Jesus é o caminho

No Evangelho de São João (14:1-12), Filipe pede que Jesus lhe mostre o Pai. Nada mais normal do que manifestar esse desejo. Quem, um ...



No Evangelho de São João (14:1-12), Filipe pede que Jesus lhe mostre o Pai. Nada mais normal do que manifestar esse desejo. Quem, um dia, não desejou ver a face de Deus? No Antigo Testamento esse era um sonho impossível, dada a grande distância entre Deus e o homem. O temor falava mais forte que o amor. Alguns pensavam que se vissem a face de Deus morreriam. Quando Deus se manifestava as montanhas tremiam e grandes fenômenos cósmicos surgiam. Moisés que viu a face de Deus teve o rosto tão iluminado que seu povo não conseguia encará-lo. Para falar ao povo tinha que cobrir o rosto com um véu (Êx 34,35). Diante de Deus as montanhas tremem e as colinas estremecem (Naum 1,5). Sua voz corta os cedros do Líbano e retorce os carvalhos (Sl 29,1-9). A distância, quase infinita, que separa o Criador da Criatura não era privilégio do povo judeu. A mesma visão está presente no Islã. O Alcorão afirma (Surata 07: 143) que quando Moisés pediu para ver a Deus Ele se manifestou sobre uma montanha que, na mesma hora, foi reduzida a um monte de pó. Como ninguém conseguia ver a face de Deus, naturalmente, não se podia construir nenhuma imagem que o representasse. Para os cristãos essa realidade mudou bastante.

O  cristianismo difere do judaísmo e islamismo nesse ponto. Jesus de Nazaré nos revelou a face de Deus: Quem me vê, vê o Pai! Mas, o que isso significa?  - Para saber quem é Deus basta contemplar a existência de Jesus de Nazaré, uma existência toda voltada para fora de si mesma! Existência de quem se doou por completo, até à morte de cruz! Precisamos entender bem isso. Normalmente, imaginamos quem é Deus e depois projetamos em Jesus algo dessa imaginação. Devemos fazer o contrário: - Olhar para a vida de Jesus, sua palavra, seus ensinamentos, sua morte e ressurreição. Aí encontraremos o “jeito de Deus” e podemos contemplá-lo.  Contemplar Jesus, para nós, os cristãos é contemplar o próprio Deus. “Eu e o Pai, somos um!”.

No mesmo texto em questão, Jesus se apresenta como “Caminho”, um caminho que leva ao Pai. Caminho de verdade e de vida. Quem encontrou esse caminho encontrou um verdadeiro “GPS” que o guiará, para que ele não se perca, nas encruzilhadas da vida.  Encontrar esse caminho é uma urgente tarefa em nosso tempo. O que mais percebemos, atualmente, são pessoas desorientadas, que perderam a direção do oriente... Não sabem de onde vieram para onde irão e o que fazem nesse planeta. Alguns dirigem suas vidas como os pilotos de Fórmula Um, dirigem os seus carros. Andam em alta velocidade, mas sempre dando as mesmas voltas e retornando aos mesmos lugares de onde partiram. Outros se parecem às crianças que, nos parques de diversão, pilotam aqueles carrinhos que se trombam o tempo todo, dentro de uma gaiola...

Apesar de não faltarem, atualmente, as “receitas de felicidade” nossa sociedade vive angustiada e lota as farmácias em busca de sedativos. Querem “comprar felicidade” nas “drogarias”, legalizadas ou não... Outros buscam religiões exóticas pensando que assim, serão mais felizes. Como se pode ver, os caminhos são múltiplos e as ofertas variadas. Nesse emaranhado de situações somos convidados a ouvir a voz de Cristo. Ele é o verdadeiro caminho. Esse caminho passa, necessariamente, pelo outro.  Não passa pela energia dos cristais, nem pela conjugação dos astros... Passa pelo irmão, principalmente, aquele que mais sofre. A condição para seguir nesse caminho é libertar-se do egoísmo. Isso não é muito fácil. Deve ser o nosso “para casa” de todos os dias!

Imagem de Free-Photos por Pixabay 

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