O tesouro escondido

Quem de nós, já não ouviu uma boa história de caça ao tesouro em nossa infância? Quem já deu uma de Tio Patinhas ou Ali Babá? Tais hi...



Quem de nós, já não ouviu uma boa história de caça ao tesouro em nossa infância? Quem já deu uma de Tio Patinhas ou Ali Babá? Tais histórias são tão antigas quanto à humanidade. Jesus mesmo chegou a usá-las, para transmitir-nos, sua mensagem. Na parábola ele diz:

"O reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido num campo. O homem que o encontrou tornou a escondê-lo e ficou tão contente que foi vender tudo quanto possuía e comprou aquele campo” Mt 13,44.

Vou adaptar a parábola para os tempos de hoje:

Certo homem descobriu que o bilhete premiado seria vendido na Casa Lotérica situada à Rua das Flores. Ao saber disso, não perdeu tempo. Apesar da pandemia, que assolava a cidade, ele foi o primeiro a chegar ao referido endereço e adquiriu todos os bilhetes disponíveis...

Assim que obtiveram aquela “informação privilegiada”, tais homens não mediram esforços para conquistar o que lhes interessava. A parábola do Evangelho não conta os detalhes do que houve. Mas, a gente pode imaginar. Por muito menos, as pessoas se matam ou morrem! Basta ver o que acontece com uma família na partilha de uma herança. Chegam a brigar por uma galinha morta...

Para vivenciar a intensidade da parábola seria bom que nós nos colocássemos dentro dela. Caso, você tivesse encontrado esse tesouro, o que faria mesmo? Quais seriam suas primeiras medidas? O que mudaria em sua vida?

Jesus, naturalmente, fala de um tesouro bem mais permanente do que os tesouros desse mundo. Daqui nada se leva para a eternidade a não ser as nossas boas ações. Dizem que  Alexandre Magno, o grande conquistador do mundo antigo, pediu que, ao morrer fosse enterrado com as mãos para fora do caixão. Queria que todos vissem suas mãos vazias. De nada lhe adiantou conquistar o mundo inteiro. Nada podia levar nas mãos...

Uma visita ao cemitério talvez, fosse de grande valia para conter nossa ambição desmedida. No local, podemos ver fotos amareladas e sepulturas esquecidas... O que sobra, na verdade, de nossas riquezas materiais? Por mais linda que seja a sepultura, com o tempo ela só poderá contar com a companhia do abandono.

A parábola do tesouro escondido nos ajuda a pensar nos critérios que adotamos em nossas vidas. O que para mim, vem em primeiro lugar? Se eu morresse hoje, será que eu estaria preparado para prestar contas a Deus? Pensar na própria morte é pedagógico para controlar nossa ambição. Ela é um grande golpe em nossa vaidade como afirma nosso cancioneiro:

A vaidade é assim, põe o tonto no alto e retira a escada.  Mas, fica por perto esperando sentada, mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão.  Mais alto o coqueiro, maior é o tombo do tonto afinal. Todo mundo é igual quando o tombo termina com terra em cima e na horizontal ( Música de Billy Blanco: A Banca do Distinto)

Dizem que Bily Blanco compôs essa música para criticar o comportamento racista de um homem que fazia pouco da cantora Dolores Duran por ela ser afrodescendente. O “doutor”             assistia o seu show de costas por puro preconceito. O racismo, ainda presente, em nossa sociedade, revela a extensão da ignorância de alguém sobre aquilo que é mais importante nessa vida.

Algumas pessoas entenderam muito bem o sentido dessa parábola. São Francisco de Assis, por exemplo, deixou tudo para abraçar a irmã pobreza. Tornou-se imortal. Quantas pessoas importantes existiram no tempo dele que hoje sequer são lembradas? Será que amanhã alguém irá lembrar-se de mim com saudade ou com sentimento de alívio?

Um dia tudo irá ficar para trás: Casa, bens, família, diplomas... Quando isso acontecer só me restará Deus, pois Ele é eterno. Então, talvez, seja prudente começar uma amizade com Ele desde já.  O dia desse encontro poderá ser hoje mesmo. Será que nesse dia eu terei alguma coisa nas mãos para oferecê-lo?

Imagem de FotoRieth por Pixabay 

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  1. Padre Gabriel,suas reflexões são muito profundas e reais.sempre nos levam a repensarmos nossa postura!

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  2. Realmente Padre Gabriel tudo que o Senhor refletiu sobre essa parabora e certo. O maior tesouro é a vida eterna.

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  3. Os tempos de hoje, com a pandemia gerada por ganância de alguns e levando a morte milhares. São homens que vão deixar seu nome na história que será o corrupto que não levou nada e deixou um rastro de morte com sua ganância. Que Deus possa tocar nossos corações pra deixar o bom nome e deixar exemplos pra ser seguidos. E consigamos o tesouro do céu. Lucimar Antônio Vilaça

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  4. Obrigada por mais esta reflexão Pe Geraldo Gabriel. Percebo que devemos trabalhar o desapego e correr atrás de nosso unico tesouro que é Jesus Cristo.Ele deve nos bastar como diz Samta Tereza.

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  5. Obrigada por mais esta reflexão Pe Geraldo Gabriel. Percebo que devemos trabalhar o desapego e correr atrás de nosso unico tesouro que é Jesus Cristo.Ele deve nos bastar como diz Samta Tereza.

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