Só via faca voar
Eu não estava lá e nada vi, mas, dizem que o pau quebrou. Trabalho com rádio, mas, não sou o Repórter Esso, a “testemunha ocular da histor...

Eu não estava lá e nada vi, mas, dizem que o pau quebrou.
Trabalho com rádio, mas, não sou o Repórter Esso, a “testemunha ocular da historia”.
O entrevero aconteceu no Monte Olimpo numa tarde de primavera durante uma festa
de casamento. Os noivos eram Tétis e Peleu. As más línguas diziam que tudo
aquilo não passou de uma encenação para justificar um casamento arranjado.
Tétis era uma deusa e Peleu um mortal meio pé rapado. Que motivos teriam os
deuses para forçar tal enlace matrimonial?
Na verdade, a coisa foi feita para não despertar suspeitas. Zeus, o mandachuva
do Olimpo era muito rabo-de-saia e fazia de tudo para aproximar-se, de outras
deusas ou mortais. Dizem que, do que possuía orelha, ele só perdoava mesmo era gamela
e martelo. Vai saber...
Hera, com H, a esposa de Zeus era muito ciumenta. Então Zeus
forçou aquele casamento para disfarçar sua cobiça pela noiva. Por pouco, ele não
foi padrinho do novo casal! Aquela sim foi uma festa de arromba sem o cantor
Erasmo Carlos. Tudo foi feito nos conformes: A mesa farta, a música selecionada e muita
bebedeira. Hebe, não a Camargo, servia
ambrosia com coalhada fresca para os deuses. Na verdade, havia muita frescura
em tudo aquilo também.
Para evitar confusão Zeus não convidou uma deusa barraqueira
chamada Éris, a discórdia. E adiantou? – Não! Ela foi, de penetra, mesmo. Aliás, chegava sempre “cheirando álcool e fumando sem
parar”. Para não fugir à regra armou o maior barraco na festa. Dessa vez, foi
sorrateira e soube mexer com a vaidade alheia. Levou para a festa uma maçã de
ouro com uma dedicatória: Para a mais bela! Fingiu-se de sonsa e deixou a maçã
sobre a mesa. O objeto era bonito e valioso. Fora colhida no Jardim das
Hepérides um local bem guardado por Atlas.
Mulher bonita nunca faltou na Grécia nem no Brasil. Mas,
aquela festa não contou com nenhuma mulher brasileira. No local havia três
deusas de tirar o fôlego: Hera, a mulher de Zeus; Afrodite, a deusa do amor e
Atena a deusa da sabedoria. Cada uma afirmava que a maçã lhe pertencia por
direito. A confusão foi geral e “só se
via faca voar”. Zeus não quis comprar aquela briga e escolheu um moço meio
songamonga para ser juiz das três vaidosas. O nome desse jovem era Páris, um
príncipe, filho do Rei de Tróia que andava de bobeira por ali. Príncipe também
pode ser songamonga. Daí você já vai imaginando o resto...
Cada uma das deusas tentava subornar o príncipe para que ela
fosse a ganhadora do prêmio. Atena lhe prometeu sabedoria, Hera vitória nas
guerras e Afrodite lhe prometeu algo difícil para um homem resistir: Possuir a
mulher mais linda da Grécia! Qual deusa você acha que ganhou? Afrodite, é
claro! Naquele tempo já havia suborno. Acontece, que a mulher mais linda da Grécia era casada. Tratava-se de Helena, a mulher de
Menelau. E agora José? Agora o angu
estava pronto! Como promessa de Deusa não poderia voltar atrás, Páris levou
Helena consigo para Tróia, a terra de
seus pais. E foi isso que, segundo alguns, fez iniciar a famosa Guerra de
Tróia. Vai saber! Uma coisa é certa: “Mulher
nova, bonita e carinhosa... você já sabe...”
Bons tempos aqueles em que por causa de uma única mulher se
desencadeava uma verdadeira guerra. Hoje, é bem provável, que boa parte dos homens iriam trocá-la por
uma simples pescaria, ou uma tarde conversando com os amigos no Zap. Deus toma
conta!
Imagem de WikiImages por Pixabay
Estou morrendo de rir!!!! A Grécia é aqui! E viva o Brasil! A música escolhida foi perfeita!
ResponderExcluirKkkk Quem gosta de filosofia grega consegue fazer uma construção de texto como esta . Parabéns.
ResponderExcluirDigo com certeza que foi através dos escritos do Senhor, que a filosofia grega ficou interessante para mim, tive inclusive algumas aprendizagens deste universo. Soube conjugar diversão com aprendizagem.