Frutos chochos
Não existe nada pior na vida do agricultor que os frutos chochos. Cheio de esperança de obter boa colheita, ele emprega dinheiro e trabalh...

Não existe nada pior na vida do agricultor que os frutos
chochos. Cheio de esperança de obter boa colheita, ele emprega dinheiro e
trabalho em sua plantação. Às vezes, toda sua família trabalha com ele para que
possa obter boa colheita. Quando isso não acontece sua decepção é muito grande.
Afinal, não investiu tanto para colher apenas frutos chochos!
No Evangelho de São Lucas (Lc 13, 1-9), Jesus usa exemplo
parecido para transmitir-nos os seus ensinamentos. Falou-nos de uma figueira
plantada no meio da vinha. Naquele tempo, os agricultores aproveitavam o
terreno adubado para produção de uvas e no meio dele plantavam também as
figueiras. As terras da Palestina são muito adequadas para esse tipo de
plantação. Vejamos o que nos diz o texto bíblico:
“Certo homem possuía
uma figueira cultivada em meio a uma grande plantação de videiras; contudo,
vindo procurar fruto nela, não encontrou nem ao menos um. Por isso, recomendou ao vinicultor: Este é o
terceiro ano que venho buscar os frutos desta figueira e não acho. Sendo assim,
podes cortá-la! Para que ela ainda está ocupando à toa uma boa terra”?
De fato, qualquer agricultor sensato teria cortado essa
figueira que nada produzia ou produzia apenas uns frutinhos chochos. Na
continuação do texto bíblico podemos perceber a paciência de Deus conosco.
Deus, na verdade é o agricultor e nós somos a figueira da parábola. O texto
diz:
Respondeu o outro: Senhor
deixa-a mais este ano; cavarei em redor dela e colocarei adubo. Talvez dê fruto
no futuro. Se não, manda cortá-la...
Essa é a parte mais bonita da parábola. Ela mostra a
paciência de Deus conosco. Ele espera até o último minuto para ver os nossos
bons frutos. Mesmo quando não daria mais tempo de produzir bons frutos, como
foi o caso do “bom ladrão”, no calvário, Ele considera o nosso arrependimento e
nosso desejo de mudança. Uma colheita exige tempo. Mas, o “bom ladrão”, nem
tempo tinha mais pois já estava na hora da morte. Apesar disso Jesus derramou
sobre ele uma “cachoeira” de graças, perdoando ali mesmo os seus pecados.
Nós somos muito apressados em julgar o irmão que erra. Deus é
paciente. Ele não se cansa de esperar pelo nosso arrependimento e mudança de
vida. Nós, que nada somos, queremos julgar e condenar rápido demais. Às vezes,
condenamos até sem julgamento. Deus que tudo pode nos dá uma lição de
paciência. Por isso, a pessoa tem que se esforçar muito para ir para o inferno.
Até o último instante de nossa vida, Deus espera nossa conversão e
arrependimento. Ele não quer frutos chochos de nossa parte. Não foi para isso
que fomos criados. Fomos criados e preparados pela graça para dar bons frutos
de amor e santidade. Que tipo de figueira você é?
Imagem de Ulrike Leone por Pixabay
Bom dia Padre Gabriel! Amo sua reflexões, elas nós fazem muito bem.
ResponderExcluirBoa tarde Padre Geraldo Gabriel muito linda sua reflexão. Deus continue a abençoar o Senhor...
ResponderExcluirBelíssima reflexão, parabéns Padre Gabriel.
ResponderExcluir..."a parte mais bonita da parábola. Ela mostra a paciência de Deus conosco. Ele espera até o último minuto para ver os nossos bons frutos."...
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