Festa de Casamento
Não gosto muito de idealizar o passado mas, confesso que, de algumas coisas, tenho saudades. Uma delas é a festa de casamento. O casamento...
Não gosto muito de idealizar o passado mas, confesso que, de
algumas coisas, tenho saudades. Uma delas é a festa de casamento. O casamento à
moda antiga envolvia longa preparação, incluindo o tempo de namoro, é claro!
Diferente de hoje, o namoro não começava na cama! Ele envolvia uma série de
rituais como, por exemplo, a permissão dos pais. Só depois de “cozinhar o galo”
um bom tempo, é que saia o casório. Antes, porém, o noivo
precisava arranjar uma casa e a noiva preparar o “enxoval”. Não se pensava
muito em aluguel de casas e nem de comprar tudo pronto nas lojas. O casamento,
naquele tempo, era sagrado e não podia ser realizado apenas para às câmeras. A
bem da verdade, nem câmeras existiam. Também não havia “empresas casamenteiras” e
ninguém se preocupava com “Facebook”. Em
compensação, os casamentos não duravam apenas dois meses ou 24 horas!
Naquele tempo as festas de casamentos eram concorridas e, de
longe, vinham as boas cozinheiras, biscoiteiras e doceiras para prepará-las.
Essa regra, naturalmente, não valia para os mais pobres pois, para esses, o
urubu sempre foi preto. Àqueles que
podiam realizavam tudo com fartura. Às vezes, matavam-se um boi e alguns porcos
para que não faltasse carne aos convidados. Nada era como atualmente com lanchinhos
industrializados que, de tão minúsculos, se escondem nas dobras dos
descartáveis... Antigamente não tinha tantas variedades e guloseimas mas, em compensação, a gente deitava e rolava! As comidas eram preparadas por mãos hábeis e
experientes dispensando geladeiras e micro-ondas. Após a chegada dos noivos os abraços e
comilanças, normalmente, aparecia um sanfoneiro, de barba bem aparada, para
impressionar. Gordos e magros, velhos e jovens todos dançavam por dois motivos:
Comemorar e fazer a digestão! Alguns, antes de retornar às suas casas,
aproximavam-se das mesas, para uma segunda rodada... Os noivos iam
para a lua de mel em “casa própria” e só eram vistos três dias depois!
De certo tempo pra cá, parece que a terra tremeu e tudo mudou.
Os casamentos ficaram chochos e os
noivos com cara de condenados. A Igreja foi descartada e as bênçãos de Deus
ignoradas. Alguns casais, inventam moda que nem sempre dão muito certo. Sei de
um caso, em que a noiva insistiu em casar-se dentro de um curral. Certamente, tinha alguma fixação em laços e chifres... Outro casal, inventou-se, de casar
debaixo de uma grande moita de bambu. Tudo teria dado muito certo se não fosse
uma caixa de marimbondos que resolveu comparecer à cerimônia... Outra noiva,
querendo embelezar a filmagem, resolveu chegar no local do casório conduzindo
uma charrete. Teria ficado bem legal se o cavalo não tivesse medo dos fogos de artifício que
a turma resolveu queimar, bem na chegada da vítima...
Confesso que, sinto pena de alguns noivos. Como se não
bastasse a tensão própria à ocasião, eles sofrem pressão do mercado:
cerimoniais, flores, filmagens, buffet, etc. Para essas “vítimas do nosso tempo”
vale lembrar: "Casamento por imposição é de curta duração”. Aos restantes que se
livraram de todas essas pressões, só me resta dizer: Meus parabéns. Deus os abençoe!
Foto em destaque: https://pixabay.com/pt/photos/casal-casamento-parque-443600/