Imprimirei minha lei em vossas entranhas...
Acho que todos vão concordar comigo sobre a falta de amor que campeia em nosso meio. As pessoas parecem se esquecerem de Deus, pois Ele é ...

Acho que todos vão concordar comigo sobre a falta de amor que
campeia em nosso meio. As pessoas parecem se esquecerem de Deus, pois Ele é
misericórdia e compaixão! Mas, quando lemos os profetas podemos perceber que
esse problema é bem mais antigo. Em seu tempo Jeremias já reclamava disso. Ao falar
da “nova aliança” (Jr 31, 31-34) dizia que Deus a queria inscrita, não nas
pedras e sim, nos corações humanos:
“Eis que virão dias,
diz o Senhor, em que concluirei com a casa de Israel e a casa de Judá uma nova
aliança; não como a aliança que fiz com seus pais, quando os tomei pela mão
para retirá-los da terra do Egito, e que eles violaram, mas eu fiz valer a
força sobre eles, diz o Senhor. Esta será a aliança que concluirei com a casa
de Israel, depois desses dias, diz o Senhor: imprimirei minha lei em suas
entranhas, e hei de inscrevê-la em seu coração; serei seu Deus e eles serão meu
povo. Não será mais necessário ensinar seu próximo ou seu irmão, dizendo:
‘Conhece o Senhor!’; todos me reconhecerão, do menor ao maior deles, diz o
Senhor, pois perdoarei sua maldade, e não mais lembrarei o seu pecado”.
“Imprimirei minha lei
em suas entranhas, e hei de inscrevê-la em seu coração”... Essa afirmação divina é muito
forte e o profeta Jeremias parece escrevê-la, com sangue e lágrimas! Lei
escrita em papel já existia em Israel. Mas, isso parecia pouco. Por isso, o
profeta diz que Deus quer sua lei inscrita no coração! Papel aceita tudo. A nova aliança prevista
por Jeremias não poderia ser reduzida a um feixe de doutrinas. A Lei como
entendida pelos escribas já não representava a vontade de Deus. A pena dos
legisladores estava mentirosa (Jr 8, 8). Era mais fácil escrever nas pedras do
que no coração. As pedras são frias e os corações são quentes! Já dizia São
Paulo: A letra mata. É o Espírito que dá a vida (2 Cor 3, 6)!
A Lei que deveria ser gravada em nossas entranhas é a lei do
amor e, tal lei, não atua de fora para dentro e sim, de dentro para fora. Por isso, sua observância deveria ser natural,
pois, naturalmente, amamos: - Não será
mais necessário ensinar seu próximo ou seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor! Pois
todos me reconhecerão, do menor ao maior deles... Sendo o amor uma vivência
o seu aprendizado acontece, naturalmente, na convivência humana. Talvez, por
isso, disse Santo Agostinho: Ama e faça o
que quiseres! Quem ama, de verdade, não
irá fazer nada que possa prejudicar ao próximo. Escrevendo aos Romanos (Rm 13,
10), disse o Apóstolo Paulo: - Quem ama não faz mal ao próximo, pois
o amor é o cumprimento pleno da lei...
O que percebemos hoje é que sobra legalismo e falta
compaixão. Isso acontece dentro de cada um de nós. Não basta apontar o dedo
para os outros. É preciso que cada um reveja suas posturas e exemplos. Quem
sabe poderíamos aproveitar esse tempo para uma verdadeira conversão? Com
certeza não iremos mudar o mundo. Mas, podemos tentar mudar, pelo menos, nossos
corações o que já seria um grande passo. Deixemos, portanto, que Deus inscreva
sua lei dentro de nós. Pense nisso!
Imagem de anncapictures por Pixabay
..."O que percebemos hoje é que sobra legalismo e falta compaixão. Isso acontece dentro de cada um de nós. Não basta apontar o dedo para os outros. É preciso que cada um reveja suas posturas e exemplos. Quem sabe poderíamos aproveitar esse tempo para uma verdadeira conversão?"..
ResponderExcluir..."Acho que todos vão concordar comigo sobre a falta de amor que campeia em nosso meio.".. Claro que concordo Padre, isso mesmo!
ResponderExcluirExcelente padre Gabriel 🌻👏👏👏
ResponderExcluir