O pijama
Devo confessar que comprei por impulso. Mas, o objeto desejado era irresistível: Um pijama verde claro! A loja era de dez, mas, mas...
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Devo confessar que comprei por impulso. Mas, o objeto
desejado era irresistível: Um pijama verde claro! A loja era de dez, mas, mas o
vendedor disse que isso não valia para pijama. Para justificar os vinte ele
dizia que o tal pijama era de seda pura (ou Singapura?), de malha fria (ou
palha fina?), de fios de prata (ou pano de prato?), qualquer coisa assim... Eu
nem prestei muita atenção no que ele dizia. Na verdade, era o pijama que falava
comigo: “Me leva... eu sou macio, "GG2", e
prometo não enforcá-lo na cama...”.
Isso foi o bastante! Saquei os vinte e paguei na bucha!
Em casa vesti o pijama e, por pouco, não sai com ele na rua
por pura exibição. Queria que todos observassem que, eu mesmo, era o dono daquela
bagaça... Mas, alguém me disse que não ficaria bem e coisa e tal. Então,
retraído e censurado eu me contive. Afinal, não quero ser destaque, pelo menos,
por enquanto. Mas, fiquei pensativo. Isso é o contraditório da vida. Quando se
tem dentes não se tem o que comer. Quando se tem muita comida faltam os dentes.
Quando chove sopa o pobre está de garfo na mão. Quando se tem um pijama verde
claro, não se pode sair com ele na
rua...
O mundo é cheio de convenções. Ainda sonho com um tempo em
que todos possam andar de camisa de malha, calção e chinelo de dedo; ou talvez,
de pijama mesmo! Isso valeria para o médico, o apresentador de TV e o gerente
do banco. Confesso, que tenho pena de certas pessoas, que andam sempre muito empacotadas.
Vejo isso, com certa frequência, em algumas cerimônias. Em dia de casamento já
vi noivo desmaiar e só voltar a si, quando lhe tiraram a gravata e o cinto. Na
verdade, ele estava sendo enforcado no pescoço e na cintura. Talvez até na
opção que fazia... Tenho pena também da noiva com aquele trambolho chamado
vestido. Isso, para não falar do excesso de maquiagem, sapato apertado e uma
louca vontade de ir ao banheiro... Já vi noivas cair em prantos, mas não era emoção.
Era alergia mesmo!
Prometo que ainda lidero uma campanha pela informalidade nas
vestimentas. Mais importante que seguir a etiqueta é sentir-se confortável.
Nosso corpo pede isso. Nada de sapatos duros, calças apertadas e saias justas.
Tenho uma amiga que pede três pessoas para ajudá-la a vestir a calça jeans. Tem
que parar o fôlego, pular pra cima e fazer promessa para fechar o zíper. Após
vestir a calça não pode nem respirar direito. Ela é “plus size”... Atualmente, é proibido usar a
palavra gorda. Apesar de plus saize, compra sempre “baby look”. Para quem não
sabe, “baby look” é roupa de boneca. Acho que é isso mesmo. Como tudo seria
mais fácil se a gente saísse pra rua de pijama mesmo. Estou aguardando o toque
da trombeta. Meu pijama verde-desmaiado está pronto para entrar em ação.
E viva
a liberdade!
Link da foto: Gato
Padre ,kkk
ResponderExcluirEu comprei certa vez 3 cuecas por 10,00 por insistência usei 10 minutos.kk
Parabéns pelo texto maravilhoso
ResponderExcluirMUITO IVERTIDO. PADRE FABRIEL MUITO BEM LEMBRADO A QUESTÃO DA VESTIMENTA KKKK
ResponderExcluirVestimos aquilo que o "modismo" nos leva a usar e nem sempre nos representa. A melhor confecção, a roupa de alfaiataria, a peça da hora é a primeira pele. Cada qual a sua cor, na sua textura, na sua elasticidade e que nunca sai de moda. O resto é goma.
ResponderExcluirParabéns padre.
Show de bola padre!!!
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