O homem no cesto

Seria engraçado se não fosse trágico. Até pouco tempo ele era uma autoridade e recebia condecoração por ser um culto fariseu e  cidadão...


Seria engraçado se não fosse trágico. Até pouco tempo ele era uma autoridade e recebia condecoração por ser um culto fariseu e  cidadão romano. O homem não era pouca coisa. Foi aluno de Gamaliel, um dos professores mais renomados  de seu tempo. Pelo visto, não era de família pobre… Conhecia mais de uma língua e sabia viajar pelo mundo. Até então, estava numa missão de fé: Prender os membros de uma “seita” cristã, que haviam se refugiado em Damasco. Além das razões pessoais que tinha para executar essa missão estava prestando um serviço ao seu povo, os judeus. Tinha uma carta das autoridades que lhe dava plenos poderes na região. Era forte e sábio. Um perfeito guerreiro da fé! Mas, o que ele não esperava aconteceu. Em pleno meio dia, ainda na estrada, foi envolvido por uma luz mais forte que a luz do sol que o cegou completamente. Caiu ouvindo uma voz: “Saulo, Saulo, por que me persegues”? -Quem és tu, Senhor, perguntou. – Sou Jesus, a quem tu persegues. Agora levanta-te e vai a Damasco. Lá encontrarás um homem chamado Ananias. Ele te dirá o que fazer.
Quem diria! O caçador tornou-se presa da caça. Foi exatamente isso, que Jesus fez com São Paulo. Completamente cego teve que ser puxado pela mão até a cidade de Damasco e não recuperou a vista enquanto não foi visitado por Ananias. Paulo agora é o mais novo seguidor de Cristo. Recebeu o batismo e juntamente com ele a missão de evangelizar os pagãos. Teve que enfrentar conflito de todos os lados. Os judeus passaram a persegui-lo. Não era para menos. Com sua conversão acabou traindo a confiança de seus antigos companheiros. Os cristãos por sua vez, não o apoiavam. Como acreditar em quem os perseguia duramente? Paulo fica só e tem que conquistar aos poucos a confiança dos cristãos.

Seu batismo marcou também o começo de seu sofrimento. Ainda em Damasco foi perseguido pelos judeus. Sem saber o que fazer e sem ter como fugir pelas portas da cidade, tomou uma decisão inusitada. Com a ajuda dos amigos desceu pelas muralhas da cidade à noite dentro de um cesto de junco (2 Coríntios 11,33)! O que teria passado pela sua cabeça? Até a pouco era uma autoridade temida por todos e gozava de todos os prestígios. Agora desce num cesto feito roupa suja protegido pelas trevas da noite. Que estréia na vida missionária! Essa perseguição nunca mais o abandonou. Ora ela vinha dos judeus, seus antigos companheiros, ora vinha dos pagãos e dos romanos.

Paulo foi quem melhor entendeu o recado de Jesus: “Se perseguiram a mim, vão perseguir também vocês… E  põe perseguição nisso! Para anunciar o evangelho teve que enfrentar tudo como ele mesmo diz: ” Cinco vezes os judeus me deram os quarenta açoites menos um, três vezes me açoitaram com varas, uma vez me apedrejaram; três vezes naufraguei e passei um dia e uma noite em alto mar. Enfrentei perigos em campo aberto, perigos no mar, perigos por causa de falsos irmãos. Com fadiga e duros trabalhos, muitas noites sem dormir, com fome e sede, com freqüentes jejus, com frio e sem agasalho… (2 Cor 11, 24 ss)”.

Jesus sabe com quem pode contar. Por isso, chamou São Paulo para seu serviço. Graças a esse grande apóstolo a fé cristã ganhou terreno em todo o mundo. Descer num cesto para escapar da morte antes da hora foi o mínimo que ele fez. Sua hora ainda não havia chegado. Chegaria mais tarde. A coroa dos justos ele também receberia, mas, primeiro deveria combater o bom combate da fé. Que São Paulo nos abençoe e nos dê muita coragem para anunciar o Evangelho em nosso dias!

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