Sede Santos!

Imagem de  Thomas B.  por  Pixabay   Ser santo não é privilégio de alguns. O caminho da santidade está aberto a todos. Assim co...

Imagem de Thomas B. por Pixabay 
Ser santo não é privilégio de alguns. O caminho da santidade está aberto a todos. Assim como a chuva que não escolhe quintal para cair, a graça de Deus é derramada sobre todos os seus filhos. Mas, alguns respondem, de forma plena, a essa graça e outros não. Deus é Santo e nós somos os seus filhos. Então, nossa santidade pessoal irá depender do grau de proximidade ou distanciamento de Deus. Não há como se aproximar de uma fogueira sem ficar iluminado por ela. Por isso, quanto mais perto de Deus estiver uma pessoa, mais santa ela se tornará.

Quando falamos dos santos, normalmente, nos lembramos daqueles que já estão sobre os altares. Corremos o risco de esquecer aqueles com os quais convivemos na terra. Existe, entre nós, uma multidão de pais e mães de família, padres, professores e outros profissionais que vivem perto de Deus. Ora, quem vive perto de Deus, vive na santidade. Isso não significa que essas pessoas não tenham problemas e conflitos. Também sofrem e tem que pagar suas contas. Mas, os santos que hoje estão sobre os altares também viveram assim. Quantas angústias viveu Tereza de Calcutá, Santo Antônio, Pe. Libério! Esse último está bem próximo dos altares!

De uma coisa podemos estar certos: - Deus nos quer santos! Aliás, Ele não nos criou para a perdição e sim para a santidade. Temos uma “multidão” de pecados. Mas, na maioria das vezes, pecamos por fraquezas e não intencionalmente. E contra isso, recebemos da Igreja o sacramento do perdão. Os santos canonizados, quando estavam vivos entre nós também não se consideravam santos. Pelo contrário, sofriam com seus pecados. Tereza de Ávila, hoje Santa Tereza, em seu tempo, recorria à interseção dos santos para si mesma:

Ó almas que já gozais sem temor do vosso gozo e estais sempre embebidas em louvores a meu Deus! Venturosa foi a vossa sorte. Que grande razão tendes para vos ocupardes sempre desses louvores e que inveja tem de vós a minha alma, visto já estardes livres da dor que provocam as tão grandes ofensas que se fazem nesses desventurados tempos a meu Deus, e de ver tanta ingratidão, bem como a multidão de almas , que não se quer ver, levada por Satanás (...) Ajudai-nos, pois estais bem perto da fonte; colhei água para que nós não pereçamos aqui de sede ( Santa Tereza, Exclamações, XIII,1 e 4).

Santa Tereza, uma das grandes santas, hoje considerada doutora da Igreja, em seu tempo não se julgava assim. Na oração acima, percebemos quanto ela tinha sede de Deus.

São Paulo, dividido entre o desejo de santidade e as fraquezas do “homem velho”, dizia: - Que desditoso  homem que eu sou! Quem me há de libertar desse corpo de morte ( Rom7,24)? Esse desabafo de São Paulo acaba sendo o desabafo de todos nós. Somos batizados e marcados por Cristo, mas também marcados pelo pecado que nos afasta da vida da graça.

Tenho medo de falar dos santos como se eles fossem criaturas de outro mundo e desencarnadas da realidade. A maneira como foram representados, às vezes, reforçam essa ideia. É incrível, como São Sebastião, crivado de flechas, mantém uma expressão serena, quase esboçando um sorriso no rosto! Isso o torna desumano. Pintamos os santos com caras pálidas e sem expressão. Esquecemos que tiveram fome, angústias, tristezas e alegrias... São Vicente de Paulo, foi acusado de roubo... São Geraldo foi acusado de desrespeitar de uma jovem... Tereza de Calcutá de lavagem de dinheiro... Diante de tudo isso, não dá para ignorar a brutalidade da realidade enfrentada por todos eles e elas. Na maioria das vezes, os santos foram muito incompreendidos em seu tempo...

A busca da santidade não deveria ser privilégio de alguns, mas a meta de todos nós. Ser santo não é negar a sim mesmo. Mas, ir de encontro à plenitude de Deus que nos quer sempre perto dEle.  “Na casa de meu pai há muitas moradas. Vou preparar-vos, um lugar para que onde eu estiver estejais também vós, disse Jesus”( Jo 14, 1ss). Essa fala de Jesus é muito consoladora. É bom saber que ele nos quer sempre por perto como um bom pastor.

Celebrar todos os santos, mais do que recordar seus exemplos edificantes, é refletir sobre a finalidade de minha vida. Tomara que um dia, estejamos todos juntos, no céu, como uma grande família em torno do pai. Assim, poderemos usufruir para sempre do banquete preparado para os filhos. Nessa mesa participaram gente do norte e dos sul; do oriente e do ocidente, pois o convite à santidade é universal.

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  1. "É bom saber que Ele nos quer por perto" 🙏🏽🙏🏽🙏🏽

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  2. Muito boa a reflexão padre,quem respeita Deus e o ama procura viver de acordo com a vontade D'ELE... partindo das renúncias.

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  3. ..."
    A busca da santidade não deveria ser privilégio de alguns, mas a meta de todos nós"..

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