A Presença das religiões no mundo e no Brasil
A Presença das religiões no mundo e no Brasil Resumo a partir da leitura do livro de Volney. J. Berkenbrock, “O mundo Religioso”. Não se p...

A Presença
das religiões no mundo e no Brasil
Resumo a partir da leitura do livro de Volney. J.
Berkenbrock, “O mundo Religioso”.
Não
se pode responder, facilmente, sobre quantas religiões existem no mundo, nem no
Brasil. Isso por dois motivos: Por não se ter clareza sobre o que se entende
sobre religião e porque não existe uma organização mundial que faça tal
recenseamento religioso.
Quando estudamos as religiões é mais fácil agrupá-las por “famílias”, ou seja, tradições religiosas. Mas, o que seria uma “tradição religiosa”? Grupo de fiéis que tenha compreensões e referências comuns. Dentro das tradições religiosas há muitas diferenças, mas há também elementos comuns. Assim, é possível fazer uma estimativa das grandes tradições religiosas da humanidade.
O maior grupo religioso do mundo é o Cristianismo. São aproximadamente, 02 bilhões de pessoas, subdividas em muitas igrejas. Há diferenças entre Igreja Católica, Igreja Batista, Assembleia de Deus, etc. Mas todas essas religiões pertencem ao Cristianismo. Um terço da humanidade, portanto, é cristã;
A segunda maior tradição religiosa do mundo é o Islã. Com cerca de 1,3 bilhão de fiéis ou 22% da população do planeta. Dentro do Islã também existem muitas subdivisões: Sunita, Xiita...;
A terceira tradição religiosa é o Hinduísmo. Ela também tem suas subdivisões. Cerca de 900 milhões de pessoas seguem essa tradição. 15% da população do planeta;
A quarta maior tradição religiosa é o Budismo com cerca de 360 milhões de fiéis. Em torno de 6% da população mundial. Ele também se subdivide em diversas linhagens;
Cristianismo, Islamismo, Hinduísmo e Budismo são as quatro maiores tradições religiosas da humanidade. A cada 04 habitantes do planeta 03 pertencem a uma dessas tradições.
As Maiores tradições religiosas da humanidade contam, aproximadamente, com esse número de fiéis:
Cristianismo: 33%
Islamismo:
22%
Hinduísmo:
15%
Budismo:
06%
Total:
76%
E os 24% restantes?
A maior parte desse restante é composta por pessoas não religiosas. Uma parte desse grupo forma tradições religiosas, numericamente, menores (Judaísmo, Confucionismo, Taoismo, Xintoísmo...). Os que estão ligados às tradições religiosas possuem muitos pontos em comum. Mas, uma parte desses 24% restantes não possui nenhuma organização em comum. Grosso modo podemos classificá-los em três grupos:
Agnósticos: Entendem que não há razões para crer em algo religioso de qualquer tipo. Não há fundamento racional para se ter fé em alguma coisa que vá, além de nossa realidade;
Sem religião: Aderem a formas seculares de sentido. Entendem que há um sentido para o todo, mas, esse sentido não é religioso;
Ateus: (há 03 tipos de ateísmo):
- Os que negam a existência de Deus;
-
Os que encaram o ateísmo como a não participação em nenhuma instituição
religiosa;
-
Para um terceiro grupo a existência (ou não) de Deus, não representa nada.
Vivem sem se perguntar isso.
As três grandes tradições religiosas missionárias.
Por que algumas religiões (Cristianismo, Islamismo, Budismo) cresceram muito e outras nem tanto? Seriam elas mais fortes? Mais organizadas? Teriam melhor proposta de vida? Seriam mais verdadeiras que as outras?
O que faz uma religião crescer é o seu aspecto missionário, através do qual busca aumentar o número de adeptos. As religiões missionárias conseguem se adaptar aos diversos povos e culturas. O Budismo, por exemplo, nasceu na Índia, mas atualmente, grande parte de seus adeptos não estão mais lá. O mesmo aconteceu com o Cristianismo.
