Coração humano: Sacrário preferido de Deus!

 

O que representa para uma mulher grávida, prestes a dar à luz, a falta de um abrigo, uma cama limpinha e os cuidados próprios dessa ocasião? Contemplando o presépio não posso deixar de refletir sobre isso. O que vejo ali? –Uma caminha de palha, improvisada, sobre um chão batido e ladeada por alguns animais. Ao lado da caminha um casal, extremamente pobre olha, encantado, em direção ao “berço” onde repousa a criança com suas carninhas.

O que se deu na primeira noite de natal, de verdade, ninguém poderá saber. Mas, o Evangelho nos fornece algumas informações importantes.  César Augusto, Imperador Romano, exigiu que todos os súditos de seu império participassem de um censo e pagassem um tributo na ocasião. De tributos os imperadores, de todos os tempos, entendem muito bem!  Na época, Quirino governava a Síria e a Palestina. Por isso, José teve que encaminhar até Belém para cumprir essa obrigação. Maria estava grávida mas, ainda assim, acompanhou o marido. José certamente, imaginava alugar uma casa, em Belém, para que o menino pudesse nascer confortavelmente. Mas, na ocasião, a Cidade estava lotada de gente e nenhuma casa abriu as portas para eles. Ninguém parecia ligar para o estado delicado de Maria, prestes em dar à luz. À medida em que o tempo passava aumentava a preocupação de José. Naquele dia, provavelmente, ele nem comeu ou dormiu direito. O que fazer naquela situação? Será que não havia nenhum cantinho decente para que Maria pudesse ter o seu filho? A resposta era não!

Após esgotar todas as tentativas não restou ao casal outra opção a não ser procurar alguma gruta nas imediações. Isso também não era fácil! A noite devia estar escura e os ambientes perigosos. As grutas são úmidas, frias e sem portas... Mas, nada acontece por acaso. A casa de Deus está sempre de portas abertas!  Pois, foi num local assim, que o Filho de Deus veio ao mundo. O dono do mundo não encontrou uma única casa que pudesse recebe-lo!  Às vezes, fico pensando se a realidade mudou muito. Ainda hoje, Deus tem dificuldades para encontrar um coração humano que lhe esteja aberto. E o coração humano é o sacrário preferido de Deus!

O Natal questiona nossa arrogância e mania de grandeza. O Filho de Deus, mesmo sendo dono de tudo, nasceu pobre, “sobre as palhas do chão,” como cantam nossos irmãos da Folia de Reis, enquanto nós, que nada somos, temos tantas ambições! Enrolado nuns trapinhos e sobre palhas deitado, o Menino Jesus pede um pouco mais de nossa atenção.  Esse menino desarma os nossos corações. Ele não chegou até nós com demonstrações de poder e força. Veio na pobreza, na inocência para nos ensinar os caminhos do amor e da simplicidade. Pense nisso!

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