Re-criando

Obra "A Criação de Adão" No livro do Gênese, a Bíblia mostra como Deus criou o mundo. Aquele que tudo pode, preferiu fazer ...


Obra "A Criação de Adão"
No livro do Gênese, a Bíblia mostra como Deus criou o mundo. Aquele que tudo pode, preferiu fazer uma coisa de cada vez. Após a criação de cada realidade Deus a admirava e via que “era boa”. Nem poderia ser diferente. Do Deus de bondade nada poderia sair que não fosse bom e belo. O relato prossegue feito um ritual. Deus não quis fazer tudo apertando um botão. Nós é que gostamos desse lado prático das vida. Apressamos tudo. Criamos um frango em quarenta dias, esticamos as noites e encurtamos os sonhos... Deus não. Ele criou e teve tempo para namorar cada fruto da criação.

            Ao falar sobre a criação do homem, a bíblia se detém. Deus não disse “Faça-se”. Ele criou o homem com as próprias mãos quando disse: “façamos o homem...”  Criou, na verdade, sua maior obra de arte, pois o fez à sua imagem e semelhança.  Após esse ritual divino, deu-lhe um espírito quando soprou-lhe nas narinas o seu divino hálito. Fez o homem com amor e o “condenou” à felicidade. Para isso, bastaria que soubesse usar a liberdade. Como tudo, a liberdade tem dois lados. Seu uso pode ajudar ou atrapalhar. Ainda não sabemos usá-la bem. Por isso, a felicidade parece um sonho para muitos.  Deixamos de desfrutar do oceano e nos afogamos num copo d’água quando nos tornamos escravos do pecado. Ele é a raiz de todo mal. Por sua causa um homem quer dominar o outro o tempo todo. As relações deixam de ser fraternas e passam a ser de ódio, inveja, cobiça...

            Deus criou o homem para que ele vivesse em harmonia e fosse feliz. O pecado rasgou o que era para ser uma obra de arte. Apesar disso, não fomos abandonados por Deus. Na hora certa, Ele mesmo veio até nós, através de seu Filho para recuperar sua obra de arte, ou seja, o homem decaído pelo pecado. Jesus é esse artista que com suas mãos retoca o estrago causado pelo mal. Ao impor as mãos sobre os cegos, doentes e sofredores é o próprio Pai que age em Cristo para recuperar seu maior “objeto” de amor, o ser humano. Tão nobre quanto o trabalho do criador é o trabalho do “recuperador”. Por isso, dizemos que Deus nos cria salvando-nos. A salvação de Deus torna-se mais explicita em Jesus. Ele veio para isso: recuperar o que estava perdido! Mas, como somos livres, a salvação não é imposta. Ela é proposta que poderá ser aceita ou não. Quando aceita então nossa felicidade é completa, pois realizamos o sonho de Deus. Quando recusamos Deus, certamente fica triste, mas, não pode agir em respeito à nossa liberdade.

            Jesus nos revela a bondade do Pai. O pai é amor e por amor quis ser presença entre nós. O amor é o “ingrediente” dessa relação sobrenatural do Pai com o Filho. Então temos um único Deus triplamente manifestado: Pai, Filho e Espírito de Amor. Essa comunhão plena de Deus é pedagógica, pois nos ensina a ser abertos aos outros e a Ele mesmo. Toda forma de pecado é uma ruptura nessa comunhão com os irmãos e com Deus. Essa ferida, no entanto, pode ser curada pela nossa conversão e mudança de vida. O Pai está sempre de braços abertos para acolher aquele que se arrepende de seus erros e se dispõe a voltar para sua convivência amorosa. Ele criou-nos por amor e seu maior desejo é que vivamos no amor. Quando o pecado nos estraga, somente a mão de Cristo pode reparar esse dano. Aliás, Ele veio exatamente para isso. Por isso, jamais se afastou dos pecadores de todos os tempos.

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