Casa à beira da estrada
Ninguém chega e mesmo assim a porta espera. O vento é hóspede. As telhas guardam segredos de chuva, as paredes do silêncio de quem ficou. ...
Ninguém chega
e mesmo assim a porta espera.
O vento é hóspede.
As telhas guardam segredos de chuva,
as paredes do silêncio de quem ficou.
Tudo nela é anterior à pressa.
tudo nela é depois do amor.
A casa respira.
não pede nada.
O tempo passa por ela
como quem entende.
Há cheiro de lenha,
sombras que ainda conversam com o sol.
Tudo nela permanece
até o silêncio tem morada.
A casa não é casa,
é alma pousada.
Respira o pó,
ouve o vento,
aprendeu a ficar.
nenhum relógio alcança.
O tempo ajoelha.
As paredes sabem rezar.
As janelas olham o mundo
sem desejo.
Há paz nas frestas,
e o silêncio dorme.
Texto de: Ana Cláudia SSaldanha - Foto nossa




Que lindo! Atingiu o objetivo da emoção.
ResponderExcluir