |
Jesus, no Evangelho de S. Mateus (18,15), fala da importância da correção fraterna: “Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós! Se ele te ouvir terás ganhado o teu irmão. Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas testemunhas, de modo que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. Se ele não der ouvidos dizei-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja considerado como um pagão ou publicano”.
Gosto dessa pedagogia proposta por Jesus. Mas, creio que não somos bons para colocá-la em prática. Quase sempre atropelamos esse processo e exageramos na tinta. Se somos um projeto, em andamento, então precisamos considerar a possibilidade de erros e, portanto, a necessidade do perdão. O perdão é sinal de maturidade na convivência. Além do perdão, é preciso levar em conta mais duas palavras: humildade e sinceridade. Humilde é aquele que sabe o quanto ele ainda precisa crescer. Nesse sentido ele aceita a observação do outro e vê nela uma possibilidade de crescimento. Sincero é aquele que é capaz de fazer observações com relação ao comportamento do outro mesmo sabendo que corre um sério risco de ser mal entendido. O falso é aquele que concorda com você em tudo, ainda que você esteja errado. A sinceridade, às vezes dói. Ninguém gosta de ter que cortar na própria carne. Mas, às vezes é necessário. Não estamos prontos. Um ajuda no crescimento do outro. Isso pode ser na empresa, no casamento ou na vida social.
Na Cidade de Araújos, existem muitas empresas de lapidação de pedras. Vou me valer de uma imagem colhida de tais empresas para falar da correção fraterna. As pedras semipreciosas são queimadas num forno e depois quebradas com martelinhos em tamanhos variados conforme o tipo de bijuteria, pretendido. Após esse processo elas são colocadas num tambor giratório com outros ingredientes tipo areia e borrachas. O tambor cheio de pedras é colocado em movimento por vários dias. De tanto chocar umas com as outras as pedras vão se polindo e adquirindo um brilho maravilhoso. Somente após esse processo “doloroso” a pedra mostra sua natureza verdadeira e adquire um alto valor.
Assim somos nós. Na convivência, com o outro, a gente vai se burilando aos poucos até mostrar toda a nossa beleza. Mas, é preciso tomar cuidado. Não podemos quebrar o outro, apenas poli-lo. O ingrediente que amortece os impactos da convivência é o amor. Quando se tem amor tudo fica mais fácil. É fácil corrigir o outro quando eu o faço por amor. É fácil aceitar a correção do outro quando ela nos chega embalada no frasco nobre do amor. Quem ama se move nessa esfera de sinceridade e humildade. Por isso, a chave da boa convivência é o amor. Talvez seja exatamente por isso, que Santo Agostinho, afirmou certa vez: Ame e faça o que quiseres.
Vamos refletir sobre isso.
O perdão é Divino!
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