Caminhada pela Igualdade Racial. Justifica?

Está prevista para acontecer em Pará de Minas, no próximo dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, uma Caminhada pel...


Está prevista para acontecer em Pará de Minas, no próximo dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, uma Caminhada pela igualdade Racial. Aparecida Penha, que sempre foi uma militante da causa, juntamente, com outros parceiros, que compram essa ideia, está liderando o evento.

Mas, uma Caminhada pela Igualdade Racial, nos dias de hoje, se justifica? Bem, antes de respondermos a esse questionamento é bom darmos uma olhada nas informações que seguem abaixo:

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), de 2016, podemos constatar o seguinte quadro:

1- Taxa de analfabetismo:
Brancos: 4,2%  - Negros: 9,9%

2- Trabalho infantil (Crianças de 05 a 07 anos)
Brancas: 35,8%  - Negras ou pardas: 63,8%

De acordo com a mesma pesquisa em 2017, constatamos:

3- Rendimentos (em média) de todos os trabalhos:
Brancos: R$ 2.814,00  - Negros: R$ 1.570,00  - Pardos: R$ 1.606,00

4- Taxa de desocupação:
Brancos: 9,5%  - Negros: 13,6%  - Pardos: 14,5%

5- Atlas da Violência (2018): 71 % das pessoas assassinadas no Brasil  foram negras.

Bastariam os indicadores acima para justificar uma Caminhada pela Igualdade Racial em todas as cidades brasileiras. O Brasil está longe de ser uma “democracia racial”. Mesmo após, tantos anos, da abolição da escravatura, os negros continuam sem ter as mesmas chances e oportunidades dos brancos. Isso não é invenção para justificar uma conduta. Os números estão aí para nos envergonhar...

Uma matéria publicada pela Época – Negócios em outubro de 2017, apontava que os casos de racismo, no Brasil, dobraram em apenas um ano!  Até outubro, foram computados 41 casos em estádios de futebol de todo o Brasil. Na internet, tivemos um aumento de 64% em relação a 2016. Pelo visto, os indicadores atuais ainda são piores.

Um dos episódios racistas que mais chamou a atenção, nos últimos tempos, foi quando o Jornalista, famoso, da TV Globo, William Waack, perdeu a paciência com alguém que passou buzinando atrás dele, enquanto ele se preparava para entrar no ar, durante a cobertura das eleições nos Estados Unidos em 2017. Suas declarações dizendo que “aquilo deveria ser coisa de preto,” o fizeram perder o emprego na emissora onde trabalhava por muitos anos.  Isso, chamou a atenção para um racismo disfarçado de brincadeira. Aliás, talvez, esse seja um dos racismos mais cruéis, pois ele vem travestido de humor. No Brasil temos um racismo não assumido. Ninguém diz para o negro que ele não vai ocupar a vaga do emprego por ser negro. As desculpas são sempre outras. Nas telenovelas brasileiras, durante muito tempo, o negro ocupou um lugar marginal. Seu lugar era a cozinha, no caso da mulher, manobrista ou porteiro, no caso do homem. E daí por diante...

Como podemos constatar, a sociedade brasileira precisa acordar para uma igualdade de direitos. Por isso, uma “Caminhada pela Igualdade”, acaba chamando nossa atenção para alguns aspectos que precisamos modificar em nossas vidas. Temos que nos educar e educar as nossas crianças para  a construção de um mundo mais humano e fraterno. Que assim seja!

Fontes consultadas:
1- https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/21206-ibge-mostra-as-cores-da-desigualdade - Consulta em 04/11/19.

2- https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2017/10/epoca-negocios-pesquisa-aponta-que-casos-de-racismo-no-brasil-quase-duplicaram-em-um-ano.html - Consulta em 04/11/19.

3- https://observatorio3setor.org.br/noticias/racismo-mata-71-das-pessoas-assassinadas-no-brasil-sao-negras/ - Consulta em 04/11/19.

Imagem de Capri23auto por Pixabay 

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