São Paulo: “João Teimoso”
Existe um brinquedo muito conhecido das crianças, chamado “João teimoso”. Trata-se de um bonequinho de plástico que teima em ficar em p...
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Existe
um brinquedo muito conhecido das crianças, chamado “João teimoso”. Trata-se de
um bonequinho de plástico que teima em ficar em pé, por mais que caia tombado
no chão. Daí vem o seu sobrenome, “teimoso”. Com todo respeito, vou usar essa
imagem do universo infantil para falar de um homem adulto na fé: São Paulo.
São
Paulo enfrentou fome, frio, perseguições e prisões; mas nada disso, abateu-lhe
o ânimo missionário. Graças a ele, o cristianismo ganhou universalidade. Caso
contrário, poderia ter se reduzido apenas a uma seita judaica. Paulo enfrentou
tudo e todos, por causa de Jesus. Rompeu
com o judaísmo tradicional, enfrentou a desconfiança dos primeiros cristãos e curtiu
como ninguém, a solidão e o isolamento. No entanto, dizia: “Eu tudo posso,
naquele que me fortalece”. Em suas viagens percorreu cerca de cinco mil
quilômetros por mar e terra. As condições eram as piores possíveis. Andou por
caminhos perigosos e desconhecidos; apanhou e foi aprisionado mais de uma vez. Mas, nada desanimou ou fez tombar esse “João
teimoso”. “Sei em quem pus a minha esperança”, dizia ele, enquanto seguia em
frente.
As
dificuldades do apóstolo começaram logo após sua conversão ao Cristianismo em Damasco. Nessa
cidade, provocou a ira dos judeus. Foi visto como um traidor do judaísmo. Por
isso, foi jurado de morte. Passaram a vigiar os seus passos e cercaram a
entrada da cidade. Paulo driblou a turma,
descendo à noite, dentro de um cesto, pelas muralhas da cidade (At 9,25). Após
essa curiosa fuga, Paulo foi à Arábia e em seguida para Jerusalém onde conheceu
Pedro e permaneceram juntos por quinze dias (Gl 1,17-18). Em Jerusalém também
foi perseguido e, mais uma vez, jurado de morte (At 9,29). Por causa disso,
teve que viajar para Tarso e, somente mais tarde, a convite de Barnabé, foi
trabalhar em Antioquia (At 11, 19-26).
Observando
a vida de São Paulo, a gente percebe o quanto ele sofreu e como pagou caro pela
sua fidelidade a Cristo. Ele, de fato, foi um baluarte da fé e serve de exemplo
para todos nós. Pertencer a Cristo é colocar-se a serviço do evangelho sem
medir os desafios. É bom lembrar que o Evangelho, quase sempre enfrentou
resistências. Ele vai na direção oposta daquilo que o mundo valoriza. Quem
anuncia o Evangelho também deve ser um “João teimoso” para não se abater diante
das resistências. Jesus advertiu aos seus discípulos: “Se perseguiram a mim,
vão perseguir também a vocês (...) mas, eu venci o mundo”. O mundo aqui
significa tudo o que se opõe à mensagem de Cristo. Ele, no entanto, não tem a última palavra. A
última palavra é de Deus. O “mundo” rejeitou e matou Jesus Cristo. Mas, Deus o
ressuscitou e Ele continua vivo. É essa certeza que nos fortalece e nos dá
ânimo para prosseguir anunciando a mensagem cristã.