Dai a César!
Pensei em começar esse texto com o título: “O governo de Deus”! Mas, achei melhor desenvolver, um pouco, essa ideia, ao longo do comentári...
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Pensei em começar esse texto com o título: “O governo de Deus”! Mas, achei melhor desenvolver, um pouco, essa ideia, ao longo do comentário. Como é o governo de Deus? Será que Deus governa mesmo, esse mundo, tão ferido pelo ódio e violência? Será que somos governados por Deus, ou por um destino cego, qualquer? Uma coisa me parece certa: -Não entendemos os planos de Deus! Assim, como uma criança não entende os planos de seu pai, nós, também não entendemos os projetos de Deus. A criança pode pensar que o pai dela seja mau, quando a leva para tomar injeção. Só depois, irá entender que aquela pequena “maldade”, ou seja, a picada da agulha, foi para evitar um mal maior.
Os governos humanos nós entendemos bem. Eles são eleitos pela via democrática ou se impõem pela tirania. De qualquer forma, acabam exigindo alguns procedimentos dos cidadãos, como por exemplo, a cobrança de impostos. Vivemos numa sociedade e, portanto, alguém deve cuidar da iluminação pública, transporte coletivo, segurança, educação... A quem cabe cuidar disso tudo? Ao governo! Para fazer isso, ele exige uma contribuição financeira de todos os cidadãos. Sendo bem aplicados, os impostos, retornam para o bem estar coletivo. Acontece que, nem sempre, esse dinheiro é bem usado e, muitas vezes, é desviado pela corrupção. Isso causa, nos cidadãos, grande revolta e o desejo de não contribuir.
No tempo de Jesus, a Palestina estava sob dominação romana. Roma era especialista em duas coisas: Cobrança de impostos e força militar! Quando a primeira não funcionava bem, a segunda especialidade entrava em campo. Via de regra, as pessoas não gostam de pagar impostos nem ao próprio país, quanto mais ao estrangeiro! Para garantir a arrecadação Roma estabelecia representantes em seus territórios. Meio mundo, diga-se de passagem! Pilatos ocupava esse lugar naquela região. Mas havia também uma “elite” colaboracionista com a dominação romana. Fazia isso, em troca de vantagens pessoais. Nesse grupo podemos colocar os Sumos Sacerdotes e boa parte do Sinédrio, o Supremo Tribunal Federal, daquele tempo. O povo vivia achatado por esse rolo compressor. Por isso, detestava Roma e tudo o que ela representava.
Apenas para colocar Jesus “numa saia justa” alguém lhe perguntou: É lícito ou não, pagar o imposto a Cesar (Mt 22,15-21)? – Cretino! – Jesus não falou. Mas, deve ter pensado! Diante desse tipo de questionamento qualquer resposta poderia ser delicada. “Se ficar o bicho pega, se correr o bicho come”! Se ele orientasse o não pagamento, criaria um problema com a autoridade; se mandasse pagar criaria um problema com o povo! E agora José?
Antes de responder ao questionamento deles, Jesus os chama de “hipócritas”! O hipócrita é um mascarado. Finge ser uma coisa quando se é outra! Eles elogiaram Jesus, mas o queriam morto. Eram “amigos da onça”! Talvez, por saber disso, Jesus não os agradeceu pelos elogios.
Após tomar uma moeda nas mãos, Jesus viu que ela trazia a imagem do imperador. Havia quase um culto em torno de sua pessoa. Então, Jesus disse-lhes: Daí a Cesar, o que é dele! A moeda até poderia ser dele, mas o povo não lhe pertencia. Cada pessoa carrega em si a imagem e semelhança de Deus e só a Ele pertence. Cesar não era deus! Que ele ficasse com os impostos, mas não engolisse o povo de Deus! Dizendo assim, Jesus separou as coisas. Reconheceu o dever de pagar os impostos, mas exigiu que o culto voltasse para Deus. Afinal, a palavra já dizia: “Não terás outros deuses”! – Será que as autoridades estavam se esquecendo desse primeiro mandamento da Lei de Moisés?
Não podemos “endeusar” nenhum ser humano e nenhuma realidade humana! Mas, infelizmente, esse é um dos nossos pecados preferidos! Endeusamos o dinheiro, a fama, o poder... Por causa desse pecado, de raiz, o governo de Deus não age entre nós como poderia. Deus age através de nós. Mas, estando mergulhado no pecado, como Ele poderá agir em nós? Ele pode agir do mundo de forma extraordinária e poderosa. Mas, ao que parece, não gosta muito de dar espetáculos para satisfazer a curiosidade humana. Diante de Herodes, por exemplo, Jesus não disse uma única palavra! Não deu os espetáculos milagrosos como Herodes gostaria.
Deus age na simplicidade, através de pessoas simples e anônimas. Através das mãos frágeis de uma mulher chamada “Anjo bom da Bahia”, a Irmã Dulce, chamou a atenção do mundo para a necessidade do amor aos pobres! Através do seu Servo, chamado Pe. Libério transformou a vida de milhares de pessoas. Deus não precisa de publicidade nem de estardalhaços. Ele age no silêncio do coração daqueles que sabem ouvir a sua palavra. Mas, será que sabemos ouvi-lo?
Deus exerce o seu governo no mundo através de nós. O Apóstolo Paulo dizia, na sua maturidade: Não sou eu quem vive é Cristo que vive em mim! São Paulo assumiu como sua a vontade de Deus. Por isso, dizia: É Cristo que vive em mim! Que bom seria se cada um de nós pudéssemos dizer a mesma coisa...
Amém!
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