À sombra do Junípero

Quem de nós um dia não pediu a morte? Existem situações tão difíceis de serem vivenciadas que nos paralizam por completo. Foi exatament...


Quem de nós um dia não pediu a morte? Existem situações tão difíceis de serem vivenciadas que nos paralizam por completo. Foi exatamente uma situação assim que levou o profeta Elias a pedir a morte. Jesus não chegou a esse extremo, mas no Getsêmani também pediu ao Pai que afastasse dele o cálice de horror que estava por vir. O homem é fraco demais e tem que enfrentar uma montanha de problemas de vez em quando. Haja  fé para não desanimar!

Após  derrotar os falsos sacerdotes de baal, o profeta teve a morte decretada pela rainha Jesabel. Sem alternativa refugia-se no deserto (1ª Reis 19,4-8). Foge para não perder a vida. Mas, a fuga torna-se tão pesada que ele mesmo pede o fim da existência. Desanimado da fuga, deita-se sob um pequeno arbusto – Junípero – e reclama de sua sorte. Cansado de se lamuriar acaba dormindo ali mesmo. Um anjo de Deus vem acordá-lo e oferece-lhe água fresca com um pão assado. Isso, no entanto, não bastou para animar o profeta. De fato, ele estava no fundo do poço! O anjo interveio novamente e, desta vez, conseguiu reanimá-lo. Tomando o alimento, o profeta se põe a caminho e anda quarenta dias e quarenta noites em direção ao Monte Sinai.

Na tradição bíblica o Monte Sinai é um lugar privilegiado da manifestação divina. Foi lá que Deus falou a Moisés e lhe deu as tábuas da lei para guiar o povo. A peregrinação ao Sinai servia para reabastecer o profeta. Todos nós precisamos buscar  um “Sinai”, de vez em quando. Alguns gostam de buscar os santuários marianos, as montanhas, os retiros espirituais. O lugar não importa desde que nos reabasteça espiritualmente. No Sinai, o profeta terá nova experiência de Deus que vai iluminá-lo na  escolha de seu sucessor.

A trajetória de Elias não é muito diferente da nossa. Quantas vezes nas horas difíceis de nossa vida fomos alcançados pelas mãos de Deus? O profeta foi despertado pelo anjo à sombra do junípero, São Paulo no caminho de Damasco, Filipe sob a figueira, Zaqueu sobre o Sicômoro. E você? Onde você estava quando a mão de Deus lhe tocou? O que isso mudou em sua vida? Que alimento foi esse que fez o profeta caminhar quarenta dias e quarenta noites? Onde estaria hoje esse alimento sagrado?  O que teria ocorrido ao profeta se não fosse essa iluminação divina?

Esse trecho da Sagrada Escritura me faz refletir muito. É bonito perceber como Deus nos ama e cuida de nós. Nas horas difíceis nem sempre percebemos o toque de Deus. Ele, no entanto, não descuida de nós nem um minuto. Somos parecidos com o filho pródigo, que facilmente dá as costas para o Pai e, às vezes, só se lembra dEle nas horas difíceis da vida.

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