Eu também não te condeno
Naquele dia o cerco estava fechado e o circo armado. A mulher, sem nome, chamada de “pecadora” era, apenas, uma isca. O peixe a ser c...
https://ggpadre.blogspot.com/2020/03/eu-tambem-nao-te-condeno.html
Naquele dia o cerco estava
fechado e o circo armado. A mulher, sem nome, chamada de “pecadora” era, apenas,
uma isca. O peixe a ser capturado seria Jesus. Quem comandava o espetáculo? –
Os fariseus e os doutores da lei, que se consideravam guardiões da vida pública
e os baluartes da moralidade...
Uma mulher fora surpreendida em
adultério e, conforme a lei deveria morrer. Curioso é que não aparece, na cena,
o homem que adulterou com ela. Será que ela errou sozinha? A lei dizia que a
adúltera deveria ser apedrejada, juntamente, com seu cúmplice (Lv 20,10). Mas,
respeito humano, ali não havia. Trouxeram a mulher para o meio do povo, expondo,
publicamente, o seu pecado, sem o mínimo de consideração. Simplesmente, jogaram-na,
diante de Jesus e perguntaram: - E agora José, digo, Jesus?
Aquele episódio, na verdade, era
uma armadilha para pegar Jesus. A situação era um beco sem saída. Inocentando a
mulher Jesus agiria contra a lei de Moisés, condenando-a, agiria contra a lei
do amor... Mas, a atitude de Jesus foi surpreendente. Simplesmente, abaixou-se
e começou a escrever no chão. O que será que escrevia? Isso a Bíblia não fala. Ato
contínuo levantou-se e, interrogou aos presentes: - Quem não estiver pecado
atire nela a primeira pedra! – Iche! Por essa, eles não esperavam. E eles
jogaram as pedras... no chão! Começando pelos mais velhos foram tirando o time
de campo. De juízes que eram, tornaram-se réus. Eles que julgavam e condenavam,
e, às vezes, condenavam, mesmo sem julgamento, agora, estão nus diante da
verdade. E as grandes verdades de cada um, não conseguiram encarar...
Após esse fato, só restaram duas
pessoas naquele espaço: - Jesus e a mulher sem nome. A grande miséria humana e
a infinita misericórdia de Deus. Dois olhares se trocaram: O olhar da ovelha
machucada e sofrida e o olhar amoroso do pastor que ama e cuida. Rompendo o silêncio
Jesus a interroga: - Onde então os que te condenavam? E a mulher responde: -
Não há mais ninguém, Senhor. A expressão “Senhor” não é gratuita. Ela que nunca
fora amada por ninguém e se tornara escrava de todos agora encontrou o “Senhor”
que a acolheu e a amou de verdade. Ela
que sempre fora usada, naquele momento sentiu-se amada pela primeira vez.
Essa cena bíblica está entre as
mais lindas do Evangelho ( Jo 8, 1-11). Ela faz lembrar outra situação do
Antigo Testamento (Dn 13), quando Suzana, uma esposa fiel ao marido, também foi
vítima de uma trama injusta, arquitetada pelos juízes daquele tempo. Quem deveria
defender os inocentes agia de forma contrária. Eram assim, lobos com peles de
cordeiros. Mas, Deus é justo e nunca nos abandona. Além de justo é
misericordioso. Suzana era inocente. Então, não era justo que pagasse por algo
que não fez. O Evangelho, na cena em questão, não fala da inocência da mulher.
Apesar disso, ela foi perdoada e amada por Jesus. O amor de Deus parece ter
falado mais alto que sua justiça. Ainda bem. Caso contrário, o que viria a ser
de nós?
texto muito interessante
ResponderExcluirBom dia lendo .me lembra . Aquela música.Deus é amor e quem ama permanece em Deus.🙏🙏🙏
ResponderExcluirSenhor misericordia de nos pobres pecadores,assim como perduartes a mulher adultera e a livrastes do julgamento da morte.Perdoai os nossos pecados e livranos de todo mal.
ResponderExcluirO amor de Deus tem como base misericórdia, aliás, Deus é misericórdia, talvez não compreendamos ou temos consciência da intensidade desse amor, ao ponto de deixar com que nossos julgamentos não nos permita aceita-lo em tal intensidade!
ResponderExcluir