São Sebastião. Rogai por nós!

Pintura: Martírio de São Sebastião/Gregório Lopes   Quando chega o mês de Janeiro grande parte das nossas comunidades festeja São Seb...


Pintura: Martírio de São Sebastião/Gregório Lopes 
Quando chega o mês de Janeiro grande parte das nossas comunidades festeja São Sebastião. Essa devoção me acompanha desde a infância, pois São Sebastião é o padroeiro de minha cidade natal. Aprendi a ver, desde cedo, aquele jovem santo amarrado ao tronco de uma árvore e coberto de flechas. Em minha inocência eu nada entendia daquilo. Mas, sabia que se tratava de um homem de Deus e que tinha por função nos livrar das pestes, fomes e guerras...

São Sebastião nasceu na Cidade de Narbona (final do Séc III), nas terras da Gália (atual França) de dominação romana. Sua família mudou-se para Milão, próximo à sede do Império Romano, quando ele ainda era criança. Como toda criança de seu tempo, recebeu uma educação dentro dos moldes imperiais. Coube à sua mãe, entretanto, dar-lhe uma educação cristã, já que perdeu o pai muito cedo. Essa parte de sua formação permaneceu sigilosa por questões de segurança, pois a perseguição aos cristãos foi violenta naquele tempo. De acordo com seus biógrafos esse ideal cristão o levou a ingressar no exército imperial. Nessa carreira, talvez, pudesse livrar muitos cristãos da morte decretada pela perseguição religiosa. Como membro do exército estaria mais perto de seus irmãos de fé e isso facilitaria sua ação em defesa dos mesmos.

Como soldado romano, Sebastião acabou se destacando muito e foi promovido ao posto de capitão, para cuidar da lendária Guarda Pretoriana, ou seja, a guarda responsável pela segurança do imperador. Naquele tempo o imperador costumava comparecer, pessoalmente, aos campos de batalha. Isso exigia um cuidado especial com sua segurança. Diocleciano, o Imperador da época, nem de longe suspeitava que Sebastião professasse a fé cristã. Mas, já naquele tempo, a fofoca corria solta.  Por isso, não demorou muito que ele fosse denunciado ao imperador. Ao sentir-se traído por seu homem de confiança, o Imperador Diocleciano quis aplicar-lhe uma punição exemplar. Sebastião foi condenado com uma pena rara: O flechamento. O Imperador Incumbiu os melhores arqueiros da Numíbia, uma possessão romana na África, para desempenharem essa tarefa. Esses arqueiros eram famosos no manejo das flechas, pois tais ferramentas eram amplamente usadas por eles em suas caçadas na savana africana. Dessa maneira Sebastião teria uma morte lenta e dolorosa, pensava o imperador. Sebastião foi amarrado, sem roupas, a um tronco com as mãos para trás e flechado impiedosamente. A maneira como o santo é representado, com poucas flechas no corpo, ameniza a situação. As narrativas mais antigas sobre o seu martírio afirmam que ele ficou coberto de flechas.

Após o martírio o corpo do santo foi entregue a uma mulher piedosa, chamada Irene, para o sepultamento. Mas, durante os preparativos do corpo, alguém percebeu que o santo ainda respirava. Após essa constatação ele foi, cuidadosamente, tratado com os recursos curativos da época e depois de alguns meses estava completamente restabelecido.

Depois de curado, Sebastião decide ir ao imperador tentando demovê-lo de seus erros. Aproveitou uma ocasião de festas pagãs e compareceu ao palácio no dia 20 de janeiro de 286. Nesse dia fatídico, foi morto diante do imperador e seu corpo atirado na “cloaca máxima”, ou seja, na rede de esgoto do palácio. Seu corpo foi resgatado posteriormente pelos cristãos  e sepultado nas catacumbas.

A coragem de São Sebastião para defender a fé cristã numa época de grande perseguição trouxe-lhe grande reconhecimento popular. Ele tornou-se um dos santos mais amados e venerados durante boa parte da Idade Média e até aos nossos dias.


Fonte consultada para esse texto:
Gomes, Santos. Os Santos Mais populares do Brasil. Rio de Janeiro, Nova Terra Editora, 2012.

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