Felizes os pobres!

  O Evangelho não deixa dúvidas quanto a isso. Jesus afirma com todas as letras: - Felizes os pobres! Mas, é preciso esclarecer o conceito d...

 


O Evangelho não deixa dúvidas quanto a isso. Jesus afirma com todas as letras: - Felizes os pobres! Mas, é preciso esclarecer o conceito de “pobres”. Hoje, temos muitas categorias de pobreza e, nem todas se encaixam na fala de Jesus! Além disso, seria bom refletir também sobre os empobrecidos de nosso tempo. Mas, por ora não seria o caso.

Existem os pobres efetivos e os pobres em espírito. Os primeiros são aqueles que, de fato, nada possuem. Os outros possuem sem serem possuídos pelo que tem. São desapegados e confiam mais em Deus do que em suas contas bancárias. Existem pobres que nada tem, mas que são, extremamente, apegados ao pouco que possuem. Além disso, existem aqueles que são pobres de cultura, de valores, de dignidade, de liberdade. Finalmente existem os “pobres de espírito”. É sobre esses que desejo falar hoje.

Acompanhando uma notícia recente, pela TV, pude perceber um tipo de pobre que, certamente, não se encaixa entre preferidos de Deus. O que aconteceu foi o seguinte: Um caminhão carregado com 25 toneladas de carnes tombou em São Paulo, na Régis Bittencourt nas proximidades de Itapecerica da Serra. O que veio a seguir foi um episódio lamentável: Uma verdadeira multidão, que mais parecia um formigueiro humano, rodeou o caminhão e começou a saquear, rapidamente, toda a carga. Mas, eram pessoas pobres, alguém poderia afirmar como se isso justificasse a conduta. Sim! Com certeza, eram pobres de espírito!  Pelas imagens, dava para ver gente “empacotando” carne em carros de luxo. Quem saqueou a carne não eram somente vítimas do desemprego e do caos social que estamos enfrentando. Havia madames e gente bem vestida arrastando  carnes pela estrada, como urubus na carniça!

Ao ver as cenas, pensei: - Que pobreza de espírito, meu Deus! Parece que estamos nos  “involuindo”, andando para trás, em nossos valores. Cenas desse tipo, infelizmente, tem se tornado comuns em nosso meio. Essa é uma pobreza de valores. Não são esses pobres os “felizes” do Evangelho. Nesse caso, temos muitos “pobres” com gordas contas bancárias! Foi-se o tempo em que a gente apanhava, ao chegar em casa, com um lápis diferente, entre os objetos escolares, sem razoáveis explicações.

Ao ver as cenas deprimentes daquela notícia fiquei pensativo: Como aqueles pais vão educar os seus filhos? Quem disse que carga tombada não tem dono? Alguém se preocupou com a saúde do motorista daquele caminhão?

São Leão Magno, doutor da Igreja que viveu no Séc V, falando sobre a dignidade humana, afirmou:

Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade. E já que participas da natureza divina, não voltes aos erros de antes por um comportamento indigno de tua condição. Lembra-te de que Cabeça e de que corpo és membro. Recorda-te que foste arrancado do poder das trevas e levado para o Reino de Deus. Pelo sacramento do batismo, te tornaste templo do Espírito Santo. Não expulses com más ações tão grande hóspede, não recaias sob o jugo do demônio, porque o preço da tua salvação é o sangue de Cristo.

Hoje, mais do que nunca precisamos retomar esse conselho do santo. Ser humano é ser portador de uma dignidade impar. Por isso, jamais deveríamos agir como os animais. Pense nisso!

Imagem de Joyce Campos por Pixabay 

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