Voar em direção a Deus

Os homens gastaram milhares de anos para fazer o que os passarinhos fazem naturalmente: Voar! Mas, o desejo de liberdade sempre nos acompanhou ao longo dos séculos! Voar traduz um pouco esse desejo. Para que esse sonho se realize, nem sempre importamos que o sol queime as penas de nossas asas, feito Ícaro, um personagem da mitologia grega. O tempo passou e o homem cresceu em alguns aspectos. Hoje, os pássaros teriam inveja dos modernos aviões que voam muito acima das nuvens...

Mas, não é sobre aviões e passarinhos que desejo falar. Quero falar do amor de Deus por nós. É esse amor que nos chama para as alturas. Com os pés na terra sonhamos com as estrelas. Estamos aqui, bem situados, mas somos cidadãos do infinito.

 Alguns aprenderam a voar alto, ainda na juventude. Outros, com idade avançada. Alguns, provavelmente, nunca aprenderam. Voou alto Irmã Dulce, chamada “Anjo bom da Bahia”, quando se esqueceu de si mesma, buscando Deus nos mais pobres. O mesmo fez Tereza de Calcutá, Vicente de Paulo e tantos outros. Eles deixaram Deus agir, sem barreiras,  em  suas  vidas.

Deus nos criou para as alturas, que nesse caso, são os patamares de santidade que podemos alcançar, com a ajuda de sua graça. Mas quem voa, corre riscos. Aliás, a fé implica em riscos. Significa confiar em Deus, mesmo quando a noite se faz escura. Há riscos de tormentas, tempestades ou mesmo de perda, momentaneamente, da visão. Não foi isso que aconteceu ao Apóstolo Paulo? Ele ficou, temporariamente, cego para enxergar o que antes não via... Quem embarca na aeronave da fé nem sempre conta com segurança. Deus é que tem o controle do voo e não nós.

Tenho um amigo, Aloísio, que é piloto de verdade. Ele cruza o céu do Brasil, de norte a sul, e viaja por todos os lados. Mas, antes de tudo, é um homem de muita fé. Conheço-o, faz algum tempo, e sei o quanto tem um coração de criança. Criança sabe que pode contar com o pai. Assim, como acontece na vida, nos ares, Aloísio também enfrenta desafios. Durante algumas viagens levou com ele o filho Enzo. Enzo, ainda criança, pensava que o comando de tudo estava nas mãos experientes do pai, mas Aloísio sabe que, na verdade, outra mão os ampara. Só por isso, tudo acaba dando certo ao final. Enzo ainda aprenderá, um dia, que voa a esmo quem não conta com a proteção de Deus!