Midas: Um ricaço que quase morreu de fome...

  Na tentativa de explicar os dramas humanos a mitologia grega criou deuses e heróis. Hoje, quero falar sobre um rei que quase morreu de fom...

 


Na tentativa de explicar os dramas humanos a mitologia grega criou deuses e heróis. Hoje, quero falar sobre um rei que quase morreu de fome apesar de muito rico. Trata-se de Midas, cuja história nos foi contada por Ovídio no livro “Metamorfoses.”

Tudo começou quando Sileno, filho de Baco, o deus do vinho, perdeu-se, no caminho ao visitar uma província distante do seu reino. Na ocasião, ele foi encontrado pelos servos de Midas, rei da Frigia (atual Turquia) que o conduziu são e salvo ao seu pai. Muito agradecido, Baco prometeu que daria a Midas o que ele pedisse, como recompensa. Foi então, que Midas pediu-lhe um dom: Queria, a partir daquele momento, o dom de transformar em ouro tudo o que tocasse um sonho de consumo de qualquer empreendedor moderno. Baco viu que aquilo não era uma boa pedida, mas não lhe negou esse desejo.

No caminho de retorno para casa, Midas quis testar a promessa. Arrancou um galho de oliveira na beira da estrada e o viu  transformado em ouro, imediatamente. Pulou de alegria ao ver esse sucesso. Mas, sua alegria durou pouco, pois quando foi tomar o primeiro cafezinho percebeu que bebia ouro derretido. O pão de queijo em suas mãos transformou-se numa pelota de ouro. Assim, que tocou em sua mulher ela também se transformou no metal.

Quando quase morria de fome Midas suplicou a Baco para retirar-lhe aquele dom. Baco aconselhou-o a mergulhar no Rio Pactolo. Assim que ele o fez sentiu que tudo voltava ao normal enquanto as areias do rio se transformavam em ouro. Mas, a partir daquele momento o ouro não lhe interessava mais, pois viu que existem outras coisas ainda mais importantes que isso.

Mas, o drama de Midas não terminou aí. Certo dia, após presenciar uma disputa musical entre Apolo e Pâ, Midas não concordou com o veredito do juiz que deu ganho de causa a Apolo. Sem que ninguém tivesse pedido sua opinião disse que Pâ tocou melhor sua flauta que Apolo sua lira. Apolo não gostou desse palpite infeliz e transformou suas orelhas para que, a partir daquele momento, pudesse ouvir melhor. Suas orelhas ficaram iguais às orelhas dos burros. Isso o envergonhava bastante e ele passou a usar um turbante para esconder as orelhas. Seu cabeleireiro, proibido de revelar esse segredo fez um buraco no chão e gritou dentro: Midas tem orelhas de burro! No local daquele buraco nasceu, mais tarde,  um moita de juncos e, assim que o vento lhe soprava, ela ia revelando o segredo escondido para todos que passassem ali.

O sonho de Midas talvez seja o sonho mais frequente dos homens de nosso tempo: Transformar tudo em ouro! Afinal, nossa sede de ouro não tem limites. Em nome do “vil  metal” se cometeram as maiores atrocidades na história. Que o digam os índios brasileiros, mexicanos e outros! Foi a sede de ouro que desencadeou todo o comércio transatlântico de escravos e fez o homem ignorar os princípios mais nobres. No altar da ambição se sacrificam multidões de inocentes! A lógica de muitos é: “quanto mais, melhor!”. E, por causa dessa lógica passam por cima dos valores mais sagrados. Alguns chegam a prejudicar os próprios pais e irmãos em benefícios próprios. É lamentável! Midas não morreu! Ele vive nos corações daqueles que matam e morrem por causa das riquezas.

Esse texto não visa canonizar a pobreza e a miséria. Apenas fazer refletir. Não basta ter coisas em excesso e felicidade de menos. Melhor seria não ser escravo do que se tem. Midas tinha tudo e quase morreu de inanição. A morte nivela a todos. Pena que alguns, se considerem imortais! Para esses é necessária a segunda condenação de Midas: Um par de orelhas de burros!

Imagem de Mike Goad por Pixabay 

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  1. 50 a 80% da nação infelizmente. Quanto mais melhor. Sem doer a que ou a quem.

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  2. ... típico brasileiro atualmente. Estuda só pelo dinheiro. Quando vamos ao médico, pesquisa na sua frente sobre sua queixa,qual medicamento te receitar. Outra nova: concurso público pra mamar na teta do governo e entrar no grupo da roubalheira dos menos favorecidos...e segue o barco

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  3. Midas, exemplo clássico que a ganância nos cega, desvirtua e cria falsa ilusão do que realmente importa.
    "Quanto mais melhor" pra quem? Depende o ponto de vista.

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  4. ..."Não basta ter coisas em excesso e felicidade de menos. "...

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