Passo a passo

Se quisermos uma palavra adequada para definir o ser humano essa palavra é “fraqueza”.  Seria bom compreendermos isso logo. Às vezes, percebo que as pessoas se afligem ao caírem nos mesmos erros. Ter a pretensão de corrigir-se sempre e crescer, espiritualmente, de fato, é algo muito nobre. Por outro lado, não podemos nos angustiar tanto pelas quedas sofridas. Nessa questão, devemos evitar os dois extremos: Considerar-se perfeito ou pensar que a perfeição seja inatingível...

Assim como a doença física que nos chega do nada e custa a sair com os vícios espirituais acontecem a mesma coisa. É muito difícil libertar-se de alguns “pecados de estimação”, que já se enraizaram em nós. Quando pensamos que eles já se partiram acabam retornando ainda com maior vigor. Pobre de quem pensa poder libertar-se deles de uma única vez! Sabemos que nada é impossível para a graça de Deus. São Paulo, ao que parece, passou rapidamente, por uma profunda transformação. Mas, cenas assim, costumam ser raras. Na maioria das vezes, nossa transformação é lenta, gradual e dolorosa...  O dia só amanhece lentamente e é de forma gradual que os raios do sol dissipam as trevas da noite. Assim também acontece conosco. Na medida em que nos aproximamos de Cristo, que é luz, deixamos para trás o homem velho marcado pelo pecado. 

Corremos o risco de pensar que já estamos ficando santos. Esse engano é frequente, sobretudo, após a participação num retiro espiritual, encontro de casais, jovens ou coisas do tipo. Na escada da santidade sobe-se um degrau de cada vez! Os anjos, embora tivessem asas, subiam e desciam, lentamente, pelos degraus da escada presente no sonho de Jacó. Queremos voar alto e pular os degraus esquecendo que nossas asas são curtas e nossos pés são de barro. Por isso, é melhor ir devagar com o andor, pois o santo é de barro! Não podemos desanimar com  nossos fracassos. A santidade é um horizonte possível e vale a pena desejá-lo. Mas, é preciso caminhar um passo de cada vez em direção a esse horizonte...