Qual a religião que mais cresce no mundo? – O islamismo. Por quê? Por causa do seu esforço missionário e altas taxas de natalidade, gerando novos adeptos. O Islã saiu de 500 milhões de fiéis na década de 60 para atingir atualmente, 1,3 bilhão de seguidores!
A Presença das religiões no Brasil
Quantas religiões existem no Brasil atualmente? Essa pergunta não é fácil de ser respondida.
Temos
uma tradição indígena que remonta ao
tempo anterior à chegada dos portugueses;
Temos a tradição Cristã trazida pelos colonizadores;
Temos tradições religiosas do mundo inteiro, pois o Brasil recebeu imigrantes de todos os continentes. Mas, a grande maioria do povo brasileiro está ligada ao Cristianismo. No Brasil grande parte da mobilidade religiosa acontece dentro da mesma tradição religiosa. Assim, um católico passa para uma denominação evangélica (que também é cristã) e vice-versa.
No Censo do ano 2000, um total de 91,53% dos brasileiros se declarou pertencer a alguma tradição religiosa cristã. Em 2010, esse percentual caiu para 90,79%. Tanto no censo de 2000, quanto em 2010, o segundo maior grupo era o que se definia como “sem religião”. Pelo menos em termos numéricos o Brasil continua sendo um país de absoluta maioria cristã.
A diversidade religiosa brasileira é mais uma diversidade intracristã do que diversidade de religiões.
Podemos distinguir aqui três blocos:
-
O grupo dos Católicos;
-
O grupo chamado Evangélico (às vezes, chamados de Protestantes);
-
O grupo Espírita. Há quem afirme que os espíritas não devam ser classificados
como cristãos...
Cada
um desses blocos tem suas subdivisões.
Catolicismo:
De acordo com o Censo de 2010 os Católicos, no Brasil somavam 125 milhões dos 250 milhões de brasileiros, 64,63% da população.
Assembleia de Deus = Segunda maior Comunidade Cristã com 6,46% da população.
O Catolicismo no Brasil não é unitário. Podemos falar de diversos tipos de catolicismos:
A, Catolicismo Institucional – Ligado à estrutura da Igreja Católica com seu ano litúrgico oficial, suas paróquias, dioceses, bispos, sacerdotes...
B, Catolicismo devocional: Procissões, novenas, promessas terços, bênçãos...
D, Catolicismo ligado aos movimentos leigos: Irmandades, movimentos específicos...
E, Catolicismo midiático
D, Catolicismo ligado a instituições de ação na sociedade, atuante nas áreas de educação, saúde e caridade...
Os Evangélicos:
De acordo com o Censo de 2010, o maior grupo de cristãos após o grupo católico é o chamado “Evangélico”. Ele congrega centenas de igrejas com origens distintas e acentuadas diferenças entre si. Grosso modo pode ser dividido em:
A, Evangélicos históricos: Igreja Luterana, Presbiteriana, Metodistas, Batistas... A Igreja Batista é a maior numericamente e conta com 04 milhões de fiéis.
B, Igrejas Pentecostais: Historicamente são mais recentes, mas quando somadas reúnem uma grande parcela da população. A maior delas é a Assembleia de Deus. A segunda maior é a Congregação Cristã do Brasil. Juntas congregam em torno de 27 milhões de fiéis.
C, Evangélicos não determinados: Conta com cerca de 09 milhões de pessoas. Esse seguimento é formado basicamente por três grupos:
Evangélico genérico: Reconhece como Evangélico mas não adere a nenhuma igreja;
Evangélico não praticante: Se dizem evangélicos, mas não possuem nenhum engajamento eclesial;
Evangélico por seguimento: Fragmentado em diversas igrejas locais atendendo à seguimentos específicos: Presídios, grupos LGBT...
Islã, Hinduísmo e Budismo
As maiores tradições religiosas do mundo estão no Brasil, mas com números pequenos de fiéis. O Islamismo, Hinduísmo e Budismo, mesmo somados, não chegam a 400 mil pessoas. Cada uma dessas tradições veio para o Brasil em momentos diferentes.
