Conversão de São Paulo
É quase impossível conhecer a vida de São Paulo e não se apaixonar pelo seu exemplo. Sua vida foi marcada por momentos fortes. Mas, um des...
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É quase impossível conhecer a vida de São Paulo e não se
apaixonar pelo seu exemplo. Sua vida foi marcada por momentos fortes. Mas, um
desses momentos, sem dúvida, foi sua conversão. Mas, vamos por partes:
Paulo, certamente, era de família nobre. Morava em Tarso, na
Cilícia (At 21, 39), região da atual Turquia. Tarso era uma cidade grande que
competia com Atenas e até mesmo com Roma, a Capital do Império. Alguns de seus
habitantes tiveram regalias concedidas pelos imperadores romanos, como isenção de
impostos ou títulos de cidadania romana. Talvez, a família de Paulo estivesse
entre esses grupos, pois ele era cidadão romano.
Seus pais eram judeus observantes da Lei mosaica. O nome
hebraico “Saulo” foi homenagem a Saul, um dos membros mais importantes da Tribo
de Benjamim da qual Paulo era descendente. Paulo era o seu nome de cidadão
romano. Herdeiro de uma sólida educação, Paulo em sua juventude mudou-se para
Jerusalém a fim de completar seus estudos. Formou-se, na escola de Gamaliel, um
famoso rabino daquele tempo. Zeloso pela sua fé judaica Paulo via nos cristãos
os inimigos da fé que deveriam ser combatidos. Certo dia, enquanto ia para
Damasco para perseguir os cristãos, teve uma forte visão que o marcou por toda
vida. Vejamos o que ele mesmo disse sobre isso:
“Ora, aconteceu que, na
viagem, estando já perto de Damasco, pelo meio dia, de repente, uma grande luz,
que vinha do céu, brilhou ao redor de mim. Cai por terra e ouvi uma voz que me
dizia: Saul, Saul, por que me persegues? Eu perguntei: Quem és tu, Senhor? Ele
me respondeu: Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu estás perseguindo...” (At 26, 6ss).
Essa foi uma experiência tão forte na vida de São Paulo que,
em diversos momentos ele lembrou-se dela. Foi o ponto de virada em sua vida. A
isso chamamos “Conversão”. Com essa visão, Paulo ficou cego por um tempo. Sua
cegueira foi necessária para que ele pudesse enxergar o que antes não via, ou
seja, que ele estava perseguindo aquele a quem mais buscava que era Jesus. Após
certo “retiro espiritual” Paulo passa por uma profunda transformação: De Judeu
observante, torna-se cristão; de fariseu, se torna místico; de perseguidor dos
cristãos, torna-se seguidor fervoroso de Cristo; de rabino, torna-se mestre do
Evangelho...
Duas coisas contribuíram para essa mudança em São Paulo: A
graça de Deus e a sua colaboração. De nada adiantaria ter recebido a graça se
ele não tivesse colaborado com ela. Graças a esses dois fatores ele mudou-se
completamente e, naturalmente, pagou o preço dessa mudança. Um desses preços
foi permanecer no que hoje os jovens chamam de “vácuo”, pois não podia contar
com os antigos parceiros de fé e ainda teve que conviver com a desconfiança dos
cristãos. Foi perseguido pelo judaísmo e incompreendido pelos cristãos. De
fato, esse tempo para ele não deve ter sido muito fácil.
Uma das passagens que mais me impressiona de tudo o que ele
escreveu foi uma espécie de “relatório de bordo” que ele destinou aos
Coríntios. Vejamos a passagem:
“Cinco vezes recebi dos
judeus quarenta açoites menos um; três vezes fui açoitado com varas; uma vez
fui apedrejado; três vezes naufraguei; um dia e uma noite passei perdido em
alto mar. Nas minhas frequentes viagens, sofri perigos de rios, perigos de
ladrões, perigos dos da minha raça, perigos dos gentios, perigos na cidade,
perigos no deserto, perigos no mar, perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e
fadigas, em vigílias prolongadas, em fome e em sede, em frequentes jejuns, no frio
e na nudez. E além dessas coisas, que são exteriores, tenho os meus cuidados de
cada dia: a preocupação por todas as igrejas, quem desfalece que eu não
desfaleça? Quem é escandalizado que eu não me abrase?” (2Cor 11, 24-29).
Ler essa passagem de São Paulo faz a gente pensar muito sobre
o nosso trabalho pastoral ainda hoje. Às vezes, reclamamos sem razão. O preço
que Paulo pagou para evangelizar foi muito grande. Apesar disso, não reclamou,
pois sabia em quem tinha colocado a sua confiança (2Tm 1, 12). Numa outra
passagem sua ele afirmou: Nada irá me separar do amor de Cristo (Rom 8, 35).
A conversão de São Paulo foi o seu momento de transformação.
Quem caiu na estrada de Damasco foi um; Quem se levantou do tombo já era outra
pessoa! Mas, essa conversão na vida dele,
aconteceu em outros momentos também, pois conversão é um processo continuado.
Penso que, após o fracasso de sua pregação em Atenas, ele passou por nova
transformação. A gente percebe isso, acompanhando o trabalho que ele fez em
Corinto, após a experiência ateniense. Em Corinto onde ele permaneceu aproximadamente
18 meses, não buscou falar para os filósofos e intelectuais. Mas, centrou sua
pregação na Cruz de Cristo. Essa mudança de foco parece ter sido fruto de nova
conversão. Que ele nos ajude em nosso processo de conversão a Cristo que deve ser verdadeira e continuada. Ela é uma possibilidade que todos podemos alcançar, com a graça de Deus.
.."A conversão de São Paulo foi o seu momento de transformação. Quem caiu na estrada de Damasco foi um; Quem se levantou do tombo já era outra pessoa!"..
ResponderExcluir..."Que ele nos ajude em nosso processo de conversão a Cristo que deve ser verdadeira e continuada. Ela é uma possibilidade que todos podemos alcançar, com a graça de Deus."
ResponderExcluirMaravilha!
ResponderExcluirBom dia, que através de sua conversão,ele seja um exemplo para nós, e aumente a nossa fé em Cristo.
ResponderExcluirA verdadeira conversão é o fruto da fé, do arrependimento e da obediência constante.
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