Tarefas
Aposto que já aconteceu isso com você: Trabalhar o dia todo, correr pra lá e pra cá e, ao cair da tarde, ter a sensação de que quase nad...

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Aposto que já aconteceu isso com você: Trabalhar o dia todo, correr pra lá e pra cá e, ao cair da tarde, ter a sensação de que quase nada foi feito. Pois é. Vivemos como que num liquidificador ligado e não produzimos suco algum... Como libertar-se dessa sensação que nos paralisa e nos deixa impotentes na maior parte das vezes? A receita contra isso pode ser anotada a partir da “Filoteia” (Livro escrito por São Francisco de Sales), em sua terceira parte, sobre os trabalhos e ansiedades.
Em primeiro lugar, precisamos lembrar a advertência carinhosa que Jesus fez à Marta: - Marta, Marta, tu te inquieta com muitas coisas. Uma só é necessária! Maria escolheu a melhor parte, completa Jesus. Escolher a melhor parte, naturalmente, é tirar um tempinho para Deus. Isso é que vai dar-nos o equilíbrio para conduzir o barco de nossa existência. Os marinheiros, dizia são Francisco de Sales olham mais para o céu do que para o mar. São as estrelas que, a partir do alto, dão lhes o senso de direção. De outra forma nosso povo costuma dizer: Fé em Deus e pé na tábua!
Antes de prosseguir na ideia central de meu texto quero apenas chamar a atenção sobre essa expressão “pé na tábua”. Ao que parece, ela diz respeito aos antigos modelos de automóveis que tinham o assoalho de madeira. Nesse caso, desde que tivessem “fé em Deus” o motorista poderia atolar o pé no acelerador. Quero dizer que não é bem assim. Deus não dispensa nossa sensatez e obediência às leis de trânsito. Alguém já disse que muitos motoristas padecem da síndrome de Carlota Joaquina. Essa quando passava na rua gostava que todos parassem para admirá-la. Alguns motoristas também são assim e se acham muito especiais. Podem desrespeitar qualquer lei de trânsito; parar diante de garagens; avançar as faixas de segurança... Por isso, afirmo que, precisamos ter fé em Deus e dirigir com moderação.
Voltando à nossa ideia inicial podemos dizer que, ninguém é de ferro. Aceitamos cargas demais pela vida e temos muitas dificuldades de caminhar com tantas sacolas e penduricalhos. São tarefas e mais tarefas! As moscas nos incomodam tanto porque proliferam demais... Uma boa medida para evitar nosso estresse seria diminuir as cargas. Assim, teremos mais chances de fazer melhor as tarefas que nos são incumbidas. Os zangões fazem muito barulho e não conseguem produzir mel... Produzir mel é tarefa silenciosa e demanda certo tempo. Corremos o risco de nos parecermos mais aos zangões do que com as abelhas. Seria maravilhoso se conseguíssemos manter o equilíbrio entre ação e contemplação. Para fazer mais, corremos o risco de soltar nossa mão da mão de Deus. São Francisco de Sales dizia que devemos agir como uma criança que com uma das mãos segura à mão do pai e com a outra mão livre apanha as flores do caminho. Acho que aí é que está o segredo contra o sufoco e as fadigas próprias de nosso tempo. Devemos aprender a trabalhar com uma das mães sem soltar a outra da mão de Deus que nos guia e nos protege...