Isso já é demais! Estamos no limiar do absurdo. Recentemente, fiz um comentário inocente, sobre a influência da ração, na postura das ga...

Isso já é demais! Estamos no limiar do absurdo. Recentemente, fiz um comentário inocente, sobre a influência da ração, na postura das galinhas. Não é que fui corrigido? Bastou que eu terminasse meu comentário, pelo rádio, um ouvinte ligou-me protestando: - O senhor não sabe que ração para fazer galinha botar pode antecipar sua morte? e a Campanha da Fraternidade, heim? – arrematou aquele ouvinte politicamente correto. Meu Deus, agora estou perdido, pensei. Meu caro, primeiro devo afirmar, que não estou interessado na aposentadoria das galinhas, depois, acho, que não é nenhum pecado levar a penosa à panela, num almoço dominical, falei em tom baixo, quase pedindo desculpas pelo pronunciamento. Depois não posso associar caldo de galinha, com Campanha da Fraternidade, completei. Desde que o mundo é mundo galinha tem que botar. Aquela que não bota, certamente, não ficará enfeitando o terreiro para sempre, você não acha? Perguntei. Indignado, o ouvinte continuou com a ladainha: é uma covardia fazer a galinha botar à força! Até parece que eu ando espremendo as galinhas para ver os ovos caírem, pensei. Respirei fundo e tentei falar com mais calma: Olhe, na ordem da criação é natural que os homens comam as galinhas e que os lobos também o façam. Mas, antes os homens do que os lobos... Isso é um absurdo! O senhor não tem coração? Como se não bastasse a maldade dos homens com os animais, o senhor busca essa lógica selvagem para explicar um canibalismo desses? Gente do céu, agora a coisa desandou, pensei. Fiquei na maior saia justa e não sabia mais continuar a conversa, que por sorte não estava no ar. Disse-lhe depois, que tenho um defeito de fábrica: gosto de carne. Aí ele afirmou que todos os homens de opinião, acho que ele se referia a mim, deveriam ser vegetarianos e que só assim o mundo seria mudado... Para sair do embaraço prometi àquele ouvinte que ia estudar melhor o assunto. Só então pude perceber que ele havia se acalmado. Desligou o telefone e até agradeceu-me. Estudei o caso e penso que a idéia daquele ouvinte não era tão absurda. Nada melhor do que um prato de tomates e cebolas, desde que, leve ao centro, um bifinho. Pode ser de porco mesmo, já que galinha, para ele é um bicho tão sagrado! Além do mais, vale lembrar o ditado: prudência e caldo de galinha, não faz mal para ninguém, sobretudo, se no meio do caldo, vier alguns pedacinhos de carne...
Muito bacana!
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