Pequenas coisas

Não sou crítico de cinema e nem entendo muito do assunto. Gosto apenas de comentar um ou outro filme que chama minha atenção. Nisso, a ...


Não sou crítico de cinema e nem entendo muito do assunto. Gosto apenas de comentar um ou outro filme que chama minha atenção. Nisso, a gente vai compartilhando opiniões e construindo cultura. Hoje faço um breve comentário sobre o filme: “O escafandro e a borboleta”. O filme trata-se da vida de um ex editor francês de uma revista famosa que, após um AVC (acidente vascular cerebral), fica imobilizado e mexe apenas um olho…

Por meio desse olho ele aprende a se comunicar com os outros. No começo do filme vemos tudo a partir do ponto de vista de Jean Dominique Bauby ( o ex editor) que ao acordar do coma vê tudo desfocado ao seu redor. Apenas com os movimentos do olho esquerdo Bauby conseguiu escrever sua vida. Uma plaquinha com o alfabeto ficava a sua frente. Quando ele via a letra certa, piscava o olho uma vez. Se a letra fosse a errada ele piscava duas vezes. Bauby morreu três dias após a publicação de seu livro em março de 97.

Escafandro é o nome de uma vestimenta impermeável para mergulhadores. Ela protege o mergulhador e ao mesmo tempo o aprisiona. A borboleta é conhecida pela sua leveza e capacidade de transformação. “O escafandro e a borboleta” mostra-nos a capacidade que o homem tem de voar e de se superar apesar das circunstâncias adversas. O filme faz a gente pensar no valor que não damos às pequenas coisas. Gestos simples como se levantar da cama, comer e acariciar tornam-se tão importantes quando os perdemos! Aprisionado em si mesmo, sem poder de reação, Bauby muitas vezes se desespera. Mas, chega a conclusão que é melhor ser “meio pai” do que ver seus filhos sem pai nenhum. Esse ponto do filme também merece uma séria reflexão. Hoje existem muitas crianças órfãs de pais vivos… Enquanto alguns fazem um esforço sobre humano para criar os filhos e vê-los crescerem outros simplesmente os ignoram.

Existe uma verdade que diz: aquilo que não aprendemos pelo amor, às vezes temos que aprender pela dor. Essa afirmação não se aplica por inteiro ao personagem do filme que sempre valorizou a família, mesmo antes da doença. No entanto, poderá ser aplicada a todos nós, que nem sempre valorizamos as pequenas coisas da existência. Um gesto, um afago, um telefonema são coisas que podem mudar uma vida! É uma pena que às vezes precisamos perder para reconhecer a importância daquilo. A vida não é feita de grandes coisas. É uma porção de pequenas coisas que a tornam interessante. Por isso, com muita sabedoria, Jesus chamou a atenção sobre os lírios do campo e as aves do céu. Nem Salomão, dizia, no alto de sua importância, se vestiu tão bem quanto eles… Vale a pena refletir sobre isso!

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