Não basta ter fé da boca pra fora
O povo de Deus, vivendo no exílio da babilônia, pensava que estava sendo castigado por culpa dos antepassados que não honraram a aliança c...

O povo de Deus, vivendo no exílio da babilônia, pensava que estava sendo castigado por culpa dos antepassados que não honraram a aliança com Deus. Chegavam a dizer: "Os pais comeram as uvas verdes, mas são os dentes dos filhos que ficaram embotados" (Ez 18,2b). De alguma maneira se achavam justos e, como tais, estavam pagando pelos pecados dos outros. Nesse sentido, o profeta Ezequiel, que também viveu no exílio, chamava a atenção do povo. Para ele, a aliança feita com Deus, deveria ser honrada, não apenas de forma coletiva, mas de forma individual. “Quando o justo se afastar da justiça, praticar o mal o vier a morrer, morrerá por causa do mal cometido”, dizia o profeta. Cada um, portanto, é responsável pelos seus atos e deve assumir, individualmente, as consequências da aliança com Deus. A fé deve ser testemunhada com atitudes. Não basta dizer é preciso fazer.
Ao contar a parábola dos dois filhos (Mt 21,28-32), Jesus realça essa ideia de levar a fé para as mãos. Certo pai tinha dois filhos. Precisou da ajuda deles na lavoura. Pediu ao primeiro que fosse ajudá-lo. Ele disse que não ia, mas, depois acabou refletindo melhor e foi. O segundo filho disse que iria, mas não foi. Qual dos dois agiu melhor? Perguntou Jesus. A resposta parecia obvia. Agiu melhor aquele que foi ajudar ao pai.
Negar a ajuda ao pai era uma atitude muito grave no tempo de Jesus. Nenhum filho ousava questionar a autoridade do pai. Por isso, o primeiro filho acabou deixando o pai, inicialmente, envergonhado. Mas, depois tudo acabou bem, pois ele mediu as consequências de seu comportamento e acabou indo ajudar ao pai. O segundo filho é o tipo da pessoa que age politicamente correto. Ao dizer que ia ajudar o pai, “ficou bem na fita”. Diante de todos “vendeu o seu peixe” passando uma imagem de bom filho. Mas, depois, que decepção! Deixou o pai completamente na mão...
Nossa fé não deve ser reduzida ao discurso. É atitude. Não basta dizer que gosta de Jesus e sabe tudo sobre ele. Isso o diabo também sabe. A gente prova que ama Jesus é no testemunho do dia a dia. Falar que é católico, por exemplo, só porque foi batizado é bem pouco. Realçar a fé dos avós também não basta. Cada um responde por si. E não tem jeito de amar alguém sem alguma dose de sacrifício. Nesse caso, podemos nos perguntar: Qual é o preço da minha fé? Se eu não pago preço nenhum, não seria o caso de questionar o valor dela?
Para ser um bom católico você não tem que ser, necessariamente, uma nova Tereza de Calcutá ou Irmã Dulce. Seria muito louvável que tivéssemos mais pessoas com esse grau de santidade. Mas, nem sempre isso é possível. Mas, aquilo que me é possível, eu costumo fazer? A santidade também não seria uma grande soma de pequenas ações? Jesus não é ingrato. Ele prometeu recompensa até por um copo d’água. Oferecer um copo d’água não é coisa muito difícil, você concorda?
O grande exemplo para nossas atitudes foi dado pelo próprio Cristo. Ele que, poderia tudo exigir de nossa parte, agiu como um simples servidor, entre nós. Falando aos cristãos de Filipos (Fl 2,1-11) São Paulo disse, exatamente, isso:
Tende em vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus. Ele, que
era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas
aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante
aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à
morte, e morte de cruz.
Ser cristão é ter os mesmos sentimentos de Cristo. É colocar o próprio pé sobre suas pegadas e ao final do caminho talvez, deparar-se com uma cruz. Cristianismo não é coisa para gente mole. É uma proposta de vida exigente e corajosa. Mas, Deus nunca abandona aquele que se dispõe a segui-lo. Sem Deus nossa vida não faz sentido. Só Ele tem para nós, palavras de vida eterna. Pense nisso!
Imagem de Myriam Zilles por Pixabay
Senhor eu Creio mais aumentai a minha fé...obg Padre Geraldo Gabriel por sempre compartilhar e nos ajudar a refletir ... q Deus abençoe mt o senhor
ResponderExcluirAMEM Padre Gabriel o senhor fala direto ao coração da gente.
ResponderExcluirDe fato, essa reflexão nos alerta para a responsabilidade que temos: agir de acordo com a nossa fé. Essa é uma questão muito séria. É uma reflexão para ser lida sempre, para não nos esquecermos dessa importante autocrítica. Como estou agindo? O que estou fazendo? Na Biblia a importância de conformar o dizer e o agir aparece várias vezes: "Não é o que diz Senhor, Senhor que entrará no Reino dos céu, mas aquele que faz a vontade do meu Pai que está no Céu" e ainda "Aquele que diz amar a Deus que não vê, mas não ama seu irmão é mentiroso."
ResponderExcluirImportante pensarmos sobre isso.
Refletir o que compartilha padre Gabriel, é galgar os degraus da consciência dos mesmos sentimentos de Cristo e não ser somente católico, mas comprometidos cristãos com fé e atitudes . Que o Espírito Santo continue te iluminando e nos conduzindo.
ResponderExcluirExcelente comentário da liturgia da palavra deste final de semana! Ser cristão de verdade supõe vida de oração e ação. Eis o caminho!
ResponderExcluirMsm com a fé do tamanho de um grau de mostarda, creio que Deu a sempre nos proporciona boas colheitas, basta deixá-Lo agir. E esperar o tempo certo o tempo Dele , não o nosso.
ResponderExcluirEu creio Senhor ,mas aumentai a minha fé. Obrigada por nós ajudar entender a mensagem do Senhor nosso Pai .