Tu és o Cristo de Deus
Talvez, ninguém tenha provocado tantas discussões e dividido opiniões quanto Jesus. Logo após o seu nascimento incomodou Herodes, o Grande...

Talvez, ninguém tenha provocado tantas discussões e dividido opiniões
quanto Jesus. Logo após o seu nascimento incomodou Herodes, o Grande, que
mandou matar os inocentes de Belém querendo exterminá-lo. Na idade adulta,
incomodou outro Herodes, o “Antipas” que “desejava vê-lo” mas, sobretudo,
desejava matá-lo. Após sua morte continuou incomodando outros Herodes (Agripa I
e II). Esses, não podendo matar jesus que já era considerado morto, passaram a
perseguir a Igreja: Mataram Tiago, prenderam Pedro... De lá pra cá, quantos
novos Herodes surgiram? Só Deus tem essa resposta.
As informações sobre Jesus, que chegaram a Herodes, eram as mesmas
que circulavam entre o povo, para quem Jesus poderia ser: João Batista
Ressuscitado, um dos antigos profetas redivivos ou, quem sabe, um novo
charlatão? Todas essas respostas colocavam Jesus como uma figura do passado. Até
hoje, corremos esse risco: Entender Jesus como um personagem do passado!
No Evangelho de São Lucas (Lc 9, 18 – 22), não são mais as
pessoas que interrogam sobre Jesus. Ele é que passa a interrogar os discípulos
sobre sua identidade: - Para vocês, quem sou eu? Expressando a fé da Igreja, Pedro tomou a
iniciativa dizendo: - O Cristo de Deus!
A resposta de Pedro contém parte da verdade mas, ainda está
incompleta. Ele não é o Cristo de Deus, mas o próprio Deus. Naturalmente, Pedro
ainda não tinha como entender isso. Esse entendimento na cabeça dos apóstolos
só acontecerá mais tarde com a vinda do Espírito Santo. Pedro desconhecia que “o
Cristo de Deus” é o próprio Deus no meio de nós. Sua confusão aumentou, ainda
mais, quando Jesus afirmou que “teria que sofrer muito”. Como assim? Sendo o
Cristo de Deus, não teria que ser um grande vencedor? Como entender um Deus
derrotado e vencido?
Após a crucificação essa decepção parece ter aumentado. Os discípulos
de Emaús ilustram essa situação. Caminhavam para Emaús, frustrados e desiludidos.
A realidade para eles estavam tão embaçada que nem reconheceram Jesus que
passou a caminhar com eles. Talvez, hoje, seja ainda mais difícil, entender a
lógica (ou a falta dela) da cruz. Nossa sociedade cultua os vencedores e
valoriza quem chega em primeiro lugar. A cruz, nesse caso, não deixa de ser sinal
de fracasso. Curiosamente não costumamos perguntar pelos meios que a pessoa
lançou mão para conquistar os primeiros lugares. Alguns chegam ao pódio dando
rasteiras nos próprios pais... Será que os fins justificam os meios?
Para entender a cruz é preciso antes, entender de amor, da maneira como Cristo nos ensinou. Amor é entrega e esvaziamento de si mesmo. O que vemos na cruz é um Deus completamente, vazio de si. O contrário disso é egoísmo. A pessoa egoísta é cheia de si mesma e não percebe o outro. Além do mais, é preciso entender que Deus vence perdendo, enquanto nós costumamos perder muito quando vencemos. Quem perde, ou melhor, quem gasta a vida para Deus, irá ganhá-la mas, quem só vive para si, ao final, acabará perdendo. Alguns, não se importam de gastar a vida com coisas insignificantes. Não seria bem melhor gastá-la com algo mais elevado? Pense nisso!
Foto: Cruz - da Comunidade de Cachoeirinha, em S. J. da Varginha - Arquivo pessoal
Padre gosto muito de pensar no Jesus revolucionário, já que a sua boa nova está na contramão dos valores do mundo. Realmente Jesus é o máximo!
ResponderExcluirSe a gente perde o sentimento de se indignar, e ficar no de acomodar, com tantas injustiças por exemplo, acredito que não vamos o agradar.
Por isso é bom pedir para ter bom discernimento e "sermos instrumentos de sua paz". Uma paz com ação, com atitude, como nos mostrou nosso amado Jesus.
Como disse: jesus morreu na cruz mostrando que venceu perdendo, no entanto quanto ensinamento deixou para ser entendido! feliz de quem entendeu toda sua estadia entre nós. O Senhor como bom evangelizador na fala e na escrita com o este texto, com certeza tem agradado muito Jesus.