São Paulo: um fariseu convertido

Falar sobre São Paulo não é fácil. Na história do Cristianismo, sua existência e atuação fizeram muita diferença. A característica prin...


Falar sobre São Paulo não é fácil. Na história do Cristianismo, sua existência e atuação fizeram muita diferença. A característica principal de sua atuação foi a universalização do cristianismo. Se não fosse ele, talvez, essa religião, permaneceria como uma seita judaica por muito tempo.

            São Paulo nasceu em Tarso, uma cidade próxima à Turquia atual. Era de família judia da diáspora (dispersão). Desde a infância conviveu com diversos povos e culturas. Falava o hebraico, língua de seus pais, o grego, e, com certeza, o aramaico e talvez o latim. Estudou em Jerusalém e pertencia ao grupo religioso dos fariseus. Esse grupo realçava a observância da lei e acreditava na ressurreição dos mortos. Acreditava que a vinda do messias estava condicionada à plena observância da lei. Por isso, era extremamente exigente nesse quesito e mereceu boas represálias da parte de Jesus. É bom lembrar que nesse tempo, os dez mandamentos da lei mosaica haviam se multiplicado em 360 mandamentos! A lei tornou-se um fardo pesado e seu cumprimento acabou sendo mais importante que a vida e a felicidade do homem.

            Paulo foi aluno de Gamaliel e pertencia ao grupo dos fariseus. Zeloso pela religião de Israel estava presente no dia da morte de Santo Estêvão, o primeiro mártir cristão. A convicção de Estêvão ao dar testemunho de Cristo, certamente mexeu com S. Paulo. Mas, sua conversão aconteceu mesmo, na estrada de Damasco quando ele estava viajando para perseguir os cristãos.  

            No início do cristianismo, Jerusalém vivia dias tumultuados. A região estava sob domínio romano e os judeus muito divididos entre si. Alguns se beneficiavam dessa dominação e colaboravam com ela. Outros a detestavam e lutavam para mudar esse quadro. Outros se refugiavam no misticismo e seitas fechadas. Nesse contexto, os cristãos aparecem com uma proposta de vida diferenciada e com novas idéias sobre diversos temas. Com relação ao Templo, por exemplo, Jesus diversas vezes condenou os abusos nele cometidos. Chegou a enxotar uma turma que o transformava em “casa de comércio”. Os primeiros cristãos também tiveram problemas com as autoridades do templo. Com relação ao Messias, também tinham uma nova idéia. Para os seguidores de Cristo, o Messias era Ele, enquanto para a maioria dos judeus um Deus jamais poderia se encarnar e se misturar com os pecadores. Além disso, os cristãos discordavam em outros pontos. Tudo isso, gerou certa inquietação e despertou a ira dos mais zelosos da religião tradicional com relação àquele novo grupo religioso, ou seja, os cristãos.

            Paulo, que sempre fora zeloso pelo antigo culto, obteve permissão das autoridades para perseguir os cristãos mesmo fora de Jerusalém. Por isso, tomou o rumo de Damasco, visando trazê-los a ferro e fogo para encarcerá-los.  Na estrada da perseguição o caçador foi caçado. Paulo teve uma visão. Uma luz forte o fez cair por terra e ele ouviu uma voz que dizia: Paulo, Paulo, porque me persegues? Eu sou Jesus, a quem tu persegues. O ocorrido na estrada de Damasco mudou toda a vida de Paulo. A fera tornou-se cordeiro. Paulo aproximou-se dos cristãos e mudou-se completamente. Após a conversão e um breve tempo de vivência da fé, Paulo começou suas viagens missionárias. Realizou três grandes viagens, enfrentando chuva e sol, raios e trovoadas. Mas, seu amor por Cristo foi maior do que qualquer dificuldade. Ele foi o primeiro grande missionário das nações!

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