A ovelha menos perdida que o pastor

O Evangelho de São Mateus (18,12-14), fala-nos de uma ovelha perdida e da coragem do pastor que deixou noventa e nove ovelhas na mont...



O Evangelho de São Mateus (18,12-14), fala-nos de uma ovelha perdida e da coragem do pastor que deixou noventa e nove ovelhas na montanha para buscar uma única que se perdeu. O pastor fez isso, não porque valorizasse mais aquela ovelha ou desvalorizasse as noventa e nove. Ele o fez, exatamente, porque ela estava perdida!

Ao ler esse texto não podemos deixar de admirar a coragem do pastor. Ele correu muitos riscos: - Risco de não encontrar a ovelha, de se perder também, de ser atacado pelo lobo e de perder mais algumas das ovelhas que ficaram no na montanha... Apesar disso, ele pôs o pé na estrada, ou seja, no mato. Não mediu sacrifícios até que encontrasse a ovelha machucada.

A imagem do Cristo Bom Pastor, normalmente, foi representada com uma longa túnica, muito limpinha, à moda dos imperadores romanos. Mas, existe outra imagem do pastor, mais antiga, com saia curta, sandálias rotas e com a ovelha sobre os ombros. Talvez, essa primeira imagem fosse mais próxima do que Jesus quis dizer. Essa imagem não realça o peso do cajado, mas o cuidado e zelo do pastor pela ovelha. Indo em busca da ovelha o pastor é a imagem de Deus, cuja misericórdia, o faz esquecer-se de si mesmo. Jesus foi esse bom pastor que buscou os pobres e esquecidos do seu tempo e continua a dar a vida por nós. Nessa tarefa esqueceu-se de si mesmo e dos riscos que acabou correndo.

O Papa Francisco, num de seus sermões dizia preferir mais uma igreja enlameada a uma igreja auto-referenciada. Acho que ele quis dizer que nossa preocupação atual não deveria ser tão voltada para dentro, para as questões internas e sim, para fora. Devemos cuidar das ovelhas que já estão no curral, é verdade.  Mas, isso não deveria bastar-nos. Colocar o pé na estrada e buscar aquelas que se perderam é correr grande risco. É mais fácil nos instalarmos numa “zona de conforto” do que levar as pedradas por tentar tirar o Evangelho da mesmice. É mais fácil preocupar com “likes no Face”, rendinhas no altar e diretrizes internas, do que ir ao encontro das ovelhas perdidas. Para alguns, é mais fácil atravessar o oceano, visitar Roma ou Jerusalém, do que visitar o presídio da sua região... É mais fácil cultuar os bem-sucedidos que buscar os perdidos...

Para buscar a ovelha perdida não temos um mapa. É preciso conhecer os seus rastros e sentir o seu cheiro. O pastor que anda perfumado demais não consegue distinguir o cheiro próprio de cada ovelha. Quem anda preocupado demais com botox e com o próprio estrelato, pelo visto, está mais perdido do que a ovelha perdida. Que estrelismo pode desejar o verdadeiro seguidor de Cristo. Aplausos ou cruzes? O mundo nunca aceitou muito bem a proposta cristã. Não temos escolhas: Ou estamos bem com o mundo ou bem com Deus. O pastor tem duas escolhas: - Buscar a Deus ou buscar a si próprio.  
Em certa medida, todos somos pastores e todos somos ovelhas. Aqui nos cabe refletir sobre as diferentes atitudes de cada um. Enquanto pastor como tenho agido? E enquanto ovelha, como tenho me comportado?  A resposta a esse questionamento só você pode dar. Mas, jamais se esqueça de que o pai não quer perder nenhum de seus pequeninos...


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