Louco: - Hoje mesmo você vai morrer!
O Evangelho de São Lucas (Lc 12, 13-21) mostra-nos, uma passagem boa para nossa reflexão de hoje. Havia um homem rico que ficou mais rico ...

O Evangelho de São Lucas (Lc 12, 13-21) mostra-nos, uma
passagem boa para nossa reflexão de hoje. Havia um homem rico que ficou mais
rico ainda, com a abundante colheita obtida. Então, pensou: Vou demolir meus
antigos celeiros e construir outros maiores ainda. Depois, direi para mim
mesmo:
“Meu caro, você possui um bom estoque, uma reserva para muitos anos; descanse
coma e beba, alegre-se!”
Qual foi o pecado desse homem? Alguém poderia questionar. Afinal, não é
pecado ter as coisas e poder desfrutá-las! De fato, nada disso é pecado. Mas,
hora nenhuma o homem lembrou-se, de agradecer a Deus pela colheita... Hora
nenhuma pensou em dividir, parte do que lhe sobrava. “Endeusou” a si mesmo e só
pensou no seu desfrute egoísta. Fosse hoje, talvez, tivesse “ostentado” a
própria riqueza, nas redes sociais. O que me parece, uma espécie de insulto a
quem nada possui...
Deus não quer ninguém na miséria e morando debaixo das
pontes. Seria bom que todos pudessem desfrutar dos bens da criação e dos frutos
do trabalho. Mas, há um supérfluo desnecessário, que só nos atrapalha, embora,
a sociedade de consumo, seja especialista em criar falsas necessidades para
vender... Ela é uma “fábrica de sonhos” para os ricos insensatos e, faz a gente pensar que, “possuindo coisas”
seremos mais felizes. Assim, nós nos matamos para comprar os produtos do
mercado em busca de reconhecimento social. Quem não quer ser visto como “bem
sucedido?”; como alguém que “deu certo?”
Será que, para “dar certo” na vida, temos que nos entulhar de
“tranqueiras” fabricadas pelo mercado? Muitos acreditam nisso. O mercado passou
a ser um ídolo, um falso deus! Aliás, o que não faltam são ídolos, em nosso
mundo atual. Dinheiro, poder, prazer, fama, sucesso pessoal... Tudo isso, pode
se transformar em ídolo. O “desenvolvimento econômico” também não deixa de ser um
ídolo. Ele ocupa o maior tempo nos noticiários e os especialistas no assunto,
são os seus profetas, os novos gurus de nosso tempo.
A pergunta que deveria ser feita é essa: - Ter coisas, ser
famoso, ser milionário irá me fazer feliz? Necessariamente não! Quantos milionários ou famosos cometem
suicídio? Então, essa premissa, por si só, é falsa. A receita de felicidade
talvez, não necessite desses ingredientes e sim da libertação de nosso egoísmo.
O homem citado na parábola poderia
repartir um pouco de seus bens e, ainda assim, seria muito feliz. Mas, no seu
egoísmo não cabia mais ninguém além dele mesmo. Nem Deus encontrou lugar em seu
coração. Esse é o típico pobre diante de Deus. Preocupou apenas em juntar
tesouros para si e esqueceu-se do resto. Esqueceu-se até mesmo de sua condição
de pó da terra. Por isso, acabou sendo insensato. Pense nisso!
Imagem de Gerd Altmann por Pixabay