Um Deus que chora

Salvando as devidas proporções, o ambiente de desespero, naquela ocasião, era parecido com o nosso atualmente. Eram três irmãos, pelo...



Salvando as devidas proporções, o ambiente de desespero, naquela ocasião, era parecido com o nosso atualmente. Eram três irmãos, pelo jeito, muito unidos e amigos de todos. Um deles, o único homem, chamado Lázaro, morreu. Tudo o que as irmãs mais queriam era poder contar com a ajuda de Jesus. Mas, ele estava longe e, talvez, nem soubesse daquela situação. É verdade, que tinham lhe enviado uma mensagem, mas não obtiveram respostas...

Do outro lado, Jesus havia recebido a mensagem. Mas, apesar da gravidade da situação não teve pressa em retornar. Será que estava com medo de voltar à Judeia, onde era ameaçado de morte? – Certamente, não. Os tempos de Deus são diferentes dos nossos! Por isso, só retornou no quarto dia para “acordar” o amigo que “dormia”. Os discípulos não entenderam. Pensavam que Lázaro, dormia mesmo e, sendo assim, estaria muito bem.

Os velórios daquele tempo eram bem diferentes dos atuais. Eles duravam mais tempo e eram bastante ruidosos: Mulheres chorando, tocadores de flauta, crianças aprontando e, a  casa, de pernas para o ar... Depois do quarto dia do enterro, quando nada mais restava a fazer, Jesus apareceu com seus discípulos. A casa ainda estava barulhenta! Marta foi correndo ao encontro de Jesus com ares de reprovação. – Ô Jesus, só agora você apareceu? Se tivesse vindo antes, tudo poderia ter sido diferente... Na verdade, ela não conhecia bem Jesus, pois ele é a VIDA, com letras maiúsculas! Sem entender muito uma conversa dele sobre a ressurreição, foi buscar sua irmã, Maria, no vale do desespero. Isso mesmo! Aquela casa tornara-se nos últimos dias, uma casa da dor. Maria saiu daquele ambiente e também foi ao encontro de Jesus. Mas o ambiente não saiu dela. Por isso, foi aos prantos, conversar com Jesus.

Jesus permaneceu do lado de fora. Recusou-se  a entrar naquela casa de aflitos. Ao ver Maria que veio chorando ao seu encontro ele também não resistiu e chorou também. Isso mesmo! Temos um Deus que chora pelas nossas dores. Nunca se viu um Deus assim!  Jesus chorou não por desespero, mas por solidariedade com a humanidade sofredora representada naquelas irmãs. Depois desse momento inicial Jesus e os  presentes dirigiram-se  ao sepulcro.

Para os judeus daquele tempo, após o quarto dia, a morte já era algo definitivo. Então, não havia mais o que fazer. Apesar da resistência de alguns, Jesus mandou tirar a pedra da sepultura. Ele veio para eliminar as barreiras que sufocam a vida humana. Lázaro o amigo de Jesus, ouviu sua voz, mesmo estando no túmulo. A morte física não é uma barreira para o encontro com Deus. Por isso Lázaro, saiu do sepulcro, ainda com as faixas mortuárias ao ouvir o chamado de Jesus. A voz de Deus é uma voz que espanta a morte!

Não há como negar que, atualmente, vivemos uma realidade de ameaça à vida. De fato, nesse tempo de epidemia, somos acuados por todos os lados. A vida precisa seguir adiante apesar das restrições. Muitos beiram ao desespero só de pensar nos grandes desafios que teremos pela frente. Nunca foi tão urgente caminhar ao encontro de Jesus. Só Deus pode nos fortalecer no combate contra um vírus, inimigo da raça humana. Permanecer no desespero não resolve nada. É hora de alimentar a fé e a esperança. Deus não permanece indiferente as nossas dores e lutas. Peçamos a Ele que venha nos fortalecer na caminhada. Grandes lições iremos tirar desse tempo de provações. Agora não é hora de reclamar o leite derramado. É hora de confiar em Deus, ressignificar nossas posturas e seguir adiante, “cantando ao sol como uma cigarra que mesmo após um ano debaixo da terra, ressurge para continuar o seu canto...” (Trecho da música, Como La Cigarra, cantada por Mercedes Sosa).
Que Deus nos abençoe a todos!

Imagem de Myriam Zilles por Pixabay 
Para ver mais sobre o tema:  https://ggpadre.blogspot.com/2023/03/na-casa-dos-pobres-jesus-revela-gloria.html

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  1. Perfeito, bem propício ao tempo que estamos passando de aflição, opiniões divididas, quase um caos declarado. O mais bonito disso tudo é a certeza desse DEUS VIVO que diante à nossa fé, não nos desamparará.

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  2. O maravilhoso de tudo é ter a consciência que esse tempo de aflição e desespero pode ser na verdade um tempo de ressignificar o que é essencial a vida!

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  3. Muito boa a reflexão pois nos desperta para o grande amor de Deus para com a humanidade e aumenta a nossa esperança do nosso encontro com Jesus na Jerusalém celeste.

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