Três histórias para o ano novo

 

Quando o ano termina temos a oportunidade a avaliar muitas coisas e às vezes, podemos sentir que o tempo passou e a gente não fez quase nada de relevante. Esquecemos que grande parte da vida é tecida de pequenos fatos. Os atos heroicos são reservados aos heróis mas à maioria de nós temos que carregar as mesmas pedras, todos os dias! Será que isso não é valioso? Pobres de nós, se não fosse o feijão com arroz de todos os dias! A gente pode até variar de pratos, de vez em quando, mas quem sustenta o rojão mesmo é a velha dupla do feijão com arroz.

No final do ano gostaria de narrar para você três histórias que usei num programa de rádio e que me serviram como mensagem aos ouvintes. A primeira delas é bastante conhecida. Certa vez, um sábio quis testar a capacidade de seu discípulo em priorizar certas tarefas em sua vida. Então, pegou um vaso e o encheu de pedras grandes. Em seguida perguntou ao discípulo se, naquele vaso, cabia mais alguma coisa. Antes mesmo da resposta, despejou no vaso uma porção de pedrinhas pequenas. Então, o discípulo respondeu-lhe: Agora o vaso está completamente cheio! Em seguida, o sábio despejou água dentro do vaso revelando o equívoco do discípulo. Qual foi a lição que ele tirou? Em nossas vidas precisamos priorizar aquilo que e mais importante, as pedras grandes. O resto vem depois. Se o sábio tivesse enchido o vaso de areia primeiro, certamente, não poderia ter colocado as pedras dentro dele. De outro jeito Jesus disse a mesma coisa na passagem bíblica que fala de sua visita às irmãs de Betânia. Maria veio recebê-lo e, assentada aos seus pés, ouvia, com atenção, sua palavra. Marta ficou preocupada demais com outras tarefas que também eram importantes, mas, naquele momento, o que era mais importante seria reservar um tempo para Jesus.

A segunda história fala de um aviador que, logo após a segunda guerra mundial, quis dar uma volta ao mundo em seu pequeno avião. Após a decolagem, ouviu um barulho atrás do banco da aeronave, denunciando a presença de um rato como passageiro. Aquele roedor poderia causar uma grande pane ao voo. Pensou em aterrissar para mata-lo mas, em seguida, lembrou-se, de que os ratos não suportam as alturas. Então, subiu mais e percebeu que o rato havia morrido pois, parou de incomodar.  A vida da gente também é assim. O que não faltam são ratos que nos perturbam e tiram a nossa paz. Em vez de dar atenção a eles é sempre melhor voar mais alto. Voar mais alto é buscar tudo aquilo que nos engrandece e edifica. Não é possível alçar grandes voos sem um pouco de mística. A fé nos ajuda a superar os problemas e crescer apesar deles.

A terceira história fala das muitas oportunidades que perdemos ao longo de um ano. Ela aconteceu com um jovem que caminhando distraído pela praia encontrou um saquinho cheio de pedrinhas. Ele o apanhou e, enquanto andava na areia, conversando com um amigo, ia atirando as pedrinhas ao mar. Na hora de arremessar a última pedrinha percebeu que ela não era uma pedrinha comum mas um diamante de grande valor. Só então, ele viu a fortuna que havia desperdiçado, pois jogara ao mar todas as demais pedrinhas!  Cada dia do ano é como se fosse uma pedra preciosa que recebemos de graça. Mas, nem sempre sabemos aproveitar esse presente. Quantos dias desperdiçamos com tarefas inúteis ou futilidades ao longo de um ano? Na verdade, são 365 pedrinhas de diamantes que recebemos em janeiro. O que fazemos com tudo isso? Dizem que “cavalo arreado só passa em sua porta uma vez”! Se você não montar nele, irá andar à pé o resto da vida. Será que sabemos aproveitar as oportunidades que a vida nos oferece? Nem sempre! O cemitério está cheio de projetos que nunca saíram do papel, amores nunca vivenciados, sonhos jamais realizados... Então, quem sabe, no próximo ano você consiga aproveitar mais as oportunidades, não se preocupar tanto com os ratos e priorizar o que é mais importante? Pense nisso. Um feliz ano novo para você!

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