O que você tem para oferecer a Deus?
Vou começar minha reflexão de hoje com três histórias e a primeira é tirada do Evangelho. Jesus estava no templo e não deixou de observar o ...
Vou começar minha reflexão de hoje com três histórias e a primeira é tirada do Evangelho. Jesus estava no templo e não deixou de observar o comportamento dos ricos que gostavam de despejar muitas moedas no cofre. Assim, quando elas caiam faziam muito barulho e chamariam a atenção de todos. Nesse caso, seriam admirados pela quantidade oferecida. Acontece, que no mesmo espaço, havia uma pobre viúva, certamente, envergonhada pois, só tinha duas moedinhas. Ela veio, em silêncio, e colocou as duas moedinhas no cofre. Tuf... tuf! Só dois barulhinhos que quase ninguém ouviu. Mas, Jesus viu e ouviu tudo. Em seguida, comentou com os seus: Ela deu mais do que todos, pois deu tudo o que possuía enquanto os demais ofertaram o que tinham de sobra! (Lc 21, 1-4).
A segunda história vem do Pastor de Hermas, antigo escritor católico:
Diz-se que quando um homem enche de bom vinho umas talhas muito bem preparadas e deixa algumas delas meio cheias, se depois as repassa, não examina as que encheu completamente, pois sabe que o vinho ali guardado não estraga, mas olha para as que estão por encher, pois teme, com razão, que se tenham azedado. A mesma coisa acontece com as almas. A “meia entrega” acaba por romper a amizade com o Mestre. Só uma generosidade plena permite seguir o ritmo dos seus passos. Aquilo que a gente oferece pelas metades costuma azedar...
A terceira história parece tratar-se de uma lenda oriental bastante popular:
Conta-se que todos os que encontrassem com o rei deveria oferecer-lhe algo como presente. Certo dia, um pobre camponês encontrou-se com ele e, como não tinha nada para presenteá-lo, recolheu um pouco de água na palma da mão para matar a sede do rei. O rei gostou tanto de ver a boa vontade daquele homem que mandou-lhe, depois, um caixa cheia de moedas de ouro para recompensá-lo pelo seu gesto.
Você percebeu que as três histórias trataram do mesmo tema, ou seja, a nossa generosidade para com Deus. Apesar de ser fácil de entender nem sempre é fácil para colocar em prática. Por isso, eu lhe pergunto: O que você tem para oferecer a Deus? Deus não é exigente. Ele não quer coisas e nem precisa de nada. Ele quer é você! No seu coração tem lugar para Ele? Quantas vezes, andamos pra lá e pra cá, feito barata tonta, e não lembramos de Deus? Outros deixam para se lembrar dele quando já estão com o pé na cova. Assim, não vale.
A viúva do Evangelho nos dá uma grande lição. Ela ofereceu as duas moedas. Poderia muito bem ter guardado uma. Mas, nada reservou para si, pois, confiava em Deus e sabia que não seria desamparada por ele. Muitas vezes, oferecemos a Deus a última moedinha do bolso...
A segunda história nos ensina que não devemos ser cristãos de meia tigela. O vinho azeda quando não enche o pote. Deus não gosta de meias medidas. Na verdade, tudo pertence a ele. Não somos donos nem de nossas vidas. Então, faz sentido ficar pechinchando com Deus? Acho que tem muitos cristão azedos por aí, porque regateiam demais quando Deus lhes pede alguma coisa.
A terceira história me lembra o que Cristo disse: Quem oferecer ainda que seja um copo dágua por amor, não ficará sem a recompensa. Um copo dágua todos podem oferecer. O que mais interessa não é a quantidade mas a qualidade de quem oferece. Você costuma oferecer com amor ou oferece a Deus somente as sobras? Pense nisso! Que Deus nos ajude a sermos cristãos por inteiros e não cristãos de meia tigela. Amém.
Obs: O "pastor de Hermas" se refere a uma obra literária cristã do século II escrita por um autor chamado Hermas, que era irmão do bispo de Roma, Pio I. O livro, O Pastor de Hermas, era um texto influente e muito respeitado pelos primeiros cristãos, sendo considerado inspirado por alguns Pais da Igreja, como Irineu. A obra é composta por visões, mandamentos e parábolas que instruem sobre a ética cristã primitiva e a necessidade de arrependimento.




Padre, esse texto Evangelizador sempre é bom ser lembrado, se queremos ser bons cristãos(as).
ResponderExcluirNada teria a comentar, mas dizer que a expectativa do nosso Deus em nós, nunca seja para ELE uma decepção.
Sermos generosos, amorosos, completos, para agradar quem sempre é misericordioso com a gente o tempo todo, é no
mínimo uma obrigação do bom Cristão.
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