A pandemia e o exibicionismo farisaico
Para começar essa reflexão de hoje, primeiramente temos que falar sobre alguns grupos religiosos existentes no tempo de Jesus. E para fala...
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Para começar essa reflexão de hoje, primeiramente temos que
falar sobre alguns grupos religiosos existentes no tempo de Jesus. E para falar
deles vou citar Basílio Caballero, e o que ele escreveu sobre isso em seu livro
“A Palavra de Cada dia”, publicado pela Paulus Editora.
Quem eram os fariseus?
Devido às polêmicas de Jesus com eles, nós identificamos fariseus e farisaísmo
com “hipocrisia”. Pode ser uma qualificação simplista. O movimento farisaico do
tempo de Jesus, apesar das falhas que ele denunciou, tinha valores inegáveis
pela sua piedade e observância fiel da lei. A seita dos fariseus (“separados”,
em hebraico) era um grupo virtuoso de leigos de base, sem aspirações de poder;
acreditavam na ressurreição dos mortos, não se contaminavam com os pecadores e aceitavam
como Escritura não só a Torá ou Pentateuco, mas também as tradições rabínicas
(a Mishná). Tudo isso os distinguia dos saduceus, que eram um grupo de elite,
ricos e materialistas, pertencentes à nobreza e à classe sacerdotal; negavam a
ressurreição, assim como a existência dos anjos, não admitiam mais Escritura
que a Torá e procuravam o poder colaborando com os romanos. Os escribas ou
letrados, cuja função era interpretar a lei mosaica, pertenciam tanto a um
grupo como a outro.
A falta dos fariseus
foi dar prioridade à lei sobre o amor, à norma sobre a pessoa, às práticas
rituais sobre as atitudes morais; tudo isso os levava embora sem o procurar, à
hipocrisia religiosa, separando o amor a Deus do amor ao próximo. Algo que
Jesus unirá indissoluvelmente; e essa é a originalidade da sua doutrina e da
religião por ele fundada, o cristianismo.
O Evangelho deixa claro que Jesus teve muitos problemas com
esses grupos. Por excesso de zelo que beirava ao fanatismo, eles sobrepunham
suas tradições à própria lei mosaica. Isso fica claro na questão do corbã (Mc
7,11). O quarto mandamento da lei mandava amar o pai e a mãe. Mas, para sair
dessa prescrição eles criaram o chamado “corbã”, consagrando os bens a Deus
para não ajudar os pais... Com essa situação percebemos que eles, muitas vezes,
viviam uma religião de aparência, pois esqueciam propositalmente alguns
aspectos essenciais da fé. Daí ao exibicionismo era um pulo. Por causa disso
Jesus também chamou a atenção deles:
Fazem suas obras só
para serem vistos pelos homens, usam faixas bem largas com trechos da lei e
põem no manto borlas bem longas. Gostam do lugar de honra nos banquetes e dos
primeiros assentos nas sinagogas, de serem cumprimentados nas praças públicas e
chamados de rabi (Mt 23, 5ss)...
O farisaísmo é um mal em todos os tempos. Viver uma religião
de aparência não é coisa rara nem mesmo entre nós. Durante a pandemia do Covid-19,
percebi que algumas pessoas sumiram de nossas igrejas. Aqueles que antes, disputavam
um local de visibilidade, simplesmente, desapareceram. É certo que, mesmo antes
disso, alguns grupos só gostavam de atuar nas celebrações consideradas, mais
importantes da paróquia. Nessas celebrações não faltavam pessoas para ajudar.
Naquelas mais simples, alguns nunca compareciam, mesmo estando escalados. Isso,
não deixa de ser farisaísmo, pois ninguém deve ajudar na Igreja só para
aparecer. Mesmo sem público ou com ele reduzido quem ajuda na Igreja o faz por
causa de Cristo e não para ser aplaudido. Os fariseus que disputavam os
primeiros lugares foram condenados por Jesus. Os fariseus de hoje correm o
mesmo risco. Pense nisso!
Imagem de 🎄Merry Christmas 🎄 por Pixabay
Nossa, que coisa mais certa! A gente fica até sem saber se aquelas pessoas que ficavam desfilando na igreja na hora da missa, morreram com o Covid.?..mas acho que é isso ai. Falta de publico, plateia..
ResponderExcluirVerdade
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