O dom da perseverança

  Assim como uma mãe ensina a criança a caminhar, com muita paciência e amor, Deus também nos auxilia, constantemente, com sua graça para qu...

 


Assim como uma mãe ensina a criança a caminhar, com muita paciência e amor, Deus também nos auxilia, constantemente, com sua graça para que não caiamos em pecado. Muitas vezes, ao longo da vida Ele nos auxilia concedendo-nos o dom da perseverança. Esse socorro divino varia de pessoa para pessoa.  Alguns devem perseverar muito tempo antes de alcançar uma grande graça. Esse foi o caso da Profetiza Ana que esperou uma vida toda para ver o salvador. Outros alcançam uma chuva de graça de uma única vez, como foi o caso do “bom ladrão” que, ao lado da cruz, suplicou por misericórdia. Nesse caso, nem deu tempo de perseverar pois a   perseverança foi diluída na conversão.

Como podemos manter a perseverança no amor a Deus? – Através da oração, leitura da Palavra de Deus e práticas penitenciais. Mas, lembremos: não é o nosso esforço que nos faz perseverar no bem e sim a graça de Deus! Trata-se de um dom, dom que deve ser acolhido e alimentado. Seria bom, se um dia pudéssemos afirmar como São Paulo: “Nem a vida nem a morte irão me separar do amor de Deus!” (Rm 8, 38-39).  Apesar de nossas fraquezas, é muito consoladora a lembrança de que, criatura alguma nesse mundo, tem o poder de nos afastar de Deus! Somente nós mesmos podemos virar-lhe as costas. Por isso, é tão importante suplicar-lhe, pelo dom da perseverança. Quando Jesus perdoava os pecadores pedia-lhes, que não voltassem a pecar (Jo 5,14).  A João, autor do Apocalipse, ele disse: Sê fiel e eu lhe darei a chave da vida (Ap 11, 10).

Costumo dizer que “fogo de palha não cozinha feijão”. Ele brilha muito mas não tem nenhuma duração. Na Igreja e na sociedade, infelizmente, temos muito fogo de palha. São pessoas bem intencionadas que começam um trabalho mas desistem logo, após as primeiras dificuldades. Talvez, isso também explique o fracasso de tantos matrimônios...

 Consciente de sua fraqueza o salmista, certo dia rezou assim:

Senhor Deus, sois minha esperança; Não a deixeis fracassar nos dias últimos da vida. Quando, cansado dos anos, meu vigor me faltar, não me abandone a tua mão... (Sl 70,9)

Assim como o salmista, nós também devemos suplicar, sempre, a Deus os dons da fidelidade e da perseverança, pois não basta deixar de pecar, é preciso perseverar na prática das virtudes. 

Em Minas Gerais, quando chega o mês de agosto e setembro, os campos, ressequidos, ficam salpicados de amarelo. São os ipês! Para mim, eles são exemplos de perseverança, pois suportam todos os maus tratos que lhes são infligimos (queimadas, tratores, machados...) e, nos presenteiam, a cada ano,  com milhares de flores amarelas. Debaixo de um ipê florido é impossível não agradecer a Deus por tamanha beleza. Quem dera fôssemos como eles e, apesar das dificuldades, conseguíssemos florir e não desanimarmos. Pense nisso! 

Foto: Arquivo pessoal: Ipê florido. 

 Obs: Texto baseado na leitura do Tratado do Amor de Deus, de São Francisco de Sales. Livro III, Cap IV.

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  1. Hoje escolhi como primeira leitura do blog do Senhor esta reflexão que precisava mesmo ler quando se trata de preserverar.
    Difícil mas necessário não ceder ao desânimo diante algumas dificuldades. Veio dar ânimo para perseverar este belo texto. Agradeço e que o senhor continue ou seja preservere escrevendo com tanta sabedoria, e que muito.ajuda.

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