A primeira que chegou aqui foi o Islã, trazidos por africanos traficados ao Brasil como escravos. Mas, por causa das condições essa religião não teve muita continuidade na época. O Islã cresceu no Brasil após 1960, com a imigração de libaneses, turcos e sírios.
A segunda tradição religiosa que chegou por aqui foi a Budista. Ela chegou ao Brasil pela imigração dos japoneses a partir, sobretudo, da década de 1990. No Brasil, diversas tradições budistas tiveram relativamente grande expansão.
O Hinduísmo foi a última das grandes tradições religiosas que chegou ao Brasil. Só chegou por aqui, através dos Estados Unidos, em torno da década de 1970, com o Movimento Hare Krishna.
As Religiões afro-brasileiras
Durante mais de 300 anos o Brasil recebeu milhares de africanos escravizados. Eles trouxeram para cá suas línguas, culturas e religiões. Por causa das precárias condições da vida os escravos não puderam organizar os seus cultos por aqui da mesma maneira que faziam na África. Eles resignificaram seus cultos de acordo com as possibilidades. A esse conjunto de religiões de colorido africano chamamos de “religiões afro-brasileiras”. Entre elas estão o Candomblé, a Umbanda, com 600 mil fiéis. O número dos adeptos dessas religiões, certamente, é maior. Por diversas razões, muitos seguidores afirmavam serem católicos diante do senso.
Judaísmo:
O Judaísmo está presente no Brasil, praticamente, desde os tempos da colonização. Os judeus chegaram ao Brasil de duas maneiras naquele tempo:
Vindo junto aos primeiros portugueses no empreendimento colonial;
Acompanhando Maurício de Nassau por ocasião da ocupação do nordeste brasileiro pelos holandeses entre 1624 – 1654.
Após a saída dos holandeses, parte dos judeus voltou para a Europa, parte foi para os Estados Unidos e outra parte permaneceu aqui na condição de “Cristãos Novos”.
A maior migração de Judeus para o Brasil ocorreu a partir de 1840, por causa da política de incentivo à imigração por parte do Império de Dom Pedro II e também por causa das grandes perseguições que eles estavam sofrendo na Rússia, Polônia, Alemanha e outros países. No contexto da II Guerra Mundial (1939- 1945), muitos judeus imigraram para o Brasil fugindo da perseguição nazista. No Censo de 2010 aproximadamente 100 mil pessoas se declaram judeus.
As religiões de tradição Indígena
Quando os portugueses chegaram aqui em 1500, havia no Brasil em torno de 05 milhões de indígenas. Eram centenas de povos diferentes, com línguas e culturas distintas. Suas religiões foram chamadas “imprecisamente” de religiões indígenas. A própria palavra “índio” é imprecisa, pois indicava o nativo da Índia e não do Brasil.
No Censo de 2010, 63 mil pessoas foram classificadas como pertencentes às tradições indígenas. Pouca coisa das tradições indígenas, inclusive de suas práticas religiosas permaneceu até os nossos dias. A influência dessas religiões pode ser observada naquelas que fazem uso de chás e outros elementos próprios dessa cultura.
Como o islã, sendo uma religião tão bonita pode ter fanáticos que usam a fé pra cometer atrocidades. Fanáticos que é maléfico em qualquer crença. Bela aula Padre Geraldo
ResponderExcluirParabéns pela explicação Padre Geraldo Gabriel...
ResponderExcluirQ Deus continue abençoando sempre o senhor
.."As Religiões afro-brasileiras
ResponderExcluirDurante mais de 300 anos o Brasil recebeu milhares de africanos escravizados. Eles trouxeram para cá suas línguas, culturas e religiões. Por causa das precárias condições da vida os escravos não puderam organizar os seus cultos por aqui da mesma maneira que faziam na África. Eles resignificaram seus cultos de acordo com as possibilidades. A esse conjunto de religiões de colorido africano chamamos de “religiões afro-brasileiras”. Entre elas estão o Candomblé, a Umbanda, com 600 mil fiéis. O número dos adeptos dessas religiões, certamente, é maior. Por diversas razões, muitos seguidores afirmavam serem católicos diante do senso"..
Parabéns Padre Gabriel
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