A questão do divórcio: Mais uma arapuca para Jesus

  Alguns fariseus perguntaram a Jesus: É permitido ao homem despedir sua esposa por qualquer motivo? (Mt 19, 3 – 12)   A pergunta não foi pe...

 


Alguns fariseus perguntaram a Jesus: É permitido ao homem despedir sua esposa por qualquer motivo? (Mt 19, 3 – 12)  A pergunta não foi pela possibilidade, ou não, do divórcio. Quanto a isso, não havia dúvidas. As dúvidas eram sobre as causas dele. Essa questão já era polêmica no tempo de Jesus. O jeito que a pergunta foi formulada já deu a entender que o casamento era visto como um  contrato profissional entre duas partes onde uma delas, a parte masculina, poderia, simplesmente, despedir a outra. Isso mostra o quanto a mulher era desvalorizada. O marido poderia despedi-la sem direito algum e por qualquer motivo. As posições quanto a isso, variavam do laxismo ao rigorismo. Algumas escolas rabínicas defendiam o “qualquer motivo” e outras eram mais rigorosas. Naquele tempo alguns judeus, baseando-se na passagem bíblica de Deuteronômio (Dt 24,1-4), justificavam o divórcio por motivos banais. Vejamos o que diz o texto: Se um homem tomar uma mulher e exercer nela os seus direitos de senhor, mas ela cair em desgraça aos olhos dele por ter visto nela algum inconveniente, então ele escreverá um documento de divórcio e o colocará nas mãos dela, expulsando-a de casa... Vale ressaltar que a mulher despedida pelo marido passava por inúmeras dificuldades, pois, o tempo era outro.

Jesus não caiu nessa arapuca preparada pelos fariseus. Ele recolocou a questão no plano original do Criador citando outra passagem bíblica (Gênesis 2.24) onde afirma que Deus criou o homem e a mulher para ser uma só carne. Mas, eles retrucaram: Moisés permitiu dar à mulher uma carta de divórcio... E Jesus retrucou: Isso foi uma concessão, dada por causa da dureza de vossos corações. O que é concessão não deve ser visto como regra.

Há, atualmente, uma espécie de propaganda contra o casamento e, principalmente, contra o matrimônio religioso. Alguns defendem um amor do tipo caldo de cana, onde se absorve o caldo e joga o bagaço fora. Outros dizem que o casamento é uma espécie de gaiola que rouba a liberdade do passarinho... Mas, será isso mesmo? Não seria o matrimônio um lugar de realização da pessoa humana? Bom, é certo que um ou outro casamento não permanece mesmo. Isso se deve a muitos fatores como, por exemplo, a falta de maturidade humana quando o casal celebrou esse compromisso. Mas, outros fatores não podem ser ignorados: Egoísmo de uma das partes falta de fé falta de perdão... Para solucionar isso, é preciso uma boa preparação e um bom tempo de namoro. Só assim, a pessoa vai ter clareza do passo importante que vai dar. Ninguém deveria se casar pensando em separar-se depois. Infelizmente, quem sofre mais num processo de separação dos pais, são os filhos. Esses, quase nunca, são levados em conta na hora das brigas.

Numa sociedade do descartável somos tentados a descartar também as pessoas. É uma pena! Meus pais viveram casados a vida toda e, mesmo não sendo um “casamento de novelas,” papai nunca conseguiu se recuperar da viuvez. Mesmo após a morte de minha mãe ele chamava por ela sem perceber. Criaram juntos oito filhos e, apesar da pobreza, souberam contornar seus conflitos. Mas, toda noite eu os via rezar antes de dormir. Acho que era ali que tiravam forças para a vida. Penso que a oração do casal pode sustentar a família. A oração nos ensina a perdoar e a confiar em Deus. Quantas vezes o marido deverá perdoar a esposa, e vice-versa? Sem perdão, um casamento dificilmente se sustenta.

Os fariseus queriam colocar Jesus numa situação embaraçosa, mas, quem acabou se  embaraçando foram eles. Jesus fala com autoridade divina e com essa autoridade afirmou que o matrimônio está nos planos de Deus e que nele a pessoa pode se realizar e ser feliz. Você é feliz no seu matrimônio?

Imagem de debowscyfoto por Pixabay

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