Janeiro
No início de janeiro, gosto de rezar agradecendo a Deus pelas oportunidades que tive durante o ano que passou e pedir as graças para o nov...

No início de janeiro, gosto de rezar agradecendo a Deus pelas oportunidades que tive durante o ano que passou e pedir as graças para o novo ano. Janeiro é uma palavra derivada de “jano”, um deus da mitologia romana…
Jano foi abençoado por Saturno, da mitologia grega, e por isso, recebeu o dom de ver ao mesmo tempo, o passado e o futuro. Era representado com dois rostos numa mesma cabeça. Seus rostos eram voltados para direções opostas. Num deles, possuía barba, no outro, não. O mês de janeiro é mais ou menos assim: um jovem que nasce junto a um idoso que morre. O idoso traz a marca da experiência, do cansaço e, muitas vezes, da decepção. O jovem carrega consigo sonhos e aventuras. Em janeiro todos deveríamos adotar um pouco da fisionomia de jano: olhar para o futuro cheios de esperança sem esquecer as lições do passado. Olhar o passado sem se prender muito nele. Mas, ter, sobretudo a correta noção do presente. A rigor, o único momento que, realmente, temos. Mas, o que é o presente, senão a fuga de um pequeno instante, que tem como permanente a constante mudança?
Costumamos dizer que o futuro a Deus pertence. Prefiro dizer que o passado e o presente também pertencem a Ele. “Nele nos movemos existimos e somos”, e sem Ele nada podemos fazer. Tudo, portanto, é uma grande bênção de Deus.
A palavra hebraica “Beraká”( bênção, abençoar, bendizer) é uma palavra rica de sentidos. Na bíblia, a bênção de Deus foi invocada uma centena de vezes. No primeiro dia do ano, a Igreja propõe para nossa reflexão as palavras da bênção de Araão – Nm 6, 22-27. Pela riqueza do texto, prefiro reproduzi-lo:
“O Senhor te abençoe e te guarde!
O Senhor faça brilhar sobre ti a tua face e se compadeça de ti!
O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!”
A primeira invocação da bênção mostra Deus como o guardião de seu povo. Ela lembra o trato selado na aliança do Sinai em sua forma coletiva: “Eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo”; e na forma individualizada: “Eu serei para ti um Pai e tu serás para mim um filho”.
A segunda invocação menciona a “face do Pai”. Contemplar a “face de Deus” é contemplar a sua glória. A glória que nos foi revelada em Cristo Jesus. Ele que desde sempre estava em Deus, se fez carne, e nós vimos a sua glória. Os apóstolos viram sua face resplandecente no Monte Tabor antes de vê-la desfigurada no calvário. Puderam contemplar toda a beleza e toda a grandeza de seu olhar. O olhar de Deus sobre nós é sempre um olhar de misericórdia. Ele é aquele que se compadece de nós.
A terceira invocação da bênção lembra-nos a paz que Deus nos dá. Deus volta para nós o seu rosto. Ele não nos olha de cima para baixo como se quisesse nos humilhar. Tem o rosto voltado para nós, quer o nosso bem e que vivamos em paz. A paz – “Shalom” é a plenitude dos bens, da harmonia e da realização. De fato, não poderíamos esperar algo pequeno de um grande Deus. Por ser tão infinito no seu amor Ele quis nascer entre nós. Construiu sua habitação – “shekinah”, em nosso meio. Olhou para a humildade de seus filhos e abençoou-nos com toda sorte de bênçãos espirituais.
Peçamos a Deus que Ele nos abençoe todos os dias de nossas vidas e que volte seu olhar misericordioso para nós em cada instante de nossos dias!
Que “O Senhor te abençoe e te guarde!
Faça brilhar sobre ti a tua face e se compadeça de ti!
Volte para ti o seu rosto e te dê a paz!”
Amém.
Imagem de PublicDomainPictures por Pixabay
Amém
ResponderExcluirAmém...
ResponderExcluirAgradeço a Deus pelo ano passado e q Deus abençoe esse ano q está começando
Desejo um 2021 muito abençoado pra todos nós 🙏
ResponderExcluirMuito bom este texto dar para nós refrerir muito bem . Padre ,está de parabéns .Um feliz ano novo
ResponderExcluirEssa linda reflexão me faz lembrar que devemos amar uns aos outros, e ajudar sem querer nada em troca. Ser como esse rei que doou a sua carne. E devemos ser como Jesus que doou sua vida para nos salvar. O mundo seria muito melhor, se todos tivessem amor igual a este rei.
ResponderExcluirPadre Geraldo Gabriel, quanta aprendizagem nesta reflexão. Está bênção se tornou mais bonita pra mim. Parabéns
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