Eu também não te condeno

Naquele dia o cerco estava fechado e o circo armado. A mulher, sem nome, chamada de “pecadora” era, apenas, uma isca. O peixe a ser c...



Naquele dia o cerco estava fechado e o circo armado. A mulher, sem nome, chamada de “pecadora” era, apenas, uma isca. O peixe a ser capturado seria Jesus. Quem comandava o espetáculo? – Os fariseus e os doutores da lei, que se consideravam guardiões da vida pública e os baluartes da moralidade...

Uma mulher fora surpreendida em adultério e, conforme a lei deveria morrer. Curioso é que não aparece, na cena, o homem que adulterou com ela. Será que ela errou sozinha? A lei dizia que a adúltera deveria ser apedrejada, juntamente, com seu cúmplice (Lv 20,10). Mas, respeito humano, ali não havia. Trouxeram a mulher para o meio do povo, expondo, publicamente, o seu pecado, sem o mínimo de consideração. Simplesmente, jogaram-na, diante de Jesus e perguntaram: - E agora José, digo, Jesus?

Aquele episódio, na verdade, era uma armadilha para pegar Jesus. A situação era um beco sem saída. Inocentando a mulher Jesus agiria contra a lei de Moisés, condenando-a, agiria contra a lei do amor... Mas, a atitude de Jesus foi surpreendente. Simplesmente, abaixou-se e começou a escrever no chão. O que será que escrevia? Isso a Bíblia não fala. Ato contínuo levantou-se e, interrogou aos presentes: - Quem não estiver pecado atire nela a primeira pedra! – Iche! Por essa, eles não esperavam. E eles jogaram as pedras... no chão! Começando pelos mais velhos foram tirando o time de campo. De juízes que eram, tornaram-se réus. Eles que julgavam e condenavam, e, às vezes, condenavam, mesmo sem julgamento, agora, estão nus diante da verdade. E as grandes verdades de cada um, não conseguiram encarar...

Após esse fato, só restaram duas pessoas naquele espaço: - Jesus e a mulher sem nome. A grande miséria humana e a infinita misericórdia de Deus. Dois olhares se trocaram: O olhar da ovelha machucada e sofrida e o olhar amoroso do pastor que ama e cuida. Rompendo o silêncio Jesus a interroga: - Onde então os que te condenavam? E a mulher responde: - Não há mais ninguém, Senhor. A expressão “Senhor” não é gratuita. Ela que nunca fora amada por ninguém e se tornara escrava de todos agora encontrou o “Senhor” que a acolheu e a amou de verdade.  Ela que sempre fora usada, naquele momento sentiu-se amada pela primeira vez.

Essa cena bíblica está entre as mais lindas do Evangelho ( Jo 8, 1-11). Ela faz lembrar outra situação do Antigo Testamento (Dn 13), quando Suzana, uma esposa fiel ao marido, também foi vítima de uma trama injusta, arquitetada pelos juízes daquele tempo. Quem deveria defender os inocentes agia de forma contrária. Eram assim, lobos com peles de cordeiros. Mas, Deus é justo e nunca nos abandona. Além de justo é misericordioso. Suzana era inocente. Então, não era justo que pagasse por algo que não fez. O Evangelho, na cena em questão, não fala da inocência da mulher. Apesar disso, ela foi perdoada e amada por Jesus. O amor de Deus parece ter falado mais alto que sua justiça. Ainda bem. Caso contrário, o que viria a ser de nós?

Imagem de Yuri_B por Pixabay 

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  1. Bom dia lendo .me lembra . Aquela música.Deus é amor e quem ama permanece em Deus.🙏🙏🙏

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  2. Senhor misericordia de nos pobres pecadores,assim como perduartes a mulher adultera e a livrastes do julgamento da morte.Perdoai os nossos pecados e livranos de todo mal.

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  3. O amor de Deus tem como base misericórdia, aliás, Deus é misericórdia, talvez não compreendamos ou temos consciência da intensidade desse amor, ao ponto de deixar com que nossos julgamentos não nos permita aceita-lo em tal intensidade!

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