Felizes os que estiverem vigilantes!

  Nosso Senhor domina lá onde a gente não consegue chegar. Nós não somos de ferro! Por isso, temos necessidades do repouso e do sono. Na hor...

 


Nosso Senhor domina lá onde a gente não consegue chegar. Nós não somos de ferro! Por isso, temos necessidades do repouso e do sono. Na hora do sono, somos como que, roubados de nós mesmos. Perdemos a noção de tempo e de espaço. Por isso, nem percebemos a noite passar. Dizemos que “caímos nos braços de morfeu”.

Morfeu era um deus da mitologia grega. Era filho de Hipnos, o deus do sono. Assim como o pai, ele tinha grandes asas e, por isso, podia percorrer a terra inteira!  Durante o repouso dos homens, assumia formas humanas e ocupava os sonhos de quem quisesse. Por isso, uma noite bem dormida era entendida como “dormida nos braços de morfeu”. Desse nome surgiu a palavra “morfina”, um poderoso anestésico capaz de “fazer dormir” qualquer um. Graças à ação desse medicamento, muitas cirurgias foram possíveis.

A “noite”, muitas vezes, foi usada como metáfora para falar da morte. Ela não deixa de ser o grande sono de todos nós, durante o qual, perdemos o controle das coisas. Isso, não deixa de ser um golpe na vaidade daqueles que sempre tiveram a pretensão de controlar tudo. Após a morte, nada mais podemos controlar ou governar. Estaremos, completamente, entregues à misericórdia divina.

No Evangelho de São Lucas (Lc 12, 35-38), Jesus também usou a metáfora da noite para falar do nosso encontro com Deus.  Sua parábola menciona uma “noite de núpcias” e alerta-nos, para a necessidade da vigilância.  O “noivo” pode chegar a qualquer momento! Felizes daqueles que estiverem vigilantes quando ele chegar! Permanecer vigilante nem sempre é fácil. Na maioria das vezes, somos descuidados. Até os próprios discípulos falharam nesse ponto. Na agonia do Getsêmani, por exemplo, quando Jesus passava por duros momentos de provação, por três vezes, procurou os discípulos e como os encontrou? – Dormindo!  Ainda bem que Deus age, quando estamos dormindo! Foi durante o sono de Adão, que Deus lhe retirou uma costela para que ele tivesse uma companheira e pudesse ser feliz com ela...

Na noite do natal quando todos dormiam o Menino Jesus nascia entre nós. Ninguém controlou essa hora. Mas, Deus sabia que aquela era a hora da plenitude! Por isso, indiferente à nossa sonolência, a terra se iluminou com essa divina presença! 

Na noite mais sombria de todas, após a humanidade rejeitar a proposta amorosa de Deus, quando tudo parecia terminado, Jesus ressurgiu da sepultura para, mais uma vez, iluminar o mundo. Assim, naquela manhã, a mais iluminada de todas, Jesus espantou para sempre, as trevas da morte.

Padecendo uma espécie de secura espiritual alguns dos nossos grandes santos chamaram esse tempo de provação de “noite escura da fé”. São Francisco de Sales, Vicente de Paulo, Tereza de Calcutá e muitos outros atravessaram essa prova de fogo da qual saíram mais iluminados ainda.

A noite, assim como a morte, não é uma realidade definitiva para os que creem.  Quando muito é a gestação de um novo dia, ou uma nova vida! Assim, como deixamos a escuridão do útero materno, um dia, deixaremos essa vida para outra ainda mais plena de luz.  Por ora, compete-nos estar vigilantes.  “No entardecer da existência, seremos julgados pelo amor...”

Estamos num tempo de plantio. Ainda não é hora da colheita. Essa compete a Deus. Plantemos boas sementes, pois um dia teremos que prestar contas ao dono da vinha.  Ninguém escapará dessa noite nupcial. Ainda bem! Nesse dia, o Senhor mesmo enxugará todas as nossas lágrimas e as trevas serão definitivamente expulsas de nossas vidas...

Vem, Senhor Jesus!

Imagem de Various-Photography por Pixabay 

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  1. As noites escuras da alma, às vezes, são necessárias para um amadurecimento da fé!

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  2. Com certeza meu prezado amigo que gosto e admiro como fosse meu irmão de sangue o padre Geraldo Gabriel .Temos que estar vigilantes pois não sabemos qual será nossa hora derradeira ! Por isso temos que viver como irmãos, sendo caridosos e bondosos pois o Cristo está em cada rosto e em cada gesto de generosidade !

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