Vingança da Flor
A manhã estava irradiante. O sol distribuía igualmente seus raios brilantes sobre a grama dourada. Pequenos arco-iris se formavam no ar...

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A manhã estava irradiante. O sol distribuía igualmente seus raios brilantes sobre a grama dourada. Pequenos arco-iris se formavam no ar. Era começo de primavera e, por isso, um perfume delicioso inundava o espaço. Margeando a cerca havia um pé de Hibisco carregado de flores que pontilhavam de vermelho o verde da relva…
Pisei na grama e apanhei algumas flores para enfeitar a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Mais tarde percebi que uma das flores deixou uma marca em minha camisa branca. Foi uma forma de vingança da flor. Ela não aceitou o arranco que lhe dei ao tirá-la do pé. Soltou fartamente uma camada de pólen sobre minha roupa de festa.
O fato descrito acima pode ser visto como uma alegoria da vida. Muita gente paga caro por ter se encantando com uma flor. O encantamento apenas com a beleza externa pode gerar muitas decepções ou mortes. Lembra-se do caso de Herodes? Ele se encantou com o rebolado de uma garota e “queimou a boca” ao oferecer-lhe até a metade do próprio reino… Lembra-se do caso de Cleópatra no Egito? Com sua beleza e ambição fez curvar diante de si os maiores imperadores de Roma. E o caso recente de Bil Clinton, ex-presidente dos Estados Unidos? Encantado pela secretária Monica Samille Lewinsky, ele quase perdeu tudo!
Em minha camisa a vingança da flor foi apenas uma mancha que será facilmente removida com água e sabão. O mesmo não se pode dizer dos personagens elencados acima e de tantos outros que foram literalmente à ruína por causa de uma paixão. Dizem que Ulisses, ao voltar da Guerra de Tróia, pediu aos companheiros que o amarrasse no mastro do barco, pois tinha medo de não resistir aos encantos das sereias. E olhe que as sereias no mundo grego eram representadas com barba e tudo. Hoje, nem amarrado talvez resistisse à tamanha tentação!
Enxergar a beleza das flores não é pecado. Afinal são criaturas de Deus. Entretanto, é preciso muito cuidado em não querer apanhá-las diante do primeiro impulso. Elas também sabem vingar e as conseqüências de um gesto impensado podem custar muito caro ao jardineiro!