Islamismo: Quatro Conceitos teológicos básicos
Um dos requisitos básicos para se entender uma religião é entender os conceitos usados por ela. Assim, apresento aqui, um breve estud...
https://ggpadre.blogspot.com/2020/04/islamismo-quatro-conceitos-teologicos.html
Um dos requisitos básicos para se
entender uma religião é entender os conceitos usados por ela. Assim, apresento
aqui, um breve estudo de quatro conceitos básicos dessa fé. O objetivo é ajudar
o aluno a ter maior clareza da religião em questão:
1-
Deus,
2-
Criação,
3-
Ser humano
4-
Juízo final
1- Deus: Deus é um ser absoluto, imaterial e, portanto, invisível.
Para os muçulmanos não são só as coisas visíveis que são reais. Uma das
qualidades atribuídas ao Profeta “ é que ele não duvida do invisível”. Para o
islã só existe um Deus. Para eles as
abundantes imagens dos deuses hindus são provas suficientes que os hindus nunca
adoraram um Deus único. O Judaísmo é considerado por eles como monoteísta,
embora esse monoteísmo seja apenas para o povo de Israel. O Cristianismo
comprometeu o monoteísmo quando divinizou Cristo.
O Islamismo honra Jesus enquanto
profeta e aceita o seu nascimento virginal. Mas, recusam-se a aceitar a doutrina
da Trindade e da encarnação ( Surata 19,93).
Os muçulmanos não apreciam nem
mesmo a imagem de Deus como pai para não incentivar uma concepção
demasiadamente humana de Deus.
A figura de Deus inspira um
assombro reverente. O seu poder intimida. Ver como o Alcorão fala de Moisés no
dia em que ele pediu para ver a face de Deus (7, 143). O terror sagrado que
Alláh inspira parece ser maior do que sua misericórdia. Mas, não é verdade. A
compaixão e a misericórdia de Deus são citadas 192 vezes no Alcorão e a ira
divina apenas 17 vezes.
Deus é indulgente e misericordioso.
Ele está tão próximo do homem quanto a veia jugular do seu pescoço (50,16).
2- A Criação: O Mundo foi criado por um ato deliberado de Alláh.
Ele criou o céu e a terra (7,54). Mas, não há nada no universo semelhante a
ele. O mundo da matéria é real e importante. Sobre ele repousa as fontes da
ciência islâmica. Isso ajudou a vencer o obscurantismo medieval. Por ser uma
obra de Deus o mundo também é perfeito e bom. “Não vês imperfeição alguma na
criação do Clemente. Procura com os olhos (...) teu olhar voltará para ti
deslumbrado (67: 4 ).
3- Criação do homem: Dentre as obras da criação o homem vem
primeiro (16,4). Ele foi criado com formosura (95,4), e não foi manchado pelo
“pecado original”. Mas, o homem às vezes se esquece de sua origem
divina. Por isso, precisa ser sempre corrigido a esse respeito. A vida é um dom
do criador. Diante dela temos duas obrigações: Gratidão e submissão, ou
entrega. Essa entrega é uma absoluta e sincera doação de si mesmo... As dádivas
recebidas deverão fluir para si mesmo e para os outros. Ninguém deve entesourar
apenas para si essas dádivas.
Ser “escravo” de Alláh é libertar-se
de outras formas de escravidões. É sempre melhor ser escravo de Deus do que de qualquer
outra coisa ou realidade.
4- Juízo final: Para os muçulmanos Deus criou o ser humano e deu
para ele um tempo de vida na terra. Pela razão, o homem é diferente de
todas as outras criaturas. Ele pode escolher o caminho do bem ou do mal. A crença que une todos os muçulmanos quanto ao
Além é a de que cada alma será responsabilizada por suas ações na terra e seu
futuro no outro mundo dependerá da maneira pela qual observou os mandamentos de
Deus.
No pescoço de cada homem, prendemos seu pássaro de augúrio. E, no dia da
ressurreição, apresentar-lhe-emos um livro aberto (17,13).
Para orientar os homens Deus
enviou-lhes os profetas. Mas, Deus não impôs ao homem um caminho. Ele pode
escolher o que deseja seguir. Poder escolher torna o homem responsável pelas
suas escolhas. Quem seguir o caminho indicado por Deus e praticar boas ações
terá como recompensa o paraíso. Caso contrário poderá parar no inferno. No dia
do Juízo cada um responderá por suas ações. Nessa vida, nem sempre os injustos
são punidos e os bons recompensados. Mas, no dia do juízo nenhum ato humano
passará despercebido por Deus. Alguns irão definitivamente para o paraíso,
outros passarão um tempo no inferno mas poderão ainda alcançar a misericórdia
divina, outro grupo permanecerão para sempre no inferno. Esses são aqueles que
não tiveram no coração nem a mais ínfima porcentagem de crença do Deus Único.
Texto escrito sob consulta de:
1-
Smith, Huston. As Religiões do Mundo. Nossas
Grandes Tradições de Sabedoria. São Paulo, Cultrix – 10ª edição. 2010.
2-
https://extra.globo.com/noticias/religiao-e-fe/sami-isbelle/a-crenca-no-dia-do-juizo-final-quinto-pilar-da-crenca-islamica-359924.html
- Consulta em abril de 2020 – Parte sobre o juízo final.
Obs: Esse esquema foi escrito apenas para ajudar os alunos na compreensão da religião. Qualquer pessoa que não se sentir confortável com o que está escrito acima pode se manifestar que terei enorme prazer em corrigir.
Imagem de Rudolf Langer por Pixabay
..."Quem seguir o caminho indicado por Deus e praticar boas ações terá como recompensa o paraíso"..
ResponderExcluirO que nos une é muito mais do que aquilo que nos separe. Sejamos irmãos, afinal, o céu é para todos!
ResponderExcluirNosso Deus é que nos une isso é o que importa para todos nós
ResponderExcluirAchei muito interessante essa breve descrição. Mesmo com divergências com relação ao Catolicismo, vi muitas convergências
ResponderExcluir