Minha pobre unha encravada...
Hoje, quando tantos se preocupam com a estética corporal, preocupação que vai da raiz do cabelo à sola dos pés, exibo, sem constrangimento...
Hoje, quando tantos se preocupam com a estética corporal, preocupação
que vai da raiz do cabelo à sola dos pés, exibo, sem constrangimentos, minha
pobre unha encravada. Exibir é a palavra
certa a quem sempre usa sandálias abertas com os pés à vista.
Ter unhas bonitas e bem cuidadas não é apenas capricho
feminino, atualmente, os homens também se preocupam com essas coisas, às vezes,
até com certo exagero. Ao ver o último horário político até desconfiei de
alguns candidatos que faziam questão de exibir unhas pintadas e as sobrancelhas
recortadas tipo para-lamas de bicicletas quando bicicletas tinham esse
artefato. Meu Deus, pensei com meus botões: Se dependesse das unhas eu jamais seria
eleito para qualquer coisa! Sei que o leitor deve estar imaginando que sou
sósia do Zé do Caixão, mas também não chega a tanto. Não é só porque tenho uma,
digo duas, ou talvez, mais unhas deformadas que não mereço o seu crédito.
Exceto algumas, minhas unhas até que são ajeitadinhas. A que chama mais atenção
é a do dedão do pé esquerdo. Naura que
trabalha comigo, e é profissional nesses casos, até jurou que consertaria minha
unha. Mas, fiz de surdo pois, até onde sei, ela não é cirurgiã.
O incidente, há quem prefira dizer “acidente”, me aconteceu
na infância e dele tenho vivas recordações. Havia em minha casa, um velho banco
de madeira, uma pedra e um menino custoso, que por sinal, era eu mesmo. Para ter sossego, certo dia, minha mãe me botou
para quebrar grãos de milho e transformá-los em canjiquinhas para dar comida
aos pintinhos, recentemente, separados da galinha. Com cara de profissional, coloquei sobre o
banco um bom punhado de milho e com uma pedra nas mãos dei início à
operação. Naquela época, eu devia ter
uns cinco anos no máximo e achava a pedra mais pesada que o mundo. Num dado
momento ela escorregou de minhas mãos e caiu sobre o dedão do pé que, na
ocasião era apenas um dedinho, e lá se foi dedão com unha e tudo!
O menino quando é travesso não costuma chorar muito para não
oferecer provas contra si mesmo. Mas, naquele dia fatídico, não tive outra opção
a não ser abrir o bué. Isso tudo me
ocorreu há mais de trinta anos, digo, há mais de quarenta, ou melhor, há mais de
cinquenta e cinco e, ainda carrego em meu corpo, as marcas da travessura. Hoje
continuo travesso, mas, não faço mais canjiquinhas. Você sabe, gato escaldado
tem medo de água fria...
Imagem de Hans Linde por Pixabay
Estava com saudades do Senhor e das crônicas !
ResponderExcluirAh menino levado, creio que deve ter um monte de casos pra contar.
Voltando a crônica, realmente o ser humano as vezes passa do limite, fica até ridículo. Um cuidado cabe a qualquer um, mas ultimamente quando a pessoa começa a fazer procedimentos ela vira escrava desses, ela quer mais e mais. Tenho dó, isso é a mais pura negação ao envelhecimento. Vamos ver onde vai parar todo esses recursos. Não existe recurso na certidão de nascimento.
Oh Meu Deus!
ResponderExcluirLevado todo mundo foi, pelo menos uma vez e principalmente para os pais. Quem não se ralou aprendendo andar de bicicleta, ou de baratinha, etc. Meu irmão mais novo e eu, aprontamos muito, mas graças a Deus não tivemos nenhuma sequela.
ResponderExcluir..."Para ter sossego, certo dia, minha mãe me botou para quebrar grãos de milho e transformá-los em canjiquinhas para dar comida aos pintinhos, recentemente, separados da galinha." ... Imagino a dor! 😣
ResponderExcluirBoa tarde padre GERALDO GABRIEL a sua benção! Padre quantas cicatriz a gente carrega no corpo,e sabe a origem e história de todas. Essa tem há ver com todos nós que nasceram nas décadas 60,70,e80. Um abraço padre GERALDO GABRIEL fica Deus.
ResponderExcluirDizem que toda criança custosa, tem marcas de duas proezas de infância! E quem não tem? Kkkk
ResponderExcluirMuitas recordações da infância... Cada dia foi uma história nova. Recordar é também viver...
ResponderExcluirQuem nao viveu intensamente uma infância ? E quem não carrega uma marquinha de travessuras! Conheço está unha porque está sempre de sandalias, o que vale que exibi -la não é problema para os senhor, serviu até de inspiração para fazer um texto gostoso de se.ler.
ResponderExcluirKkkkk É muito cômico Padre GG, penso que a mãe, acudiu logo seu filho, e não pediu mais pra fazer canjiquinha. Realmente em nossa vida guardamos lembranças boas e ruins.
ResponderExcluir👏👏👏👏
ResponderExcluirEstou a imaginar o grito desse menino custoso kkkkk coitado do Gabriel!!
ResponderExcluirAcho que apartir de hoje muita gente vai olhar para os seus pés pra ver essas unhas encravadas!
Cada um com suas lembranças do passado!!!umas deixaram marcas profundas.
ResponderExcluir... As proezas da infância passada, deixam as cicatrizes de hoje numa pessoa forte. Precisamos fazer com que as crianças de.hoje tenham um pouco de vivência do passado e sair mais das telas e da tecnologia eletrônica.
ResponderExcluirÉ muito bom quando temos marcas de travessuras no corpo da época de infância, claro que marcas leves.
ResponderExcluirFeliz de quem teve muita molecagem porque não pulou etapas, e sim as vivenciou. Acredito será um adulto mais resolvido, levando a vida com setidade e não deixando nunca de ter bom humor.
Quanto a Zé do caixão ele teve seus fãs pelo estilo escolhido, eu tô fora.
Ai, imagino que dor passou! Unha encravada é triste e dolorosa! Quanto ao Zé do Caixão, tinha medo só de ver as unhas horripilantes que ele tinha! Deus o tenha!
ResponderExcluirMeu Deus...fico imaginando a dor que sentiu. Tomara que o nosso Gabriel venha menos sapeco!😀
ResponderExcluirMeu Deus! Que dor profunda deste menino trabalhador! Eu também tinha lá meus 6 ou 7 anos... Fui ralar mamão verde, prá mamãe fazer doce.Ao cortar o mamão,a faca bateu foi no meu dedo,até hoje a cicatriz está aqui.Sao muitos traumas que ficam na memória da gente... Ao aprender andar de bicicleta,ao aprender nadar no açude na fazenda da vovó,que sufoco eu passei!...
ResponderExcluirKkkkkk Ainda não vi a unha!!! Mas, é isto , o tempo vai passando e com ele vamos acumulando as cicatrizes,sejam elas externas ou internas. E assim vamos fazendo nossas memórias....
ResponderExcluirNa nossa época, as crianças trabalhavam,nachucavam,choravam e seguiam em frente. Mas éramos felizes e não sabíamos.
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