Santo Antônio: “Ministro da Palavra"
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Buscando inspiração para falar aos Ministros da Palavra quase me esqueci de que um dos maiores pregadores de todos os tempos estava bem perto de mim. Falo de Santo Antônio de Pádua, de Lisboa ou do mundo conforme foi chamado pelo Papa Leão XIII. Ele é o padroeiro da Paróquia onde trabalho. Os títulos que lhe foram atribuídos, ao longo do tempo, comprovam isso: Arca do Testamento, Trombeta do Evangelho, Martelo dos Hereges... e por aí se vão. Santo Antônio é amado no mundo inteiro e poucos santos gozam de tanta popularidade quanto ele. Com sua pregação era capaz de tocar os corações mais embrutecidos e até mesmo dos animais. Todos conhecem o famoso milagre dos peixes... Mas, mesmo com o dom da palavra dizia aos seus confrades: Os irmãos devem pregar pelo exemplo!
Santo Antônio nasceu em Lisboa, Portugal, ao final do Séc XII (1195), um século marcado pelo surgimento de grandes santos europeus: Bernardo de Claraval, Francisco de Assis, Domingos de Gusman... Nesse tempo, a Europa vivia um período de transição. Após a dominação dos Mouros na Península Ibérica as nações se reorganizavam social econômica e politicamente. No plano político não podemos ignorar o peso das Cruzadas. O Filósofo Abelardo (+1142) lançou nesse tempo as bases do que depois passou a ser chamado “Escolástica”. O Século XIII foi marcado pelo crescimento do poder dos papas e na época foi publicado o primeiro Direito Canônico. Em 1054 aconteceu a separação da Igreja do Ocidente com a Igreja Oriental. Foi nesse tempo de efervescência que atuou o nosso Santo em questão.
Homem da pregação, Santo Antônio baseava seus sermões no combate às heresias, que não eram poucas, e na pureza dos costumes. Sua pregação versava sobre temas penitenciais e doutrinários. Foi chamado de “Martelo dos hereges”, por sua luta no combate às heresias. Conhecia tão profundamente a Sagrada Escritura que foi chamado de “Arca do Testamento” pelo Papa Gregório IX. Em 1230 chegou a pedir dispensa do cargo de provincial para dedicar-se apenas à pregação na Cidade de Pádua. Trabalhou de forma tão intensa que acabou ficando muito esgotado. Isso vai contribuir com sua morte prematura com apenas 36 anos. Deus quis que sua língua seu maior “instrumento de trabalho”, fosse preservada incorruptível mesmo após a sua morte. Hoje ela é conservada como relíquia na Basílica em Pádua. Em 1946, Pio XII lhe conferiu o título de “Doutor da Igreja”.
O mundo precisa de quem saiba pregar a Palavra de Deus, com a voz e com a vida. Muitos não tem o dom da pregação mas tem a vida como testemunha do amor que deposita em Deus. Esse tipo de pregação é altamente eficiente. Bom seria se pudéssemos juntar as duas coisas assim como o fez Santo Antônio. Que ele nos ajude e nos abençoe em nossa tarefa de evangelizar pela palavra!