Florzinha amarela
Tenho hábito de fazer pequenas caminhadas, na parte da manhã, assim que termino de rezar no Rádio. Próximo ao trevo, ao final da Presidente ...
Tenho hábito de fazer pequenas caminhadas, na parte da manhã,
assim que termino de rezar no Rádio. Próximo ao trevo, ao final da Presidente
Vargas, a prefeitura mandou plantar umas graminhas verdes. Depois de certo
tempo vi que estavam cheias de florzinhas amarelas. As flores são tão miudinhas
que, se a gente não prestar atenção, nem as percebe. São como pontinhos de luz
que mal se sustentam sobre uma haste insignificante. Olhando um pouco adiante
pode se ver grandes árvores que chamam a atenção pela grandeza e majestade. Num
depósito de areia, logo após o trevo, existe uma paineira que rouba a cena pela
beleza. Quando floresce chama a atenção de todos. Parece que sol só tem olhos
para ela! Na verdade, não é bem assim. O sol é democrático e brilha para todos.
Cada planta pega para si o brilho dourado que necessita. Se não fosse dessa
maneira a florzinha amarela, cujo nome nem conheço morreria, na escuridão.
Apesar de admirar a paineira, me identifico mais com a
minúscula flor. Imagino que os grandes santos são como a paineira. Tenho santidade
e não devo negar, pois sou filho de Deus. Mas, no cenário dos santos, alguns se
tornaram, verdadeiramente, grandes. Quem não admira São Francisco de Assis,
Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Pe. Libério e tantos outros? Esses sim. Foram
árvores frondosas e deram frutos para toda a humanidade. Mas, assim como o sol,
Deus é justo. Por isso, não nega os raios de sua graça às pequenas florzinhas incapazes
de resistir ao menor sopro do vento. Isso nos consola.
A velha paineira já desmanchou vários anos. A florzinha amarela dura menos que um dia. Se não prestarmos atenção ela morre, antes mesmo, de ser notada. Só abre pela manhã porque não aguenta o sol do meio dia. Não suplica pelas chuvas. Contenta-se com, apenas, uma gota de orvalho. Uma única gotinha, caída do céu, bastaria para encher de alegria uma vida inteira, contando que a vida não passe de um dia!
Em sua insignificância a florzinha amarela compôs o cenário
de minha reflexão, nesta manhã. Não roubou a cena de meu caminho e nem me fez
tropeçar. Bastou um pontinho de luz para que nele eu pudesse ver o sol inteiro!
É sempre assim. Deus é, de fato, surpreendente e se vale das coisas mais
simples para se comunicar conosco. Diferente de nós, Ele não tem manias de
grandeza. Distribui, igualmente, o seu brilho para as grandes árvores e as
pequenas flores. O que seria de nós, se não fosse esse sol de bondade?
Fotos: Gilmar Souza
Obrigada pelo texto profundo extraído do simples caminhar percebemos as maravilhas de Deus Otima reflexao.
ResponderExcluirÉ nessas hrs que percebemos a presença de Deus e temos forças pra caminhar e ver que a vida vale muito apena
ResponderExcluirEsse texto nós faz refletir o que queremos ser na vida.Um texto profundo e maravilhoso obrigado padre Geraldo pelas maravilhas que o senhor escreve que tanto nós ajuda em nosso caminhar...
ResponderExcluirlinda reflexão
ResponderExcluir.."A velha paineira já desmanchou vários anos. A florzinha amarela dura menos que um dia"..
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