Mineira da gema
Não sou lisa. Não me sirvo do frio do frigorífico, nem do quadrado exato da fachada que impressiona, mas não abraça. Quero o limpo sim ma...
Não sou lisa.
Não me sirvo do frio do frigorífico,
nem do quadrado exato da fachada
que impressiona, mas não abraça.
Quero o limpo
sim
mas não o vazio
onde o eco mora sozinho.
Prefiro a textura.
Um rococó sem grito,
sem excesso,
mas vivo, inteiro,
com curvas que sabem o caminho do colo
e o tempo do aconchego.
Quero a fala calma da alma,
essa que escuta antes de responder,
que sabe fazer perguntas
sem ferir,
sem expor,
sem transformar o outro em prova.
Quero o era
de quem faz com as mãos e com o peito,
de quem sabe que o gesto vem antes do discurso.
E quero a casa.
Não a vitrine.
A casa.
Aquela que passa um café quentinho pra mim
antes mesmo da visita,
como quem diz em silêncio:
eu já te esperava.
Ana Cláudia SSaldanha
Foto: Pe. Gabriel, que também teve a ousadia do título...




POESIA faz do encontro de palavras com amenidades, contrapondo a rudeza da vida.
ResponderExcluirBelíssimos. Poema e fotografia.
ResponderExcluirAmo poesia! me encanta a alma, me acalma o coração e ativa o meu romantismo!
ResponderExcluirDelícia de amanhecer poético! ❤️
ResponderExcluirFica a casa e o café passado em silêncio, como quem sempre esperou.
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