Sonoridade africana
Imagem de mrslorettarsmith0 por Pixabay Alguns instrumentos musicais que hoje enfeitam as nossas festas populares foram originados...
https://ggpadre.blogspot.com/2019/11/sonoridade-africana.html
Imagem de mrslorettarsmith0 por Pixabay |
Tabaque
ou atabaque,
agogô,
chocalho,
cabaça.
1-
Atabaque - O
atabaque ou tantã foi o instrumento básico de todos os povos primitivos. Uma
pele seca de animal é esticada sobre um cilindro oco que pode ter vários
tamanhos. Os pequenos são chamados de batas, os grandes de ilus. Tivemos ainda
os grandes atabaques de guerra os batás-cotós. Tais instrumentos foram muito
usados nas revoltas dos escravos na Bahia e outras regiões. O pesquisador Artur
Ramos (1), constatou três nomes diferentes para os atabaques de acordo com o
seu tamanho:
Grande = Rum
Médio = Rumpi
Pequeno – Lé.
2-
Agogô - Outro
instrumento de uso dos escravos é o agogô. Em nagô, akôkô, que quer dizer
relógio ou medidor de tempo. O seu som é metálico e por isso é um grande
marcador de compasso.
3-
Cabaça: O
uso da cabaça envolvida por malhas de contas ou búzios sempre foi muito freqüente
na religião dos negros. Segurada pelo gargalo com a mão direita ela é deslizada
sobre a mão esquerda reproduzindo um chocalhar de pedras.
4-
Chocalho – O
chocalho é feito por um cilindro de folha-de-flandres (folha de lata), dentro
do qual são colocadas pequenas pedrinhas ou grãos. Esse instrumento é muito
popular no Brasil e é usado em diversos tipos de músicas.
5-
Adjá – Esse é
um instrumento menos conhecido.Trata-se de uma campainha de metal. Na verdade,
duas campas ligadas por um pé de metal.
6-
Cuíca – Esse
é um instrumento bastante popular e usado em diversos festejos. É semelhante a
um tambor, com uma haste de madeira presa no centro da membrana de couro, pelo
lado interno. O som é obtido friccionando a haste com um pedaço de tecido
molhado e pressionando a parte externa da cuíca com dedo, produzindo um som de
ronco característico.
7-
Ganzá – O ganzá
pode ser feito com um gomo de bambu com talhos transversais. Às vezes foi
chamado de reco-reco. Existem outros modelos que se assemelham a balainhos
cheios de sementes ou pedrinhas.
8- Afofiê –
Afofiê é uma pequena flauta feita de madeira, também chamado de orucungo.
9- Berimbau – O berimbau é um instrumento trazido pelos negros
bantos. Ele é usado, principalmente, para acompanhar os cantos da Capoeira. É
feito com um arco de madeira (tipo flecha), com as duas extremidades amarradas
com um arame esticado. A esse arco, se junta metade de uma cabaça presa a ele
por um cordão. A parte oca da cabaça serve para a ressonância. O cordão
esticado produz uma vibração sonora ao ser tocado. Na Bahia também é conhecido
por Gunga.
Esses
não são os únicos instrumentos musicais que herdamos dos negros. Existem muitos
outros. Seria até difícil enumerá-los. No Congado, por exemplo, são usados
diversos outros instrumentos. Nossa música, atualmente, contempla uma grande
diversidade de instrumentos e estilos.
Na
década de 60, o mineiro Abigail de Moura, maestro e copista de partituras, da
Rádio MEC, resolveu formar a primeira orquestra brasileira, com sonoridade africana
(2). Assim, ele inseriu na orquestra, os instrumentos de percussão usados na
religião dos negros. Trata-se da primeira Orquestra Afro-Brasileira. Na época
lançou dois álbuns: Obaluayé, em 1957 e a Orquestra Afro-Brasileira em 1968. Nesse
trabalho podemos perceber a soberania do tambor e de outros instrumentos de
percussão, bem como dos cantos religiosos.
Obaluayé
ou Babalu, é o nome de Omolu, na
Santeria Cubana. É o Orixá das doenças. Obaluàyé em iorubá significa "rei e senhor da terra":
Oba (rei) + Aiyê (terra). A cantora brasileira, Angela Maria, gravou em 1957, uma
música da cubana, Margarita Lecuona, chamada “Babalu”. Essa música fez muito
sucesso na época e acabou sendo gravada posteriormente por diversos cantores.
O
Brasil de hoje é resultado dessa grande mistura de povos. Nesse caldeirão cultural
nossa música foi gerada. Por isso, ela contempla elementos indígenas,
africanos, europeus... O cenário é rico em diversidade e contempla todos os
gostos. Talvez, por isso temos grandes artistas e uma música tão bonita. Graças
a Deus! A diversidade dos povos nos trouxe grandes riquezas do ponto de vista
cultural.
Fontes consultadas para esse texto:
1- Arthur Ramos. O negro brasileiro.
2- Carneiro, Edson. Religiões Negras - Negros Bantos.RJ, Civilização Brasileira, 1981.
3- https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/11/18/Quem-foi-Abigail-Moura-o-maestro-da-pioneira-Orquestra-Afro-Brasileira
- Consulta em 05/11/19
..."O Brasil de hoje é resultado dessa grande mistura de povos."..
ResponderExcluir