Brilho matinal
Naquele dia, o sol caprichoso banhou de luz toda a manhã. Sua cor era dotada de um vermelho invulgar. Estava tão vermelho, que fazia lemb...
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Naquele dia, o sol caprichoso banhou de luz toda a manhã. Sua cor era dotada de um vermelho invulgar. Estava tão vermelho, que fazia lembrar o sangue. Seus raios se escorreram livres e encheram todos os espaços. Sendo assim, fiquei feliz quando não havia motivos para tanto. Era como se em silêncio, Deus se enamorasse comigo. Era um “bom dia” que Ele me dava. Tive vontade de parar o carro para fotografar o sol antes que ele lavasse o rosto corado. Queria dar-lhe um flagra com minha lente de repórter sempre pronta para capturar um instante único.
Naquela manhã calma, os pássaros cantavam e eu não podia vê-los. O sol então libertou-me da cegueira e percebi quase tudo. Enquanto meu carro rodava pelo asfalto, o sol perseguia-me pelo retrovisor. Em cada curva reaparecia com fulgor mais intenso. Fui torturado por sua estonteante beleza. Com raios em formas de dedos o sol acariciava o corpo inteiro da manhã. E por mais que pareça estranho, o mês de agosto sorria. Naquele momento único nem por sorte pensaria em azar.
Na passarela de agosto, o sol e os ipês disputam entre si, para ver quem tem mais brilho. Enquanto o sol grita em silêncio, os ipês derramam sobre o pasto cinzento, suas lágrimas amarelas. È quase impossível não escutar esse grito ou perceber essas lágrimas. Por isso, naquela manhã, a beleza me sufocou e sem nem mesmo perceber eu quis chorar também. O mundo acordava como sempre para a fervura do dia. Enquanto isso, Deus me acordava para ver a sua Glória. Diante de tal grandeza a gente fica bobo e perde a noção da fala. Apolo, o deus do dia, me flechou mais que cupido. E eu que estava distraído me engravidei de luz. Por isso surgiu esse escrito. Ele é apenas o fruto de um momento de êxtase. Ando meio abobado. Fiquei muito apaixonado pelo sol e pelo ipê e pra falar a verdade nem sei o que dizer.
Deus, de fato, é surpreendente. Se a gente corre dele à noite, de dia ele nos espreita. Se corre dele na estrada reta, na curva ele nos espera. Por isso, diante de mim, o ipê vestiu-se dele e deixei de ver as flores para enxergar a beleza. Meu olhar ganhou o céu, ganhou espaço e amplitude. O azul se abriu em conchas, o amarelo virou sonho e na sombra do ipê pude ver o infinito. A beleza em estado puro, da qual todas as outras são cópias, desnudou-se em minha frente. Naquele momento, qual bobo, sem saber o que falar, só consegui dizer, amém.
Naquela manhã calma, os pássaros cantavam e eu não podia vê-los. O sol então libertou-me da cegueira e percebi quase tudo. Enquanto meu carro rodava pelo asfalto, o sol perseguia-me pelo retrovisor. Em cada curva reaparecia com fulgor mais intenso. Fui torturado por sua estonteante beleza. Com raios em formas de dedos o sol acariciava o corpo inteiro da manhã. E por mais que pareça estranho, o mês de agosto sorria. Naquele momento único nem por sorte pensaria em azar.
Na passarela de agosto, o sol e os ipês disputam entre si, para ver quem tem mais brilho. Enquanto o sol grita em silêncio, os ipês derramam sobre o pasto cinzento, suas lágrimas amarelas. È quase impossível não escutar esse grito ou perceber essas lágrimas. Por isso, naquela manhã, a beleza me sufocou e sem nem mesmo perceber eu quis chorar também. O mundo acordava como sempre para a fervura do dia. Enquanto isso, Deus me acordava para ver a sua Glória. Diante de tal grandeza a gente fica bobo e perde a noção da fala. Apolo, o deus do dia, me flechou mais que cupido. E eu que estava distraído me engravidei de luz. Por isso surgiu esse escrito. Ele é apenas o fruto de um momento de êxtase. Ando meio abobado. Fiquei muito apaixonado pelo sol e pelo ipê e pra falar a verdade nem sei o que dizer.
Deus, de fato, é surpreendente. Se a gente corre dele à noite, de dia ele nos espreita. Se corre dele na estrada reta, na curva ele nos espera. Por isso, diante de mim, o ipê vestiu-se dele e deixei de ver as flores para enxergar a beleza. Meu olhar ganhou o céu, ganhou espaço e amplitude. O azul se abriu em conchas, o amarelo virou sonho e na sombra do ipê pude ver o infinito. A beleza em estado puro, da qual todas as outras são cópias, desnudou-se em minha frente. Naquele momento, qual bobo, sem saber o que falar, só consegui dizer, amém.
,,"Deus, de fato, é surpreendente. Se a gente corre dele à noite, de dia ele nos espreita."..
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