O Evangelho chega à Europa (At 16, 11-15)

  Deus sabe o que faz e, por isso, na hora certa, suscitou em sua Igreja um homem, um santo, do porte de São Paulo. Graças à sua atuação a m...

 


Deus sabe o que faz e, por isso, na hora certa, suscitou em sua Igreja um homem, um santo, do porte de São Paulo. Graças à sua atuação a mensagem cristã atravessou as fronteiras da “Terra Santa” e alcançou os confins do mundo. Os confins do mundo na época de São Paulo talvez, fosse o que hoje chamamos de Europa. Naquele tempo, não se tinha a mesma visão e o mesmo conhecimento que temos do planeta atualmente.

Após sua conversão e sua estadia em Antioquia, da Síria, Paulo, Barnabé e Marcos foram enviados em missão. Marcos voltou do caminho e os dois continuaram a primeira viagem missionária. Para tanto, saíram de Antioquia, atravessaram a Ilha de Chipre e alcançaram a parte sul do que hoje é a Turquia. Naquele tempo essa região era chamada de Panfília. Desembarcando em Atália, seguiram para Perge, Antioquia (da Psidia), Icônio, Listra e Derbe. Depois retornaram passando, novamente, por essas cidades e chegaram ao ponto inicial de onde haviam partido.

Ainda quando faziam o “balanço da viagem” e se alegravam pelo fato de  terem anunciado o Evangelho de Cristo aos pagãos, chegaram em Antioquia, vindos de Jerusalém, alguns convertidos do judaísmo que questionaram as práticas de admissão dos pagãos ao Cristianismo. Afirmavam que antes de aderirem a fé cristã tais pagãos deveriam passar pelo ritual judaico da circuncisão, bem como, adotar outras práticas tipicamente judaicas. Paulo e Barnabé não concordaram com isso, pois, de alguma forma invalidaria o sacrifício redentor de Jesus na Cruz. O que salva a pessoa, segundo Paulo, não são as práticas rituais e sim o sacrifício de Jesus no calvário. O debate cresceu de tal maneira que os apóstolos Paulo e Barnabé foram tirar isso à limpo, em Jerusalém, no que veio a ser chamado de Concílio de Jerusalém. Após muitos debates na assembleia  o resultado foi favorável ao trabalho pastoral de São Paulo. A Igreja decidiu não impor nenhum fardo aos pagãos, apenas, recomendou que eles evitassem alguns costumes pagãos como por exemplo, comer carne de animais sacrificados aos ídolos. Na verdade, isso já não era problema para São Paulo que sentia-se libertado por Cristo. De qualquer maneira, para não escandalizar os mais simples, ele mesmo recomendou a circuncisão de Timóteo em sua segunda viagem missionária.

Em sua segunda viagem ele separou-se de Barnabé que foi com Marcos para a região de Chipre.  Paulo seguiu viagem, por terra, pelo interior da Anatólia. Passou e algumas cidades onde estivera na primeira viagem mas, dócil ao Espírito Santo, foi tomando um caminho diferente até chegar em Trôa, nas proximidades da lendária Cidade de Tróia, antiga província de Misia. Após um sonho que teve em Trôa tomou um barco e percorreu cerca de 200km até chegar em território europeu, mais, precisamente, em Neápolis. Daí foi a Filipos onde iniciou um grande trabalho missionário.

A Cidade de Filipos recebeu esse nome em homenagem a Filipe da Macedônia, pai de Alexandre Magno. Mas, na época de São Paulo, a cidade já era uma colônia romana regida pelo direito itálico. A administração da cidade seguia os mesmos moldes da administração romana. Por ser uma colônia também não pagava impostos a Roma. Pelo jeito não havia muitos judeus nessa cidade, caso contrário, Paulo não teria encontrado com algumas pessoas, entre elas, Lídia, rezando à beira de um rio. 

Algumas mulheres estavam rezando à margem do rio. Paulo aproximou-se delas e começou a falar de Jesus. Lídia era comerciante de púrpura e, certamente,  viúva. Simpatizou-se com os ensinamentos de Paulo e convidou-o para hospedar em sua casa. Incialmente, Paulo resistiu mas acabou aceitando o convite. Lídia deveria ser uma mulher de posses, pois o produto que ela comercializava era muito caro, naquele tempo. A púrpura era uma tintura extraída de um molusco na cidade da Trácia (atual Turquia), na região da Lídia. Isso talvez, explique a razão do seu nome. Somente os reis e imperadores vestiam roupas púrpuras porque o preço delas era muito alto.

A casa de Lídia, em Filipos na Macedônia, foi a primeira “igreja cristã” em solo europeu. Foi daquele espaço doméstico e acolhedor que o Apóstolo conseguiu lançar suas ideias e falar de Jesus. Guiado pelo Espírito Santo, Paulo certamente, não sabia que estava iniciando um trabalho de proporções inimagináveis! Graças a Ele o Evangelho cresceu e se estendeu numa região nunca antes sonhada!

Imagem de PublicDomainPictures por Pixabay 

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